Foto: Reprodução/Jornal da Record
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, acusou nesta quinta-feira (16) o grupo terrorista do Hamas de alterarem termos do cessar-fogo na Faixa de Gaza, afirmando que o grupo causou uma “crise de última hora” no acordo.
As acusações ocorrem em meio à reunião do conselho de ministros de Netanyahu, que ocorreria nesta quinta-feira (16) para aprovar detalhes da resolução. Netanyahu não especificou os pontos que, segundo ele, foram feridos pelo grupo terrorista.
“O gabinete não vai se reunir até os mediadores notificarem Israel de que o Hamas aceitou todos os itens do acordo”, disse Netanyahu em comunicado.
Terroristas do Hamas negaram o recuo e afirmaram que o grupo está respeitando os termos do acordo que foram negociados pelos mediadores, segundo as agências de notícias Reuters e AP. Ainda não se sabe se o impasse com o Hamas atrasará a implementação do cessar-fogo, previsto para domingo (19).
Tecnicamente, a aprovação do acordo por Israel não é oficial até que seja reconhecida pelo gabinete de segurança e pelo governo do país. Israel afirma que alguns detalhes do documento ainda precisam ser finalizados.
Membros mais conservadores do governo de Netanyahu ainda tentam impedir que o acordo seja efetivado, no entanto, ainda é esperado que a maioria dos ministros israelenses apoiem a medida.
O ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, disse que seu partido só permaneceria no governo se Israel retomasse a guerra com força total até que o Hamas fosse derrotado. O ministro da Polícia, Itamar Ben Gvir, também ameaçou deixar o governo se o cessar-fogo for aprovado.
Até esta quinta-feira (16), 46.788 palestinos morreram no conflito, segundo levantamento do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo terrorista. A maioria das mortes é de mulheres e crianças, segundo órgãos internacionais. Ao menos 73 foram mortos desde o anúncio do cessar-fogo.
Na esteira da “crise de última hora”, o chefe do Mossad, órgão de inteligência de Israel, David Barnea, e a equipe de negociação israelense ainda estão em Doha, capital do Catar, finalizando os detalhes do acordo. Segundo o jornal The Times of Israel, os impasses incluem divergências sobre quais prisioneiros detidos por Israel serão libertados ao Hamas.
Entenda as fases do acordo
Os termos do cessar-fogo preveem, sobretudo, a libertação de todos os reféns que ainda estão sob o poder dos terroristas do Hamas. Cerca de 100 pessoas que foram sequestradas pelo grupo em Israel, em outubro de 2023, continuam na Faixa de Gaza.
A primeira fase do acordo deve durar seis semanas e exige a libertação de 33 reféns. Eles serão liberados aos poucos. Durante este período, Israel se compromete a retirar parte das tropas da Faixa de Gaza e a soltar prisioneiros capturados durante a guerra.
A segunda fase do cessar-fogo será negociada no início de fevereiro, enquanto a primeira etapa ainda estiver em vigor. A partir daí, Israel e Hamas tratarão da libertação dos demais reféns que estão com o grupo terrorista, incluindo os corpos daqueles que morreram.
Já a terceira e última fase também depende de negociações. Segundo o plano, nesta etapa serão acordados a reconstrução de Gaza e as diretrizes para o próximo governo do território.
R7
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