A viúva de 81 anos, Eunice da Rocha Silva, sofreu um Acidente Vascular Cerebral isquêmico (AVC) na segunda-feira (9), mas só foi internada na UTI cinco dias depois, no sábado (14). O leito foi conquistado na justiça, que forçou o estado a garantir a vaga sob a punição de multa diária. Porém o descaso com a idosa não acabou. Agora, ela sofre com a falta de atendimento especializado. Em quatro dias de internação, ela só recebeu uma visita de um neurologista.
A senhora divide espaço no Hospital Walfredo Gurgel com outros 10 pacientes. Para cuidar de todos eles, há apenas um intensivista. O filho da aposentada, William Moreira da Silva, encara a situação como um total descaso do poder público. “Eu, como um leigo, entendo que é preciso ter um médico especializado para atender minha mãe”, contou. “E eu estava lendo uma matéria que dizia que na UTI Bernadete tem um médico para cada paciente. É mentira. Tem apenas um intensivista”, completou.
E nos momentos após o acidente vascular até a constatação do quadro clínico, foram mais de 12 horas sem que a senhora tomasse nenhum tipo de medicação. O que, para Willian, pode ter agravado o quadro. A senhora permanece inconciente. A Tomografia Computadorizada constatou que a ela teve a metade do cérebro.
Entenda o caso completo
Eunice passou mal às 3h da manhã do dia 9 de abril. As 6h30 deu entrada no Hospital Walfredo Gurgel, tendo sido atendida na urgência, e, por volta das 8h, foi colocada no centro clínico na mesma maca que deu entrada no Hospital.
Apenas às 16h, Eunice foi internada e no dia seguinte por volta das 11 h, atendida por um neurologista. O diagnóstico foi claro. Ela havia sofrido um AVC isquêmico e deveria já estar internada desde a segunda-feira, quando foi internada.
A Tomografia Computadorizada constatou que a senhora teve a metade do cérebro lesionada. Diante do quadro preocupante, o médico afirmou que ela deveria ser internada urgentemente na UTI. Mas na fila da UTI do Walfredo, Eunice era a 24ª.
Caso de Justiça
Devido à dificuldade, o filho da aposentada, William Moreira da Silva, procurou os serviços do advogado Sebastião Leite para ajuizar ação com o objetivo de assegurar um local na UTI para sua genitora. O processo foi ajuizado o procedimento na quarta-feira, 11, e obtido resultado positivo no dia seguinte por meio de decisão da Dra. Daniela Paraíso Guedes Pereira.
Uma vez intimada da decisão, a senhora foi transferida para a UTI Bernadete no próprio hospital, após o falecimento de um paciente.
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