Com informações do Diário de Natal
Na última semana a capital potiguar foi rankeada como a terceira cidade mais cara do Nordeste para comer fora de casa e nona no país, segundo o Índice Alelo de Preço Médio de Refeição, elaborado em parceria com o Instituto Datafolha.
O preço médio para almoçar fora em Natal subiu de R$ 23,71 para R$ 29,87 em um ano.
Em 2010 o mesmo estudo apontou Natal como a cidade mais barata entre as capitais nordestinas pesquisadas – as outras são Recife, São Luís, Fortaleza e Salvador.
De acordo com o coordenador de Inteligência de Mercado da Alelo, Márcio Chinatto, a posição de Natal é um reflexo do crescimento do país e especialmente no Nordeste.
Distorção
O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do RN (Abrasel/RN), Max Fonseca, discorda da posição da capital potiguar no ranking da pesquisa. “Houve uma distorção que jogou Natal para cima”, avalia. O preço do serviço à la carte, colocado em R$ 51,08, é que elevou a posição da cidade de maneira global, segundo a análise de Fonseca. Além disso, o presidente da Abrasel/RN contesta a justificativa de que o custo alto se deve à questão turística. “Petrópolis é o bairro que tem a alimentação mais cara, e em Ponta Negra, onde estão os turistas, é mais barato”, argumenta.
De acordo com Max Fonseca o fato da pesquisa se restringir aos 87 estabelecimentos gastronômicos credenciados à rede Visa Vale não dá uma dimensão concreta de quanto se paga para comer em Natal. “O custo depende de muitos fatores, que envolvem marca, padrão, infraestrutura#tudo interfere nisso”, conclui.
Preços nas alturas
Que o diga Yrian Liana Bezerra, 29 anos. Por trabalhar os dois expedientes como gerente em uma loja de shopping, a estudante de Administração almoça todos os dias na praça de alimentação do estabelecimento, e computa R$ 300 em gastos só com o almoço. “É muito, dá mais de 30% do salário”, calcula. Por dia a refeição sai entre R$ 13 e R$ 16, mesmo com os descontos oferecidos a funcionários do shopping. “É uma questão de comodidade. É mais fácil subir e comer na praça do que sair para comer”, diz a estudante.
No mesmo shopping os vendedores Stevie Wonder de França, 23, e Ranny Kelly, 29, também procuram a praça de alimentação para o almoço, porém a dupla não consegue financiar a “mordomia” todo dia. “Dá para ir do dia 5 a 20, depois a gente começa a apelar para outros meios”, brinca Stevie Wonder, confessando que compra fiado em algumas ocasiões, ou procura lugares mais baratos. Sobre a insistência de manter o hábito mesmo com os gastos extrapolando o orçamento, o vendedor explica. “Gera um vício. A gente se acostuma e também quer variar o cardápio”.
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