A viúva de Marielle Franco, Mônica Benicio, afirmou nesta quinta-feira (31/10) que a condenação dos executores da vereadora não traz justíça, mas é algo importante para a história do país. “Não há justiça possível. Mas, sem dúvida, esse é um marco”, disse ela.
O desabafo veio logo após a condenação, pela Justiça do Rio, dos assassinos confessos da vereadora. Ronnie Lessa foi condenado a 78 anos, 9 meses e 30 dias/multa. Já Élcio Queiroz teve pena de 59 anos, 8 meses e 10 dias/multa.
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) havia pedido condenação máxima de 84 anos para Lessa e Élcio.
Mônica afirmou, durante entrevista coletiva após o fim do júri, que a então esposa foi morta por uma questão de princípios. “Marielle foi assassinada pelo que lutava.”
A viúva disse também que a esposa continua viva como um ideal. “Marielle presente é levar sua memória adiante para derrotar o mal que tirou a vida dela.”
Em seguida, Mônica utilizou as redes sociais para comentar a condenação dos assassinos da vereadora, e afirmou que a sentença traz a “sensação de algum alívio”, ainda que não traga Marielle de volta.
“Nenhuma sentença é reparadora. Nenhuma condenação é restauradora da ausência. Não é felicidade o que sinto. O corpo e o coração permanecem tensos. Mas há a sensação de algum alívio em ver, pela primeira vez, alguma materialidade nisso tudo, uma explicação e uma responsabilização que tanto foi esperada, mas especialmente construída com a luta incansável de nós, famílias de Marielle e Anderson, e de milhares de pessoas no mundo que jamais deixaram de exigir”, escreveu a atual vereadora do Rio pelo PSol em uma publicação no Instagram.
Apesar do alívio pela condenação dos executores do crime, a viúva de Marielle afirmou que o caso ainda não está encerrado, e que é preciso responsabilizar os mandantes do ass4ss1nato.
“Ronnie Lessa foi condenado a 78 anos de prisão e Élcio Queiroz a 59 anos de reclusão. Ainda falta a condenação dos mandantes e articuladores do crime, assim como dos demais comparsas, através do STF. Não descansaremos. Não existe mais essa opção”, escreveu.
Fonte: Metrópoles
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