Opinião

Não podemos mais errar no combate à desinformação (fake news) – Por Herval Sampaio

Foto: Pedro França/Agência Senado

Por Herval Sampaio*

Em 2018 o Brasil conheceu de forma sistêmica o fenômeno que ocorrera dois anos antes, em 2016, no Reino Unido e nos Estados Unidos: a disseminação massiva e coordenada de fake news no processo eleitoral. Nosso país passou, naquele ano, por uma quebra de paradigmas que, nos anos seguintes, mostrou ter encontrado aderência social para se instalar e permanecer, causando tantos males à nossa democracia.

Feita a rápida contextualização do problema, chegamos a 2024, e embora o pleito deste ano tenha encerrado há pouco, algo, infelizmente, não cessou com o fim do Segundo Turno: os erros das pesquisas eleitorais para muito além das margens. Essa constatação, que não é novidade, está ancorada em dezenas de exemplos ocorridos ao longo desta quadra eleitoral por todas as partes do Brasil, e em especial no Rio Grande do Norte, Estado no qual moramos e nos orgulhamos, mas os dados a serem discorridos nos entristece e ao mesmo tempo nos fortalece no combate a esse direcionamento criminoso que alguns têm feito e com a mesma intensidade tem de ser reprimido e expurgado do nosso processo eleitoral.

A partir de um projeto desenvolvido em parceria com alguns pesquisadores, de monitoramento das pesquisas registradas desde 1 de janeiro até 20 de outubro, lastreado pelas bases de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), produzimos um estudo que reúne vasto acervo de informações que corroboram a premissa de que as pesquisas eleitorais tornaram-se um instrumento de desinformação (fake news) em massa, como modus operandi de partidos e políticos para lograr êxito nas disputas municipais, a saber: crescimento vertiginoso e atípico dos gastos com pesquisas, da quantidade delas, do preço médio, do número de institutos e do perfil dos contratantes, por vezes incompatível com o faturamento destes, dados irrefutáveis que merecem uma investigação muito rigorosa e criteriosa.

O primeiro dado que merece atenção diz respeito ao aumento dos gastos registrados no Brasil, comparando-se 2016 com 2024: foram R$ 71 milhões há 8 anos, e agora romperam a casa dos R$ 171 milhões. Ou seja, as 14,8 mil pesquisas registradas nesta eleição custaram R$ 100 milhões a mais. Isso implica dizer que o valor médio de cada levantamento cresceu de R$ 7,9 mil (2016) para R$ 11,5 mil (2024).

No Rio Grande do Norte, há números que chamam mais atenção sobre vários aspectos. O primeiro deles é o volume de recursos gastos com pesquisas registradas: R$ 5,3 milhões em 2024. Isso equivale a 8 vezes o que foi gasto na eleição de 2016 no estado (R$ 679 mil) – apenas em Natal, as cifras passaram de R$ 1,6 milhão agora, contra R$ 239 mil em 2016, com aumento de quase 7 vezes.

Quanto ao volume de levantamentos registrados, foram 744 neste ano, contra apenas 144 em 2016. Aumento de 600 pesquisas ou 416%. Isso fez com que o Estado ocupasse o 8º entre os 26 estados com mais pesquisas divulgadas, e 3 cidades aparecem entre as 30 do Brasil: Natal (4º, com 101), Parnamirim (23º, com 37) e São Gonçalo (30º, com 32). E Natal teve o crescimento mais vertiginoso, passando de apenas 15 em 2016 para 101 em 2024. Importante enfatizar, que no nosso estudo só consideramos as registradas no TSE. As chamadas “pesquisas internas”, realizadas pelas campanhas dos candidatos, é quase impossível no momento, de elaborar qualquer diagnóstico pela dificuldade na captação dos dados devido o seu caráter restrito aos contratantes/pagantes.

No que diz respeito aos institutos que atuaram no Rio Grande do Norte, o número saltou de 11 em 2016 para 31 neste ano, redundando em crescimento de 181% no comparativo. Na capital potiguar, no mesmo período, passaram de 4 para 19, equivalente a quase 5 vezes mais. A explosão numérica aqui mencionada é assombrosa por si só!

Com a elevada quantidade de institutos oferecendo serviços, criou-se um cenário no país inteiro, refletido de forma acentuada em solo potiguar, que nos parece ter desbordado na mercantilização das pesquisas, haja vista que o total de cidades do Estado que realizaram pesquisas subiu de 63 (2016) para 128 (2024), ou seja, mais do que dobraram.

Casos que ilustram o problema

A utilização de pesquisas como instrumento de desinformação tornou-se tão efetivo e presente nas eleições, que houve casos em que candidatos e partidos sentiram-se à vontade para, não apenas realizarem levantamentos, como fazê-los de forma pública, com registro oficial junto ao TSE, e compondo suas prestações de contas, sem qualquer constrangimento, e é nesta nódoa que para nós reside o problema.

No estado, tivemos candidatos a prefeito Coronel Ezequiel e São Bento do Trairí que contrataram, registraram e divulgaram pesquisas eleitorais ao longo da disputa. Houve também o caso de um partido (PSD) que contratou, registrou e deu publicidade a levantamentos onde seus candidatos concorriam, casos de Apodi, São Bento do Trairí e São Miguel do Gostoso.

Em outras cidades, houve candidatos que contrataram institutos de pesquisa com recursos de campanha, do fundo eleitoral, e esses institutos, mesmo diante do claro conflito ético, permaneceram publicando levantamentos na capital, casos da Consult, Exatus e Datavero, que no 1º turno tiveram suas projeções de véspera errando para além das margens de erro, inclusive na indicação de quais seriam os 2 candidatos a passarem ao 2º turno. Tais institutos obtiveram melhor desempenho no 2º turno, quando havia apenas 2 candidatos e a tendência de oscilação dentro das margens de erro é maior.

Também foi possível verificar situações, no mínimo, curiosas, como o fato de que ao menos 125 pesquisas registradas tiveram os institutos se autodeclarando como contratantes/pagantes dos trabalhos que eles próprios realizaram. É dizer que 1 a cada 5 serviços contratados foi ‘doado’. Inclusive apenas 2 institutos concentram a maioria desses 125 levantamentos. E esses dados ganham contornos mais chamativos quando se verifica que eles consumiram cerca de R$ 1,1 milhão. Ou seja, essas empresas vão na contramão a um princípio básico do capitalismo, a relação entre receitas e despesas, como forma de sobrevivência econômico-financeira.

Outro fato que chama atenção é que blogs, sites e portais foram responsáveis por R$ 2,5 milhões ou quase metade (47%) dos recursos que custearam as pesquisas, indicando uma representatividade desproporcional à fatia que ocupam do mercado publicitário potiguar. Tanto assim, que os veículos da mídia tradicional (TV e rádio) foram responsáveis por menos de 20% dos gastos, denotando também desproporcionalidade, neste caso inversa, da representatividade deles no mercado estadual. Tal fato nos faz se perguntar: o mercado dos blogs é tão virtuoso que permite investimento milionário? A pesquisa eleitoral é um “produto” rentável financeiramente capaz de tamanho gasto por seus proprietários?

Erros dos institutos

Para verificar o desempenho dos institutos é preciso utilizar um parâmetro justo e, no caso da eleição de 2024, no Rio Grande do Norte, o trabalho realizado por esses pesquisadores se valeu do comparativo entre os votos totais nas urnas e as intenções de votos estimuladas apontadas em cada levantamento, dentre aqueles realizados nos últimos 4 dias anteriores à eleição, particularmente do pleito das 6 cidades em que houve mais registros de pesquisas: Natal, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, São José de Mipibu e Apodi.

Ao final do primeiro turno, apenas 1 (TS2, em Mossoró) entre as 28 pesquisas avaliadas aproximou-se do resultado das urnas, dentro das margens de erro. Significa que apenas 3,5% das pesquisas tiveram desempenho certeiro, e no caso de Natal, apenas 1 instituto (AtlasIntel) acertou quais candidatos iriam ao 2º turno. Contraditoriamente, embora o instituto que mais se aproximou do resultado em Mossoró, foi o que trouxe o maior “erro médio” em Natal. Conforme o quadro abaixo, nenhum instituto conseguiu obter desempenho abaixo dos 3,5% de margem de erro:

Já no 2º turno ocorrido em Natal, embora tenham melhorado na precisão, os institutos realizaram 29 levantamentos entre 07/10 e 26/10, 11 dos quais divulgados nos últimos dias, e ainda assim, verificou-se uma oscilação com discrepâncias acentuadas, variando de maioria pró-Natália Bonavides em 1,5% e pró-Paulinho Freire em 20,5%, quando o resultado das urnas trouxe uma diferença de 10,1% em favor do candidato do União Brasil, como detalhado a seguir:

As estimativas capturadas pelos institutos Seta e Qualittá são simbólicos do problema, na medida em que apresentam cenários diametralmente opostos em vencedor e maioria, para muito além do razoável das margens de erro, merecendo, nosso sentir, uma investigação rigorosa como defendida, pois no mínimo é estranho imaginar que uma pesquisa que é científica, por excelência, apresente um disparate muito além das margens de erro, sem que se aponte nenhum fato excepcional justificador. Com a palavra o Ministério Público!

Sociedade unida é o caminho para resolver o problema

Nos parece que o universo das pesquisas eleitorais, ao seguir uma dinâmica quase que exclusivamente entregue à iniciativa privada, no caso do Brasil, criou ambiente propício à formação de um ciclo vicioso que envolve políticos, institutos e blogs/portais, envidados no propósito dos seus respectivos interesses individuais, a despeito do compromisso único e imaculável de expressar o pensamento coletivo em dado recorte temporal.

Dessa constatação, deriva a necessidade de que, de igual modo, a sociedade se mobilize para, a partir também de uma tríade (universidades, judiciários e mídia tradicional), se possa construir uma alternativa que permita entregar à população, quando dos pleitos bienais, pesquisas isentas, íntegras, permeadas da credibilidade e da expertise técnica da academia, conduzindo, nesse campo, ao protagonismo da ciência e não das fake news.

Isto não significa, em momento algum, sugerir o fim dos institutos privados. Ao contrário. Com isso, as empresas cuidariam de um nicho bem maior e afeto aos interesses de seus contraentes, que é o das pesquisas de consumo interno, que para atingirem seus escopos, nunca vai se permitir que a ciência não seja priorizada, já que os resultados servirão realmente para a campanha e eventual governo.

Para completar, sugere-se que ao final de cada eleição, as universidades publicariam um ranking de desempenho dos institutos, de acordo com o erro médio calculado a partir do comparativo entre intenção de votos estimulada e votos totais nas urnas, a servir como balizador da reputação de todos os que participaram do pleito, como uma espécie de agência de checagens como existe no combate às fake news.

Ao contrário de uma pesquisa cientificamente fundamentada por uma universidade respeitada, uma pesquisa eleitoral sem a devida transparência e quem sabe, manipulada e tendenciosa, pode influenciar no resultado de uma eleição e na democracia.

Ao fim e ao cabo, estamos chamando atenção para o problema e dando uma pequena contribuição ao debate público, tentando unir a academia e o judiciário para oferecer alternativas a contornar a gênese da questão, porque se atores sociais como o – TSE, as universidades públicas e a mídia tradicional, sem olvidar os blogs e demais atores da mídia social que não aceitem participar de farsas – não se unirem para implementar iniciativas concretas como as aqui sugeridas, correremos o risco de repetir em 2026 o processo de corrosão e fragilização da democracia de modo ainda mais agudo, institucionalizando-se via “pesquisas fake news” na nossa cara e sem pudor, violando vários atos normativos de uma vez só, inclusive a nova resolução do TSE de combate à desinformação. Feito o alerta!

*José Herval Sampaio Júnior é Juiz de Direito TJ/RN, Doutor em Direito Constitucional pela UFPR e Professor do Curso de Direito da UERN.

Opinião dos leitores

  1. Esse magnifico trabalho do Doutor José Herval Sampaio Júnior, deveria se tornar a bussola para que as autoridades brasileiras e os politico se debrucem, em busca não só do aperfeiçoamento mas da moralização dessa ferramenta desagregadora da nossa DEMOCRACIA, usada como uma verdadeira banca de negócios nas campanhas eleitorais. Vale ressaltar que grande parte do seu efeito negativo, foram os mais de 33.000.000 (21,2%) de abstenção em todo o Brasil e 150.000 (26%) em Natal, no Segundo turno

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Economia

Carne no Brasil subiu quase 5 vezes mais que preço de exportação e dólar explica diferença

Foto: Pixabay/arte Canal Rural

A alta do dólar tem grande responsabilidade na disparada do preço da carne bovina no Brasil.

Dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) mostram que o preço pago pelos brasileiros aumentou quase cinco vezes mais que o valor das exportações. A diferença é, basicamente, explicada pelo câmbio.

Mensalmente, a FAO acompanha o preço de diversos alimentos no mundo. A pesquisa confirma que boa parte das proteínas animais ficou mais cara em 2024.

Aos clientes no exterior, produtores brasileiros cobraram média de US$ 4.952 a tonelada da carne bovina em dezembro de 2024. O valor teve reajuste de 4,3% no decorrer do ano passado.

Para a realização da pesquisa, a FAO observa o preço em dólares por tonelada. No Brasil, são consideradas a carne bovina fresca, resfriada e/ou congelada, conforme dados do Comex Stat do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).

Aos clientes brasileiros, a carne vendida nos supermercados teve aumento muito mais intenso: 20,8%, segundo dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Quase cinco vezes mais que o aumento em dólares.

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CNN Brasil

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Geral

Recomposição salarial: Governo do RN propõe pagar Segurança e Saúde em fevereiro

Foto: Marcelo Casal/Agência Brasil

Um dia após anunciar que a recomposição salarial de janeiro, fevereiro e março para a Segurança e Saúde só seria paga após negociação em junho, o Governo do RN se reuniu nesta terça-feira (28) com as categorias e propôs o início do pagamento para fevereiro.

Na segunda-feira (27), as categorias ficaram revoltadas ao saberem que o Governo não cumpriria com a proposta inicial que foi negociada e aprovada. Hoje, o secretário de Fazenda, Carlos Eduardo Xavier, foi quem se reuniu com os sindicalistas e apresentou a possibilidade. Agora o governo aguarda uma resposta.

“Acho que o diálogo foi bom, a gente apresentou uma nova proposta de implantação já agora em fevereiro das recomposições, tanto da Saúde quanto da Segurança. Acho que a recepção foi boa, É um esforço do governo. Todos sabem das dificuldades que o governo vem passando desde a redução da alíquota do ICMS, em 2024, que ela continua ainda agora em 2025, mas é um gesto do governo de respeito aos servidores, disse o secretário.

Carlos Eduardo Xavier disse esperar uma resposta positiva das categorias. “Eles ficaram de levar para as categorias. A gente imagina que vá ser vá ter um retorno positivo, porque já em fevereiro todos os servidores da Segurança e da Saúde terão já implantados nos seus contracheques as recomposições salariais”, afirmou.

O secretário de Administração, Pedro Lopes, explicou que o pagamento será possível em fevereiro porque hoje o Governo Federal anunciou um crescimento na receita que será destinada ao RN por meio do Fundo de Participação do Estado (FPE). Esse crescimento é resultado do crescimento da arrecadação do Governo Federal.

A arrecadação do governo federal fechou o ano em R$ 2,709 trilhões, informou hoje (28) a Receita Federal. É o maior valor registrado na série histórica, iniciada em 1995. Descontada a inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o arrecadado ficou em R$ 2,653 trilhões, o que representa um crescimento real de 9,6% em 2024, na comparação com o ano anterior.

Segundo a Receita, o aumento decorreu principalmente da expansão da atividade econômica que afetou positivamente a arrecadação e da melhora no recolhimento do PIS/Cofins (Programa de Interação Social/Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) em razão do retorno da tributação incidente sobre os combustíveis, entre outros fatores.

Novo Notícias

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Brasil

Ministério Público mira emendas Pix em 400 cidades e apura corrupção

Foto: Antonio Augusto/Comunicação/MPF

O Ministério Público Federal abriu, nos últimos meses, procedimentos para monitorar o uso das chamadas emendas Pix enviadas às prefeituras de ao menos 400 municípios e aos governos de três estados.

A justificativa é que essas emendas —conhecidas pela baixa transparência e pela falta de necessidade de apontar a área em que a verba é aplicada— favoreceriam “a prática de atos de corrupção e o uso inadequado de recursos públicos”.

Centenas de portarias publicadas entre setembro de 2024 e janeiro deste ano anunciam o acompanhamento de recursos que foram enviados a cidades espalhadas por todo o Brasil, além dos estados do Rio de Janeiro, do Maranhão e de Roraima.

O Ministério Público Federal abriu, nos últimos meses, procedimentos para monitorar o uso das chamadas emendas Pix enviadas às prefeituras de ao menos 400 municípios e aos governos de três estados.

A justificativa é que essas emendas —conhecidas pela baixa transparência e pela falta de necessidade de apontar a área em que a verba é aplicada— favoreceriam “a prática de atos de corrupção e o uso inadequado de recursos públicos”.

Centenas de portarias publicadas entre setembro de 2024 e janeiro deste ano anunciam o acompanhamento de recursos que foram enviados a cidades espalhadas por todo o Brasil, além dos estados do Rio de Janeiro, do Maranhão e de Roraima.

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Folha de São Paulo

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Saúde

Falta de receitas amarelas deixa pacientes sem medicamentos controlados no RN

Foto: Odair Leal/Sesacre

Pacientes que utilizam medicamentos controlados estão com dificuldade para ter acesso aos remédios por falta de receitas especiais no Rio Grande do Norte. Em clínicas de Natal, médicos têm deixado de prescrever os remédios por falta da receita tipo A, conhecida como “receita amarela”. Sem medicamentos, pacientes correm risco de ter seus quadros de saúde agravados.

Segundo norma da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), as receitas amarelas não podem ser impressas diretamente por médicos e estabelecimentos de saúde. A partir da demanda dos profissionais, elas são enviadas pelo órgão local de vigilância sanitária – no caso do RN, é a Subcoordenadoria da Vigilância Sanitária (Suvisa), órgão estadual.

A receita amarela é usada para a prescrição de entorpecentes e alguns psicotrópicos. A Anvisa monitora a venda dos medicamentos com receita amarela para reduzir o abuso no uso das drogas.

À 98 FM, o técnico Cícero Belarmino de Oliveira, da Suvisa-RN, informou que o órgão adquiriu 10 mil blocos de receitas amarelas em 2024, com previsão de durar até março de 2025. Cada bloco tem 20 receitas, o que totaliza 200 mil receitas. A alta demanda fez com que as receitas acabassem em outubro, cinco meses antes do previsto.

De acordo com o técnico da Suvisa-RN, uma nova remessa de receitas já foi encomendada junto a um fornecedor, que deverá fazer a entrega dos blocos em até 10 dias. A previsão é que a situação esteja normalizada em 15 de fevereiro, com o envio das receitas para os médicos e estabelecimentos autorizados. Para durar até março de 2026, foram encomendados 20 mil blocos, com 20 receitas cada – totalizando 400 mil receitas.

Enquanto a nova carga de receitas não chega, a Suvisa-RN orienta que os médicos e estabelecimentos de saúde tenham máxima cautela e moderação na prescrição dos medicamentos, só dispensando remédios em casos de real necessidade. Segundo a Suvisa-RN, ainda há receitas na sede do órgão, que são liberadas sob demanda. Os demais casos devem aguardar até a chegada das novas receitas.

Portal 98FM

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Geral

VÍDEO: Robô é testado para desobstrução da rede de drenagem em Natal


A Secretaria Municipal de Infraestrutura de Natal (Seinfra) iniciou, nesta terça-feira (28), na Lagoa do Santarém, os testes com o robô que será usado para identificar possíveis obstruções na rede de drenagem do Município. De acordo com a pasta, a tecnologia vai ajudar a identificar os problemas de forma mais ágil e eficaz.

De acordo com a Seinfra, os serviços de manutenção da rede de drenagem são realizados regularmente e, com o período de chuvas, problemas nas tubulações acontecem com frequência, causados por obstruções dentro dos tubos. Com o investimento em tecnologia avançada para a identificação desses dejetos, o processo se torna mais rápido e auxilia a verificar se há buracos ou fissuras nas galerias.

A Seinfra utilizará o robô como monitor, que consegue entrar na rede de drenagem e mostrar, por sistema de vídeo, se há objetos atrapalhando o fluxo do sistema. O processo também indica se é necessário realizar algum reparo e até mesmo se há ligações clandestinas.

Além disso, a Secretaria também fará a utilização de caminhões de hidrojato e sucção, que impulsionam o material causador da obstrução para a caixa de inspeção mais próxima. Para a titular da Seinfra, Shirley Cavalcanti, a inovação tecnológica amplia e torna mais célere todo esse trabalho de manutenção e reparo das galerias. “Com o auxílio dos robôs, vamos conseguir atuar coibindo as ligações clandestinas e fazer o desbloqueio mais ágil das tubulações na nossa rede”, completa.

Tribuna do Norte

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Brasil

Greve da Receita Federal passa de 2 meses e trava comércio exterior

Foto- Marcelo Camargo – Ag.Brasil

A greve dos auditores fiscais da Receita Federal, que já dura mais de dois meses, está provocando um verdadeiro colapso no comércio exterior e na logística do país. A estimativa das empresas do setor aponta que cerca de 75 mil remessas expressas de importação e exportação estão paradas nos terminais alfandegários do Brasil, impedindo a circulação de mercadorias essenciais e gerando prejuízos bilionários para empresas e consumidores.

O presidente da FPLM, deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP), fez um alerta contundente sobre os impactos da paralisação. “Esses atrasos não afetam apenas as empresas de logística, mas destroem a competitividade do Brasil no mercado global. Produtos essenciais, como kits laboratoriais e peças industriais, estão presos nos depósitos, prejudicando as cadeias produtivas e colocando pequenas e médias empresas (PMEs) em risco”, afirmou o deputado.

Dados do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo (SINDASP) mostram que greves anteriores resultaram em perdas de R$ 3 bilhões em apenas seis meses. Especialistas alertam que a atual paralisação pode ser ainda mais devastadora para a economia nacional.

A greve foi deflagrada em 21 de novembro, após decisão do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional), que reivindica reajustes salariais. Entretanto, para a FPLM e outras entidades, o impacto econômico e logístico da paralisação é insustentável.

“A economia brasileira não pode ficar refém desse impasse. Empresas enfrentam dificuldades gigantescas, consumidores estão frustrados, e o país perde credibilidade internacional. Precisamos de uma solução urgente”, enfatizou Rodrigo Marinho, diretor-executivo do Instituto Livre Mercado (ILM).

A FPLM reforça que o Ministério da Fazenda e o Ministério da Gestão e da Inovação precisam agir imediatamente para destravar as operações e evitar um colapso ainda maior no comércio exterior e na logística do país.

Diário do Poder

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Brasil

Transações por Pix voltam a crescer na 2ª metade de janeiro

Marcello Casal Jr/Agência Brasil – 4.11.2020

Após a onda de fake news de uma falsa taxação do Pix, o volume de transações voltou a aproximar-se da média histórica na terceira semana de janeiro. Dos dias 16 a 27 deste mês, o número de transferências totalizou 1,923 bilhões, alta de 0,24% em relação aos mesmos dias de novembro, segundo as estatísticas do Sistema de Pagamentos Instantâneo do Banco Central.

O levantamento vai do dia seguinte à revogação da norma que modernizava a fiscalização do Pix e de outros tipos de transferências financeiras até segunda-feira (27). Por causa de uma onda de desinformação, que acarretou fraudes, como falsos boletos de cobrança de impostos e crimes à ordem econômica, como cobrança de preços diferenciados entre Pix e outras modalidades, a Receita Federal cancelou a instrução normativa que tinha entrado em vigor em 1º de janeiro.

Em relação a dezembro, o volume de transferências via Pix caiu 13,1% na comparação entre os dias 16 e 27. No entanto, o último mês do ano historicamente tem um pico de transferências por causa do pagamento do 13º salário, das compras de Natal e das férias de fim de ano. Dessa forma, o padrão histórico mais apropriado de comparação é com o mesmo período de novembro.

A onda de mentiras sobre o Pix que circulou na primeira quinzena de janeiro fez o volume de transações cair 13,4% de 1º a 15 de janeiro em relação a dezembro. Na comparação com o mesmo período de novembro, o recuo chegou a 6,7%. Se considerar o período entre 1 e 14 de janeiro, a queda chega a 15,7% em relação a dezembro e a 7,9% em relação a novembro.

MP do governo reforçou gratuidade do Pix

Além de revogar a norma, o governo editou uma medida provisória que reforça a isenção de impostos e o sigilo bancário sobre o Pix, princípios já garantidos pela Constituição.

A MP também proíbe a cobrança de preços diferenciados pelo comércio para transações via Pix. Embora a Receita Federal tenha esclarecido que a instrução normativa não acarretaria cobrança de impostos pelo Pix, o crescimento na circulação de fake news sobre o tema forçou o cancelamento das novas regras.

R7

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Saúde

Humana Saúde esclarece situação com Hospital Rio Grande e garante atendimento aos beneficiários

Reprodução

A Humana Saúde informa que, em virtude de uma suspensão, acionou judicialmente o Hospital Rio Grande e restabeleceu de imediato os atendimentos aos seus beneficiários. Confira:

NOTA

A Humana Saúde, em razão da suspensão de atendimento comunicada pelo Hospital Rio Grande em suas redes sociais, vem a público esclarecer que não foi formalmente notificada sobre a decisão, tendo tomado conhecimento do fato apenas pelas publicações realizadas pelo hospital.

Reafirmando o compromisso com os nossos clientes, a Humana Saúde, em virtude da suspensão, acionou judicialmente o Hospital Rio Grande e foi garantida uma liminar determinando o restabelecimento imediato dos atendimentos aos nossos beneficiários.

Por fim, a Humana Saúde reitera seu compromisso e respeito com seus beneficiários e informa que continuará trabalhando para resolver essa situação da melhor forma possível, sempre com o objetivo de oferecer serviços de qualidade e excelência aos seus clientes.

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Polícia

[VÍDEO]TENSÃO: Perseguição policial em Mossoró tem troca de tiros e fuga na contramão

Uma perseguição policial cinematográfica deixou os motoristas de Mossoró em estado de alerta nesta segunda-feira.

Um veículo em fuga avançou pela contramão de uma das avenidas da cidade, enquanto as viaturas da polícia acompanhavam o suspeito pela via oposta. As cenas de tensão foram registradas e nas imagens é possível ouvir o som de disparos de arma de fogo durante a ação.

Imagens: Blog Gustavo Negreiros

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Brasil

OPINIÃO – Por que tanta indignação com as deportações de Trump se Biden fazia igual?

 

Reprodução | Instagram Folha

Os 88 brasileiros que chegaram na sexta-feira, aliás, tinham sido apreendidos no governo Biden e aguardavam a deportação.

O que mudou, então? Primeiro: agora foram aviões militares. Segundo: o presidente agora era Trump. Ele próprio alardeia seu combate contra a imigração como algo sem precedentes. Ele de fato promete aumentar substancialmente as deportações, mas o que vimos essas dias foi continuidade, não mudança.

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Opinião | Folha de São Paulo

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