Militares, agentes da segurança pessoal e apoiadores de Yoon Suk-yeol (Partido do Poder Popular, direita) impediram a prisão do presidente suspenso da Coreia do Sul, que seria executada nesta 6ª feira (3.jan.2025), ainda 5ª feira (2.jan) no Brasil.
De acordo com a agência de notícias sul-coreana Yonhap, agentes do CIO (sigla para Escritório de Investigação de Corrupção para Altos Funcionários da Coreia do Sul) foram até a residência presidencial nas primeiras horas da manhã para executar o mandado de prisão contra Yoon, aprovado pela Justiça do país na 3ª feira (31.dez) por conta da lei marcial decretada no início de dezembro. Lá, porém, os agentes se depararam com um grupo de mais de 1.000 de apoiadores do político, agentes da segurança pessoal do presidente suspenso e militares, que impediram a entrada na casa.
Segundo a Yonhap, os apoiadores de Yoon entoavam cantos de “mandado ilegal, completamente inválido” e “prendam o CIO”.
Os investigadores apresentaram o mandado de prisão e um outro mandado que permitia buscas na residência presidencial, mas tiveram a entrada proibida pelos agentes da segurança pessoal de Yoon. Dois dos advogados do presidente suspenso, Yun Gap-geun e Kim Hong-il, foram vistos entrando na casa.
Cerca de 5 horas depois de chegar à residência presidencial, os agentes do CIO deixaram o local. Em comunicado à imprensa, o órgão disse que vai analisar os próximos passos.
“Decidimos que executar o mandado de prisão seria praticamente impossível por conta do constante enfrentamento e cancelamos a execução por preocupações a respeito da segurança de agentes no local, dada a resistência apresentada. Nós lamentamos o comportamento do suspeito, que se recusou a cooperar com os procedimentos legais”, declarou o CIO.
O CIO tem até a 2ª feira (6.jan) para cumprir o mandado de prisão. O entendimento do órgão, segundo a Yonhap, é de que uma tentativa de executar a detenção de Yoon pode ser novamente frustrada no sábado (4.jan) ou domingo (5.jan), uma vez que mais apoiadores podem estar no local. Além disso, cumpri-lo na 2ª feira (6.jan) pode ser arriscado, por conta da proximidade com o prazo final.
ADVOGADO DIZ QUE MANDADO É “ILEGAL” E “INVÁLIDO”
Um dos advogados de Yoonl, Yun Gap-geun, prometeu tomar medidas legais contra o mandado de prisão, o qual classificou como “ilegal” e “inválido”.
“A execução de um mandado de prisão que é ilegal e inválido é contra as leis. Enquanto os procedimentos de objeções contra o mandado estão em curso na Corte Constitucional, [nós] vamos tomar ações legais contra o mandado ilegal de prisão”, disse à Yonhap.
A equipe de defesa de Yoon entrou com um pedido para suspender o mandado de prisão na Corte Constitucional, assim como um pedido separado de objeção contra a execução do mandado na Corte de Seul, que foi quem autorizou o pedido da Justiça.
AS INVESTIGAÇÕES
Yoon Suk-yeol é investigado por incitar rebelião e abuso de poder por conta da lei marcial decretada no início de dezembro. O mandado é válido até o dia 6 de janeiro e permite que a polícia coreana mantenha o político detido por 48 horas. Depois disso, os investigadores deverão decidir se pedem outro mandado de prisão ou se liberam o presidente suspenso.
O pedido de prisão foi emitido pelo CIO na 2ª feira (30.dez). O Escritório é responsável por conduzir as investigações junto com a polícia sul-coreana sobre os desdobramentos da lei marcial. Segundo a agência de notícias Reuters, a acusação de liderar uma rebelião é uma das poucas sobre as quais o presidente não possui imunidade na Coreia do Sul.
O político ainda enfrenta um processo de impeachment de Yoon Suk-yeol. O afastamento foi aprovado em 14 de dezembro pelo Parlamento sul-coreano e agora é analisado pela Corte Constitucional.
Fonte: Poder 360
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