Polêmica

Mourão: “Se ele não me quiser, pego as coisas e vou embora”

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Já faz um tempo que o vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, vem sendo alvo de críticas do filho de Jair Bolsonaro, Carlos Bolsonaro. O general parece cada vez mais incomodado com a falta de proteção por parte do próprio presidente – que não contraria os ataques do filho – e, no último domingo (21), acabou desabafando para a imprensa: “Se ele (Bolsonaro) não me quer, é só me dizer. Pego as coisas e vou embora”. As informações são da revista Veja.

Em público, vice e presidente assumem uma postura de que tudo está bem e, inclusive, usam a metáfora de um casamento para classificar a relação. Em café da manhã com a imprensa, na última quinta-feira (25), no Palácio do Planalto, Bolsonaro brincou: “Esse casamento é até 2022, no mínimo. Continuamos dormindo na mesma cama, só tem briga para saber quem vai arrumar a cozinha”. Mourão complementou a brincadeira: “Ou quem vai cortar a grama”.

Porém não é segredo que, nos bastidores, há uma grande crise acontecendo entre os dois. Quem expôs as divergências entre Bolsonaro e Mourão foi o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro. O filho do presidente postou um vídeo na conta do pai, no Youtube, em que Olavo de Carvalho aparece tecendo duras críticas aos militares, classificando-os como “incultos e presunçosos”. O guru do governo bolsonarista claramente se referia a Mourão, a quem já chamou anteriormente de “adolescente desqualificado”.

O vídeo foi retirado do ar, mas Carlos continuou atacando o vice-presidente por meio de sua conta no Twitter. Ele acusou Mourão de querer tirar seu pai do poder, afirmando que o general se opõe às propostas do presidente, faz alianças com adversários, se aproxima de empresários importantes, bajula a imprensa e se apresenta como “sensato” e “transigente”, tudo visando assumir o cargo que é de Bolsonaro.

Mas a questão principal para Mourão é o fato de o próprio Bolsonaro dar aval para que o filho siga acusando-o de conspiração. O presidente já afirmou não concordar com tudo que é dito, mas disse que “algumas críticas são justas”, sem especificar quais seriam elas.

No domingo, Mourão estava quieto, abalado e teve picos de pressão. Rodeado de familiares, ele afirmou que se a situação continuasse, ele não descartaria a possibilidade de renunciar ao cargo. “Se ele (Bolsonaro) não me quer, é só me dizer. Pego as coisas e vou embora”, desabafou. Afirmando ser um soldado a serviço da nação, o general garantiu que tudo que faz é tentar ajudar o presidente. “O presidente nunca me disse para parar, para não falar com essa ou aquela pessoa. Então, entendo que não estou fazendo nada de errado. Mas se ele quiser que eu pare…”, finalizou.

Bolsonaro, por outro lado, já deu diversos sinais de que não acredita fielmente nas boas intenções de seu vice. Na terça-feira (23), durante uma reunião do Conselho de Governo, o presidente foi elogiado por ter vencido uma eleição difícil sozinho, sem ajuda de outros políticos. Bolsonaro respondeu ironicamente: “Não, teve Mourão comigo”.

Semanas antes, o presidente havia censurado algumas atitudes do vice. “O negócio é o seguinte: o Mourão é general lá no Exército. Aqui quem manda sou eu. Eu sou o presidente”, afirmou, visivelmente irritado.

O outro filho de Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro, também aproveitou para dar sua opinião sobre o general. “O Mourão não foi eleito para ficar dando declarações contrárias às do presidente ou para agradar a uma parte da opinião pública. A função do vice é substituir o presidente em uma eventual ausência dele. Tem de ser um soldado na porta do quartel. Nada mais”.

No começo de abril, Mourão recebeu o líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), em seu gabinete. O general foi acionado pela assessoria do parlamentar, que pediu o encontro. Opositor feroz ao governo, o senador explicou que procurou Mourão, e não Bolsonaro, para debater uma agenda de melhorias de infraestrutura no estado: “Nós conversamos com quem tem sensatez para conversar”. Após a conversa, o vice-presidente passou seu contato pessoal a Randolfe e se colocou à disposição do parlamentar.

Na segunda-feira (22), foi a vez da deputada Perpétua Almeida, do PCdoB, se encontrar com Mourão. O motivo do encontro foi o pedido do apoio do general, para aumentar a proteção nas fronteiras do Acre e para ajudar a destravar a proposta de criação de um escritório do Banco do Brics (grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) no Brasil. O general mostrou-se extremamente receptivo, e confidenciou ter uma prima, Arminda Mourão, ex-filiada ao PCdoB, que já tentou convencê-lo a ingressar no partido. Em entrevista à revista VEJA, Perpétua afirmou: “O vice-presidente entende a liturgia do cargo que está ocupando. É um democrata”.

Os próprios aliados do governo, que têm encontrado dificuldades para falar com ministros e com o próprio presidente, estão recorrendo à Mourão. O deputado Márcio Labre (PSL-RJ) foi até o vice para informá-lo de que era seu fã. Durante a conversa, os dois chegaram a comentar algumas declarações do vice-presidente, que explicou ao parlamentar que, ao entrar no Exército, foi instruído a ser sincero e a sempre falar o que pensava. “Com o Bolsonaro é a mesma coisa. Enquanto não recebo uma diretriz, mantenho pública a minha opinião pessoal”, declarou.

Em um governo extremamente intolerante a oposições, a postura de Mourão soa não só como provocação, mas como conspiração. Inclusive, há duas semanas, o deputado Marco Feliciano (PODE-SP), vice-líder do governo, fez algo inusitado na política e pediu o impeachment de Mourão. Curiosamente, ele mesmo admite não querer a cassação do vice. “Foi um tiro de alerta. Eu não mirei o coração do Mourão. Eu mirei os ouvidos — os dele e os de todos os que estão com ele. Agora, aqueles que frequentam o gabinete podem ser vistos como conspiradores”, afirmou Feliciano.

Antes de apresentar o pedido, o parlamentar consultou Bolsonaro sobre sua intenção. O general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional e amigo de Mourão, acompanhava a audiência, que tratava da reforma da Previdência. Antes de entrar no assunto central, Feliciano pediu para ficar a sós com o presidente.

“Nos 100 dias de governo foram 100 dias de vice alfinetando o presidente”, disse Feliciano. Bolsonaro não fez nenhum comentário, o que ficou subentendido como consentimento. O pedido de impeachment, porém, já foi devidamente arquivado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

Na quinta-feira, durante o café da manhã para a imprensa, Bolsonaro e Mourão sentaram-se lado a lado, mantendo as aparências. Ambos comentaram que Carlos tem o direito de expressar sua opinião e o general chegou a dizer que o fato de Carlos ser filho do presidente não o obriga a “ficar de bico calado”.

Na história da política brasileira, não é raro haver conflitos entre titular e vice. O primeiro presidente da República, marechal Deodoro da Fonseca, desconfiava, com razão, de Floriano Peixoto – que assumiria seu lugar nove meses depois da posse. Café Filho conspirava contra Getúlio Vargas. João Goulart, contra Jânio Quadros. Na redemocratização, Itamar Franco voltou-se contra Fernando Collor. E, no caso mais recente, Dilma Rousseff acreditava que Michel Temer era o vice mais discreto e servil com quem um presidente poderia contar.

Yahoo Notícias

 

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  1. Esse pessoal que votou em Bolsonaro está igual aos petistas, não pode falar nada dos seus ídolos que pega logo ar, não esqueçamos que Bolsonado foi militar durante 17 anos e politico 20, não são inocentes, nenhum deles.

  2. Já vi muitos governos serem bombardeados, mas igual o de Bolsonaro nunca, a esquerda tinha certeza que iria se perpetuar no poder, não se prepararam para perder, estar igual a um marido que não aceita perder a mulher, preferi mata-la, assim estar a esquerda no Brasil, torce para que tudo dê errado, estão pouco preocupados com o país, sonham a qualquer custo voltar ao poder e continuar na teta do estado, pois trabalhar eles não sabem, gostam dos altos salários pagos por quem trabalham. Vergonha

  3. Bg, está cristalino nos seus repliques, pois você prefere replicar, que você é Petista, assim sendo, tenta potencializar, matérias negativas quando envolve Bolsonaro.

    1. Discordo , vc que ja ta chato e repetitivo, deixe de mimimimi, tem q publicar sim aqui e um blog para atualizar a todos e nao so a vc ok

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VÍDEOS: Brigas entre membros de torcidas organizadas transformam ruas do Recife em cenário de guerra horas antes de clássico entre Santa Cruz e Sport



Conhecido como “Clássico das Multidões”, o jogo entre Santa Cruz e Sport, que hoje acontece pelo Campeonato Pernambucano, motivou brigas de torcidas uniformizadas, correria e espancamentos pelas ruas do Recife, horas antes da partida, prevista para 16h30.

Imagens mostram correria, fumaça e sons de fogos de artifício na Rua Real da Torre, no bairro da Torre, na Zona Oeste do Recife. É possível identificar que alguns torcedores carregam pedras, paus e outros objetos nas mãos durante o alvoroço.

Por volta das 14h20, a informação do Samu era de que tinha socorrido sete vítimas de agressão física. Todas foram levadas ao Hospital da Restauração (HR), no bairro do Derby, área central do Recife, “com vida”.

Após reunião realizada na sede da Secretaria de Segurança na tarde de sexta (31), com membros da PM, ficou definido que o jogo teria efetivo de 645 policiais, entre Batalhão de Choque, Rádio Patrulha, Rocam e Cavalaria.

g1-PE

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Marcos do Val e Soraya Thronicke retiram candidaturas à presidência do Senado

Foto: Brenno Carvalho/Agência O Globo

Os senadores Marcos do Val (Podemos-ES) e Soraya Thronicke (Podemos-MS) anunciaram neste sábado a retirada de suas candidaturas à presidência do Senado. Os anúncios ocorreram após o fim dos discursos a que eles tiveram direito como postulantes ao cargo.

O favorito na disputa é Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Também concorrem Eduardo Girão (Novo-CE) e Marcos Pontes (PL-SP).

Marcos do Val afirmou que sua participação na disputa ficou “inviável”:

— Quero oficializar a a minha retira da candidatura. Porque eu fui prejudicado por questões da censura e só ontem que a imprensa descobriu que eu existia como candidato. Não fui, de forma democrática, um candidato. Então estou aqui retirando, porque ficou inviável a possibilidade de uma eleição.

Do Val argumentou que teve a candidatura prejudicada por decisões judiciais e fez um discurso na tribuna que teve como principal foco o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

— Vou ser multado em R$ 50 mil por estar falando aqui, mandei a decisão para cada um dos senadores. Retiro a minha candidatura pela impossibilidade de falar e de fazer minha campanha. Sou o único senador da história do Brasil que, enquanto exerce o seu mandato está sendo censurado com redes sociais bloqueadas, contas bloqueadas, multas de R$ 50 mil para cada vez que eu estiver nesta tribuna — disse o parlamentar, que estendeu na tribuna da Casa um pergaminho que representava as decisões de Moraes contra ele.

Já Soraya declarou “reconhecer o cenário atual”:

— Depois de muita reflexão e diálogo com as lideranças, eu decidi, humildemente, renunciar à minha candidatura. Pois eu sou capaz de reconhecer o cenário atual. Sou capaz de reconhecer o cenário possível. Não se trata de desistência, mas de estratégia.

De acordo com a senadora, é “o momento de retroceder para dar dois passos à frente”.

O Globo

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Favorito em eleição, Alcolumbre defende Senado “soberano, autônomo e independente” e diálogo entre poderes

Foto: reprodução/YouTube

O senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) fez discurso como candidato à presidência do Senado Federal neste sábado (1º), dia que marca eleições de novos dirigentes do Congresso Nacional. Em cerca de 15 minutos de fala, prometeu defender autonomia, soberania e independência da Casa, respeitar acordos, fortalecer estados e municípios, trabalhar por uma relação de mais harmonia entre os Três Poderes e para melhorar a vida da população brasileira.

“Sou um defensor intransigente do diálogo, da construção coletiva e das soluções compartilhadas. Para mim, governar é ouvir. Liderar é servir. E é disso que o Brasil precisa agora: uma liderança que una, e não que divida”, falou o senador.

Alcolumbre citou sua experiência como “timoneiro na tempestade”, durante a pandemia de covid-19, como fator que o credencia para comandar novamente o Senado e encarar “o desafio da pacificação, da reunião, da reconstrução”. Ele presidiu a Casa e o Congresso Nacional de 2019 a 2021.

“E não haverá pacificação, não haverá reconstrução, não haverá futuro, se não houver diálogo, se não houver respeito, se não houver democracia, e democracia forte. E não haverá democracia forte sem um Congresso livre, sem um Parlamento firme, sem um Senado soberano, autônomo e independente”, continuou.

Harmonia entre poderes e recado ao Supremo

Sobre a relação entre os Três Poderes, Alcolumbre disse que ela tem sido testada “por tensões e desentendimentos”. “Entre esses desafios, destaco a recente controvérsia envolvendo as emendas parlamentares ao orçamento, que culminou em debates e decisões e com o Supremo Tribunal Federal e o Poder Executivo”, comentou.

Nesse sentido, falou sobre emendas parlamentares, assunto que gerou impasse entre governo, Legislativo e STF — a Corte tomou decisões bloqueando esses recursos.

“Quero ser claro: é essencial respeitar as decisões judiciais e o papel do Judiciário em nosso sistema democrático. Mas é igualmente indispensável respeitar as prerrogativas do Legislativo e garantir que este Parlamento possa exercer seu dever constitucional de legislar e representar o povo brasileiro. Essa garantia pelas prerrogativas do mandato vai muito além das questões orçamentárias. Tem a ver com o mandato parlamentar, assegurado pela Constituição”, falou o senador, em recado ao Supremo.

O senador continuou: “Estou falando ao cumprimento dos acordos aqui firmados, porque sem confiança uns nos outros e sem a obediência ao que foi acordado, este parlamento se transforma em um campo de guerra e as boas ideias se perdem numa eterna e infrutífera disputa entre antagonistas”.

“Daí coloco um terceiro compromisso para o qual me empenharei com determinação: acordo firmado é acordo cumprido até que um novo acordo ou uma nova maioria pense diferente”, prosseguiu.

Opinião dos leitores

  1. Não confundam as coisas, tudo isso que ele tá falando é no discurso de candidato, ao assumir a presidência do senado, será aliado de Lulinha e do STF desde criancinha.

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De saída da presidência do Senado, Pacheco diz que ser lembrado como possível ministro é motivo de orgulho, mas despista sobre futuro

Foto: Saulo Cruz/Agência Senado

De saída da presidência do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) disse neste sábado (1º) se sentir honrado por ser lembrado para “posições na República”, mas despistou sobre a possibilidade de virar ministro do governo Lula (PT).

“Me sinto honrado com esse reconhecimento, ao sair da presidência do Senado, sendo lembrado para posições na República, seja de ministro de Estado, seja de governador do meu estado, como disse o presidente Lula recentemente. Isso é motivo, obviamente, de orgulho e de honra para mim. Mas essa é uma avaliação que tem que ser feita ao seu tempo”, disse.

Na (30), durante entrevista a jornalistas, Lula foi questionado sobre a possibilidade de Pacheco e também o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), se tornarem ministros. Não citou Lira e, sobre o mineiro, apenas declarou querer que ele seja governador de Minas Gerais.

Indagado sobre a possibilidade de concorrer ao governo de Minas Gerais no ano que vem, Pacheco disse que políticos que afirmam não ter o sonho de governar o próprio estado não estão falando a verdade. O senador também teceu elogios a Lula, dizendo que a fala do presidente é motivo de alegria.

“Fico muito honrado de um presidente da República, como o presidente Lula, que é um grande político, um ser humano extraordinário, poder ter esse desejo e essa vontade”, disse. “Isso é um motivo de muita alegria, de muita honra para mim e eu recebo essa mensagem do presidente Lula com um sentimento profundo de honra e de responsabilidade.”

Pacheco falou com a imprensa no Salão Azul, pouco antes do início da votação que vai escolher o próximo presidente. Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), seu aliado político e principal articulador das eleições do senador mineiro, é o grande favorito.

Folhapress

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  1. Um Pais que tem um sujeito desse como representante que só enxerga suas vantagens, não pode ir pra frente.

  2. Será que quem está fora da bolha de Rodrigo Pacheco pensa o mesmo? Politicamente esse cara derreteu, tá acabado, só foi eleito senador porque a sua principal adversária era a ex presidente Dilma Rousseff.

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CEARÁ-MIRIM: Após rompimento, Antônio Henrique e Júlio César se reconciliam

Foto: reprodução

Foi na casa do empresário Paulo ‘Buda’ Rocha, em Muriú, que o atual prefeito de Ceará-Mirim Antônio Henrique e o ex-prefeito da cidade Júlio César ‘lavaram a roupa suja’, se entenderam e se reconciliaram.

Que Júlio César tire a lição do episódio, pelos seus atos impensados e seus rompantes.

Júlio César havia anunciado o rompimento político de forma gratuita com o seu sucessor, o atual prefeito Antônio Henrique em uma transmissão ao vivo nas redes sociais na qual havia exposto algumas insatisfações.

Opinião dos leitores

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Quase 6 mil pênis foram amputados por câncer em 10 anos no Brasil; veja como se prevenir

Foto: Getty Images

Considerado um tipo de tumor raro, o câncer de pênis pode ser evitado com algumas atitudes simples: higiene adequada na região íntima, vacinação contra o HPV e cirurgia de postectomia (remoção do prepúcio). No entanto, dados obtidos pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) apontam que muitos homens desconhecem a importância de fazer a higiene íntima de forma correta.

“Apesar de ser um dos poucos tipos de câncer que podem ser prevenidos, o Brasil ainda apresenta preocupantes índices relativos ao câncer de pênis, especialmente nas regiões Norte e Nordeste”, alerta o urologista Luiz Otavio Torres, presidente da SBU.

A falta de informação sobre os hábitos de higiene, o diagnóstico tardio, a baixa condição socioeconômica e o baixo nível de escolaridade resultam em números alarmantes: em dez anos, mais de 5,8 mil homens tiveram o pênis amputado, uma média de 585 amputações por ano ou 11 homens passando pela cirurgia por semana.

“O câncer de pênis acometeu mais de 20 mil homens brasileiros na última década muito pela falta de higiene adequada do pênis, levando a acúmulo de secreções e infecções repetidas, e pela falta de vacinação em massa da nossa população para o HPV, outro importante fator de risco”, explica Maurício Cordeiro, coordenador do Departamento de Uro-Oncologia da SBU.

A SBU lista os fatores de risco para a doença: as baixas condições socioeconômicas, higiene inadequada, fimose, infecção pelo vírus HPV e tabagismo.

Mais de 2,2 mil internações e 580 amputações por ano

Os dados obtidos pela SBU com o Ministério da Saúde apontaram que nos últimos 10 anos (de 2015 a setembro de 2024:

  • Ocorreram mais de 22,2 mil internações devido ao câncer de pênis — uma média de 2,2 mil por ano
  • Mais de 5,8 mil homens tiveram o pênis amputado — uma média de 585 amputações por ano

Apesar de representar 2% de todos os tipos de câncer que atingem o sexo masculino, o câncer de pênis matou 4.502 pessoas de 2014 a 2023, segundo o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde.

“O câncer de pênis, apesar de ser amplamente evitável, ainda causa mutilações e mortes no Brasil. O diagnóstico precoce é muito importante, mas a prevenção é a melhor arma que se tem. Ações simples, como vacinação contra o HPV e higiene íntima adequada, poderiam prevenir centenas de casos todos os anos”, orienta Karin Jaeger Anzolch, diretora de Comunicação e coordenadora das campanhas de awareness da SBU.

Para tentar conscientizar a população sobre prevenção e tratamento precoce, a Sociedade Brasileira de Urologia realiza a Campanha de Prevenção ao Câncer de Pênis. Ao longo do mês, a entidade e suas seccionais realizam um grande mutirão de postectomias (retirada da pele que recobre a cabeça do pênis) em vários estados.

Como evitar esse câncer mutilante?

De acordo com a SBU, quatro ações ajudam na prevenção do câncer de pênis. São elas:

  1.  Limpeza adequada do pênis com água e sabão puxando o prepúcio para higiene da glande. A limpeza deve ser realizada todos os dias e após as relações sexuais.
  2. Tomar a vacina do HPV (no SUS, ela está disponível para alguns públicos. Na rede privada, qualquer pessoa pode tomar).
  3. Realização da postectomia (retirada do prepúcio) quando essa pele que encobre a cabeça do pênis não permite a higienização correta.
  4. ‍Uso de preservativo para evitar contaminação por ISTs, como o HPV.

Como higienizar o pênis? A lavagem é simples e deve ser feita com água e sabão, na hora do banho mesmo.

  • Para limpar o pênis, o homem precisa afastar o prepúcio e expor a cabeça do órgão, conhecida como glande.
  • “A urina embaixo da pele (prepúcio) é ácida e pode causar fibrose, inflamação. A lavagem feita com água e sabão salva todo o risco de ter um tumor de pênis ou doença mais grave. Também vale ressaltar que não é necessário lavar o pênis a cada micção ou passar alguma pomada, antisséptico”, orienta Ubirajara Barroso Jr., especialista em reconstrução genital.

Como identificar o câncer de pênis? A incidência deste tipo de câncer aumenta com a idade, atingindo o pico entre 50 e 70 anos.

  • O homem deve suspeitar de qualquer alteração no pênis, como caroços/verrugas que não saem, feridas que não cicatrizam, secreções saindo do prepúcio, área vermelha endurecida, sangramentos vindos da glande e coceiras.
  • Caso perceba algum desses sinais, deve procurar um médico.

Como é feito o tratamento do câncer de pênis? Isso depende de quão rápido for feito o diagnóstico.

  • “O diagnóstico precoce trata quase 100% dos pacientes. Pode-se fazer uma biópsia e tirar o tumor com uma margem de segurança, preservando o órgão. No entanto, em casos mais avançados é preciso amputar o pênis, parcial ou totalmente”, explica Barroso.

g1

Opinião dos leitores

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Geral

“Acabou Lulinha paz e amor”, diz presidente sobre bolsonaristas

Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adotou um discurso mais combativo, na noite desta sexta-feira (31/1), para tentar alavancar a reeleição em 2026. A ideia do petista é mudar a visão do “Lulinha paz e amor” e ser mais incisivo nas redes sociais contra o bolsonarismo. “Acabou Lulinha paz e amor”, declarou Lula em evento que formalizou Lindbergh Farias (PT-RJ) como o novo líder da legenda na Câmara dos Deputados.

Lula esteve reunido com a bancada do PT no Lago Sul, área nobre de Brasília. A formalização de Lindbergh Farias como líder do PT na Câmara acontece às vésperas de uma mudança no comando das duas casas que formam o Congresso. Estão marcadas para sábado (1º/2) as eleições para as presidências da Câmara e do Senado.

Segundo fontes do Metrópoles que estavam no evento, além de falar sobre o fim do “Lulinha paz e amor”, o presidente fez outras sinalizações de que vai mudar a postura em relação aos bolsonaristas. Membros do PT que estiveram com o presidente afirmaram que Lula pretende fazer comparações em relação aos dois primeiros anos dos mandatos de Lula e Bolsonaro.

Outro aviso, conforme as pessoas que estavam na reunião, foi o de que Lula vai intensificar a agenda pelo país. A proposta é “colocar Lula no meio do povo”. Para isto, as bancadas foram chamadas a fazer campanha no interior do Brasil.

A atuação mais política de Lula terá como foco a defesa do regime democrático, conforme interlocutores. Na fala que fez no encontro, o presidente ainda aproveitou para “dar um gás” na bancada.

Além das mudanças no comando, o cenário é composto por uma queda na avaliação positiva do governo, conforme pesquisas de opinião pública divulgadas recentemente. Após uma troca no Ministério das Comunicações, Lula retomou a agenda de entrevistas coletivas, o que deu a ele mais espaço no noticiário dos últimos dias.

Metrópoles

Opinião dos leitores

  1. Difícil fazer política sem confrontar esses bolsonaristas negacionistas, terraplanistas, produtores de fake news e golpistas!!!! Difícil.

    1. Adjetivação histérica. Vcs criam espantalhos e passam a ter um temor psicótico deles.

    2. E o que dizer dos eleitores e defensores do maior ladrão da história do Brasil? Relinche aí.

  2. Excelente!
    Agora é partir pra cima da boiada mentirosa.
    Sempre falei que essa conversa fiada de paz e amor não daria certo.
    Lula, ao invés de subir a rampa com um cachorro vira-latas, deveria ter subido com 2 pitibulls de cada lado.

    1. Excelente a taxa de juros subindo 1%, sendo uma das maiores do mundo, quando o EX-PRESIDIÁRIO passou 2 anos culpando o diretor do Banco Central indicado por Bolsonaro, e agora que o diretor foi indicado por ele não tem mais quem culpar pela alta da taxa de juros.
      Diante disso, Explica aí quem é a boiada mentirosa.

  3. Lula, o gatuno, nunca quis a pacificação, nos seus discursos, sempre procurou o confronto.

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Geral

Aneel mantém bandeira verde e conta de luz segue sem taxa extra em fevereiro

Foto: Pixabay

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) acionou a bandeira verde para fevereiro de 2025. Isso significa que a conta de luz vai continuar sem taxa extra.

Depois das taxas adicionais de setembro a novembro, a Aneel acionou a bandeira verde em dezembro e janeiro por causa do alto volume de chuvas e a perspectiva de recuperação dos reservatórios.

O sistema de cores da Aneel sinaliza as condições de geração de energia. Se chove pouco e as hidrelétricas geram menos, é preciso acionar usinas termelétricas, que são mais caras.

Por isso, a Aneel aciona as bandeiras amarela, vermelha 1 ou vermelha 2, com taxas extras na conta de luz.

Em 2024, por conta da estiagem, a Aneel precisou cobrar taxas extras na conta de luz de julho, setembro, outubro e novembro.

Na última semana, o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, afirmou que o cenário para a manutenção da bandeira verde é “favorável”.

Saiba quanto custa cada bandeira

Cada bandeira tarifária acionada pela Aneel pode gerar um custo extra ao consumidor:

🟩bandeira verde (condições favoráveis de geração de energia) – sem custo extra;

🟨bandeira amarela (condições menos favoráveis) – R$ 18,85 por MWh (megawatt-hora) utilizado (ou R$ 1,88 a cada 100kWh);

🟥bandeira vermelha patamar 1 (condições desfavoráveis) – R$ 44,63 por MWh utilizado (ou R$ 4,46 a cada 100 kWh);

🟥bandeira vermelha patamar 2 (condições muito desfavoráveis) – R$ 78,77 por MWh utilizado (ou R$ 7,87 a cada 100 kWh).

g1

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Geral

Styvenson Valentim se filia ao PSDB; legenda volta a ter estrutura de liderança no Senado

Foto: divulgação

O PSDB anunciou a filiação dos senadores Styvenson Valentim, do Rio Grande do Norte, e Oriovisto Guimarães, do Paraná, neste sábado (1º/2). Styvenson deixou o partido Podemos.

Com isso, o PSDB, que antes tinha apenas um representante na casa, pode contar com uma estrutura de liderança. A agremiação havia perdido o direito em março de 2024.

O anúncio da filiação foi feito ao lado do senador Plínio Valério (PSDB-AM), até então, único integrante da sigla. “Fico muito feliz com a chegada dos senadores Oriovisto e Styvenson, que reforçarão nossa bancada e nosso partido. São parlamentares experientes”, afirmou senador.

Metrópoles

Opinião dos leitores

  1. Vixe vai se misturar logo com quem, Ezequiel, um dos politicos mais inuteis pra esse estado, os curraisnovenses que o diga. Eu até fazia uma fezinha em Styvenson, mas vai se misturar logo com quem!

  2. Entendi… Quantos partidos, já? Qual a identidade? Existe? Sim! O PSDB de Ezequiel! Logo, estará no palanque de quem? Dos seus interesses? Dos interesses dos aliados,? O povo quer mais!

  3. Primeiro mandato, experiente? Engraçado que o PSDB aqui é bem forte na câmara, só perdeu um pouco da força pelo fato de uma turma ir para o PL.

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Geral

Boletim da Balneabilidade aponta 44 trechos próprios para banho e 7 impróprios no litoral do RN; veja quais são

Orla da praia de Touros, RN: trecho no litoral também está impróprio para banho, segundo Idema — Foto: Sérgio Henrique Santos/Inter TV

O Boletim da Balneabilidade das praias do Rio Grande do Norte n.º 05 de 2025, emitido nesta sexta-feira (31), informa que 44 praias encontram-se próprias para banho. Ao todo, dos 51 trechos analisados estão 7 trechos encontram-se impróprios.

Os pontos identificados como impróprios são:

– Sibaúma (Restaurante Sabores do Mar) e Pipa, em Tibau do Sul;
– Rio Pirangi-Pium (Balneário Pium) e Rio Pirangi (Ponte Nova), em Parnamirim;
– Ponta Negra (Rua C. G. Teixeira – Escadaria), em Natal;
– Touros (Av. Bom Jesus), em Touros; e
– Maracajaú (Mercado Público), em Maxaranguape.

Para o período do verão, o Programa de Balneabilidade amplia o rol de áreas analisadas, com o objetivo de dar mais segurança aos banhistas e turistas que visitam nosso litoral, informando as condições das praias monitoradas. Ao longo do ano, são 33 pontos de coleta, mas, no veraneio são coletadas e classificadas 51 amostras de água em pontos distribuídos em toda a faixa costeira potiguar, que compreende de Baía Formosa a Tibau.

A base dos dados analisa a quantidade de coliformes termotolerantes encontrados nas águas. A classificação tem por base as normas estabelecidas na Resolução n.º 274/2000 do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA.

O estudo é uma parceria entre o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema), o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) e a Fundação de Apoio à Educação e ao Desenvolvimento Tecnológico do RN (FUNCERN), e faz parte do Programa Água Azul.

As informações dos Boletins da Balneabilidade são divulgadas, semanalmente, no site institucional do Idema (idema.rn.gov.br) e no aplicativo nacional Praia Limpa.

 

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