Jornalismo

O Jeitinho e o Jeitão Bra$ileiro no desleixo com as obra$ da Copa

O título é deste blogueiro, o texto é do potiguar, jornalista é professor da USP, Gaudêncio Torquato, publicado hoje no Estado de São Paulo.

A explicação, que parece risível, é dada de maneira séria por autoridades: as obras da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016 não sofrerão atrasos. Vai dar tudo certo. Aos fatos: a Arena das Dunas, em Natal (RN), aguarda propostas de parceria. Outros empreendimentos estão em fase inicial. E mais: dos 12 estádios que serão construídos, 5 correm o risco de se transformar em “elefantes brancos” por falta de torcedores suficientes e pelos altos custos de manutenção.

A novela sobre a preparação do Brasil para sediar os dois maiores eventos esportivos mundiais segue um enredo que tem tudo para se tornar sucesso de público e de mídia, por exibir vasto painel do temperamento nacional. Abriga traços do caráter, a começar pelo desleixo, passando pela improvisação, entrando pelo jeitinho e chegando à malandragem, pela inferência de que o atraso no calendário de obras é algo deliberado. Teria o fito de driblar a montanhosa burocracia e, desse modo, livrar a licitação de projetos de complicações, liberar recursos de forma ágil e no fluxo adequado, garantindo a satisfação de todos os “jogadores” da copa preparatória. O afogadilho seria sinônimo de esperteza, e não de improvisação, sob a lógica invertida de “não fazer hoje o que pode ser feito amanhã”. E assim o Brasil pode levar a taça de campeão de novo escopo da administração: “a emergência programática”.

De início, a lembrança: o Brasil foi escolhido para ser a sede da Copa do Mundo de Futebol em 30 de outubro de 2007. De lá para cá, em termos práticos o resultado fica próximo de zero. É evidente que, sendo a paixão nacional, o futebol abre intenso foro de debates, acende fogueiras de vaidades e impulsiona visões conflitantes entre os atores envolvidos na organização do megaevento: times e torcidas, cartolas, cidades-sede da Copa, autoridades governamentais, políticos, empreiteiras e a formidável malha de prestadores de serviços. Cada qual quer tirar proveitos – e proventos – da gigantesca teia de interesses, sabendo-se que não haverá rigidez no controle dos orçamentos.

Lembre-se de que as obras para os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007, foram orçadas inicialmente em R$ 400 milhões. Acabaram em R$ 3,4 bilhões, deixando, ainda, extensos espaços ocupados por “elefantes brancos”. E qual será o orçamento para os dois eventos? Uma incógnita. A decisão de tornar esse orçamento sigiloso – aprovada pela Medida Provisória 527, que cria o Regime Diferenciado de Contratações – faz parte da estratégia de evitar obstruções, o que, para uns (empreiteiros, por exemplo), seria medida de bom senso e, para outros (organizações não governamentais), brecha para os dutos da corrupção

Se houver recursos a rodo, é evidente que o cronograma de obras, mesmo sob aperto, deverá ser cumprido. Tecnologia, gestores e parceiros, isso é o que não falta para tocar o conjunto. Mas, sob o prisma do rigor técnico – dentro do qual se inserem os projetos executivos, a quantidade e a qualidade de materiais, o controle das etapas, a lupa sobre preços e o superfaturamento, a rígida obediência aos parâmetros socioambientais, a preparação da infraestrutura e, obviamente, a análise sobre uso futuro dos equipamentos -, há um imenso acervo a ser examinado. O que exigiria muito tempo.

Na esteira da pressa, o risco Brasil sobe aos píncaros. Veremos na paisagem um portentoso conjunto de obras, algumas chamando a atenção pela pujança estética, mas, no obscuro limite entre os territórios do público e do privado, vicejarão sementes de improvisação, que produzirão colheitas de irresponsabilidade nas frentes das obras. Essa é a química que explica no nosso ethos traços de negligência, desleixo, displicência, relaxamento, bagunça e vivacidade.

A pergunta emerge naturalmente: ante tão flagrante constatação, por que não se muda o ritual? Por que não se fez um planejamento em prazo adequado? Ora, o Brasil cultiva o gosto pelo instantâneo, pelo provisório. Prefere-se, por aqui, administrar o varejo, e não o atacado. É mais vantajoso apagar incêndios do que preveni-los. Coisas planejadas com muita antecedência parecem não combinar com a alma lúdica brasileira, brincalhona, irreverente. Se não fosse obrigado a enfrentar o batente para sobreviver, o brasileiro adoraria passar o ano inteiro na folia. Oswald de Andrade traduziu, um dia, tal estado de espírito ao versejar: “Quando dá uma vontade louca de trabalhar, eu sento quietinho num canto, e espero a vontade passar”. Ademais, como se procurou argumentar, é perceptível uma aliança entre parceiros para deixar para a “última meia hora” o que poderia ser feito “na última hora”. Haverá menos fiscalização, menos burocracia, menos senões e mais apoios.

Da parte de cima da pirâmide social, a expectativa é de que o Estado continue a equilibrar o triângulo que lhe dá sustentação: o poder político, a gestão pública e os círculos de negócios. No caso dos eventos esportivos, o triângulo é formado pela Autoridade Olímpica e pelo Comitê Olímpico, que farão a administração; pelo poder político, que ditará as regras do jogo (por exemplo, votação do regime diferenciado de licitações); e pelos negócios, onde estão os parceiros privados dos empreendimentos. E quanto aos “cinco elefantes brancos”(estádios de Brasília, Cuiabá, Manaus, Natal e Recife), que após a Copa poderão gerar grande prejuízo por falta de contingentes necessários para torná-los autossustentáveis? No país que aprecia o status provisório, essa questão será analisada nas calendas. Cada imbróglio no seu devido tempo. Quando aquele momento chegar, os figurantes pegarão carona no jeitinho e arrumarão verbas para dar nova finalidade às edificações, incluída a sua derrubada.

E, assim, o Brasil vai rolando a bola e brandindo o slogan “antes tarde do que nunca”. Afinal, fazê-las “antes cedo do que tarde” daria muito na vista. E isso, convenhamos, prejudica a visão (e os negócios) dos parceiros.

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Jornalismo

Entregador agredido em Natal ganha carro e agradece apoio: “A Deus e a todos que me ajudaram”

Foto: Reprodução

O motoentregador Jonny Davys, que foi agredido em Natal no último sábado (15), recebeu mais uma notícia para comemorar: ele foi contemplado com um carro doado pela empresa BYD. A informação foi compartilhada pelo apresentador Luciano Huck nesta sexta-feira (21), por meio de vídeo no qual ele aparece em videochamada com o trabalhador e o vice-presidente sênior da BYD do Brasil, Alexandre Baldy.

No vídeo, Baldy enfatiza a força demonstrada por Jonny e o quanto ele merece todo o suporte que vem recebendo para melhorar sua qualidade de vida e a da família: “Eu quero te dizer que você é um brasileiro que merece toda essa força e todo esse apoio. Nós teremos aqui a alegria de poder te entregar um BYD Dolphin Mini para que você possa mudar a sua vida definitivamente”.

Emocionado com o anúncio, o motoentregador agradeceu a Deus pela conquista e reconheceu o papel de outros motoentregadores em sua caminhada. “Obrigado meu Deus. Agradecer a Deus, primeiramente, e a todos que me ajudaram, [incluindo] os motoboys. Quero muito agradecer a minha categoria. É o dia mais feliz da minha vida “, compartilhou.

A conquista do carro acontece pouco tempo depois da “vaquinha” lançada na internet pelo apresentador Luciano Huck, a fim de ajudar Jonny, chegar a R$ 101.280,84 doados.

O motoentregador é pai de cinco filhas. Em conversa com ele, o apresentador da Rede Globo revelou que o trabalhador disse ter um sonho: que as filhas possam estudar para não passar nunca pela humilhação que ele passou.

Tribuna do Norte

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Jornalismo

DENÚNCIA: Falta medicamento de quimioterapia no Hospital Onofre Lopes

Foto: Reprodução

Uma denúncia que chegou ao BLOGDOBG, nesta sexta-feira (21), fala sobre a falta de medicamentos de quimioterapia no Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL).

Os pacientes entraram em contato e disseram que não estão realizando o tratamento por falta do medicamento.

A  ausência desses medicamentos tem causado impactos significativos na assistência prestada aos pacientes, resultando em potenciais danos ao prognóstico e à qualidade de vida dos mesmos.

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Política

Aldo Clemente é escolhido presidente da CCJ em Natal

Foto: Francisco de Assis

Durante sessão parlamentar na Câmara Municipal de Natal, o vereador Aldo Clemente foi escolhido presidente da Comissão de Legislação, Justiça e Redação Final (CCJ), a mais importante da Casa Legislativa.

A CCJ é a comissão responsável por analisar a constitucionalidade, legalidade e técnica legislativa de todos os projetos que tramitam no Legislativo municipal, sendo um pilar essencial para garantir que as propostas apresentadas estejam em conformidade com as leis e os interesses da população.

“É uma honra assumir essa missão e presidir a Comissão de Justiça, que desempenha um papel fundamental na instrução das matérias. Vamos atuar em conjunto com os demais membros da Comissão, com compromisso, responsabilidade e imparcialidade, garantindo que os projetos sejam analisados com rigor técnico e respeito às leis”, destacou Aldo Clemente.

Tribuna do Norte

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Trânsito

STTU define operação de trânsito para prévias de bloquinhos neste fim de semana. Confira

Foto: Divulgação

A Secretaria de Mobilidade Urbana montou um esquema especial de trânsito para cobrir os bloquinhos durante as prévias carnavalescas neste fim de semana. De acordo com o órgão, equipes de inspetores e agentes de mobilidade irão trabalhar na atuação direta da geração viária, dos bloqueios de vias e na orientação aos foliões, pedestres, ciclistas e condutores de veículos como também na gestão da fluidez do trânsito.

De acordo com a STTU, a partir da passagem dos blocos por cada via e dispersão, o trânsito retoma às condições normais.

SEXTA-FEIRA (21)

Bloco “K D Xodó”| Concentração na Av. Rodrigues Alves, na Casa do Goiamum, a partir das 16h. Percurso: Rodrigues Alves, rua Ceará-Mirim e Hermes da Fonseca com dispersão no Aero Clube de Natal.

SÁBADO (22)

Bloco “Nem se acaba, nem fica pouco”| Concentração Praça Augusto Leite, a partir das 15h. Percurso: rua Major Laurentino de Morais, Alberto Maranhão e Av. Hermes da Fonseca com dispersão no Aero Clube de Natal.

Bloco “Enquanto Campos Corre, Sales Caminha”| Concentração Largo do Atheneu, a partir 16h. Percurso: Av. Campos Sales, Largo do Atheneu até a rua Maxaranguape com dispersão.

O trabalho contará com reforço também da Central de Monitoramento do órgão. Agentes de mobilidade irão monitorar em tempo real toda a movimentação do trânsito através das câmeras para que, se necessário, sejam realizados os ajustes na programação semafórica com o objetivo de garantir as boas condições viárias de trafegabilidade.

Novas intervenções para cobrir as prévias de Carnaval em Natal serão anunciadas nesta sexta-feira (21). Os telefones 3232 9107 e 98870 3862 estão à disposição para mais informações e ocorrências no trânsito.

 

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Geral

Papa Francisco completa 1 semana internado com pneumonia; quadro de saúde teve melhora

Foto: Yara Nardi/Reuters

O papa Francisco completou uma semana internado com um quadro de pneumonia nos dois pulmões. O pontífice teve uma boa noite de sono, levantou-se e se alimentou no café da manhã nesta sexta-feira (21), de acordo com o Vaticano.

Francisco, que tem 88 anos, está sendo tratado no Hospital Gemelli, em Roma, onde foi internado em 14 de fevereiro após enfrentar dificuldades respiratórias por vários dias.

A pneumonia bilateral é uma infecção grave que pode inflamar e cicatrizar ambos os pulmões, dificultando a respiração.

Na quinta-feira (20), o Vaticano informou que, pelo segundo dia consecutivo, a condição de Francisco estava ligeiramente melhorando, acrescentando que “os parâmetros hemodinâmicos continuam estáveis”.

Esses parâmetros se referem à capacidade do corpo de regular o fluxo sanguíneo através de seus órgãos e tecidos, explicou o Vaticano.

Antes da confirmação do quadro de pneumonia, o Vaticano havia informado que o papa estava enfrentando uma infecção polimicrobiana e que ele permaneceria no hospital pelo tempo necessário para tratar uma “situação clínica complexa”.

Um oficial do Vaticano ouvido pela agência de notícias Reuters, que preferiu não ser identificado, disse que Francisco estava respirando por conta própria.

G1

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Geral

Governo avalia que racha sobre gastos impacta popularidade de Lula

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Uma ala do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem avaliado que a tentativa de fragilizar Fernando Haddad (Fazenda) e culpar a sua atuação pelo tombo na popularidade do petista é ruim. O argumento é que o Executivo não tem um rumo econômico definido e fica dividido entre medidas de austeridade e novos gastos públicos, causando ruídos e impactando negativamente na popularidade.

Na Esplanada há, de um lado, um grupo que defende gastar energia para recuperar a credibilidade das contas públicas e assim retomar a avaliação positiva do governo. De outro, há quem pense que Lula deve anunciar mais projetos que injetem dinheiro na economia, principalmente para os mais pobres e para a classe média.

Haddad tem embates com os ministros do Planalto, por exemplo, desde o início do governo sobre como lidar com o Orçamento. Defende uma gestão mais austera, enquanto os demais preferem que o governo atue como motor da economia

A crítica feita ao governo no próprio Executivo é de que não há, até hoje, uma estratégia clara. Decide-se tudo no varejo, a quente e conforme a demanda. O resultado são anúncios desastrosos, como o corte de gastos com a isenção do Imposto de Renda.

A análise interna é de que o tombo na popularidade foi influenciado por diversos temas, todos juntos em uma “tempestade perfeita”. O Poder360 lista alguns:

  • ajuste fiscal – foi anunciado com aumento de despesa e perdeu força;
  • dólar em alta – incerteza fiscal e posse de Donald Trump (republicano) nos EUA;
  • juros em alta – aumentos consecutivos para conter a inflação alta;
  • Pixgate – o governo não conseguiu contornar os boatos de que o Pix seria taxado.

A receita para reverter o mau momento do governo, para o grupo de ministros mais fiscalista, seria decidir passar um recado inequívoco sobre austeridade fiscal até 2026. O Planalto teria de aceitar fazer cortes –e isso está fora do radar. Lula prefere injetar dinheiro no bolso dos mais pobres e da classe média para voltar a ser popular.

Secom minimiza

A comunicação do petista tenta passar a impressão de que não se importa com os números da avaliação de Lula. Vende a versão de que a eleição está distante e que não há preocupação com isso, já que as pesquisas são apenas um “retrato do momento”.

Isso se reflete nos comentários públicos do presidente, como em 6 de fevereiro, quando disse que não se deve levar as pesquisas tão a sério.

“[Estamos] muito distantes do processo eleitoral para ficar discutindo pesquisa. Se vai ganhar, se vai perder. Se é rejeitado, se é aceito. Nós temos de dar tempo ao tempo, porque a pesquisa de verdade começa a fazer efeito a partir do momento em que a campanha começa e as pessoas vão para a televisão fazer debate”, declarou Lula em entrevista a rádios baianas.

Neste contexto, a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pode dar tempo para o governo avaliar o efeito real que o episódio terá sobre o eleitorado de centro e de direita. Ou seja, a ideia é ter cautela com o assunto para que a reação não tenha efeitos negativos sobre o governo.

Até porque há uma possibilidade de parte desse grupo pouco simpático a Lula começar a ficar ainda mais antigoverno por causa do processo contra Bolsonaro.

Poder 360

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Chuvas

Fim de semana começa com alerta de chuvas intensas no RN

Foto: Reprodução/Inmet

A sexta-feira (21) deve ser de chuva por quase todo o país. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) aponta que pelo menos 17 estados do Brasil devem ser afetados com chuvas intensas. Segundo o órgão, seis avisos encobrem parte do mapa, sendo eles divididos de forma igual entre “perigo potencial” e “perigo”, menor e média escala, respectivamente.

Os de coloração amarela, de “perigo potencial”, afetam Acre, Amapá, Amazonas, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, São Paulo e Tocantins. Nestes locais, o órgão prevê chuvas entre 20 e 30 mm/h e os ventos pode chegar a 60 km/h.

O alerta de maior intensidade encobre parte do Norte e Nordeste do Brasil. Nestas regiões, apenas Amapá, Amazonas, Ceará, Pará, Piauí e Rio Grande do Norte serão afetados pelas três manchas laranja.

Elas avisam que haverá chuva de até 100 mm/dia, ventos intensos entre 60 e 100 km/h. Além disso, tem risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas.

O Inmet recomenda que em caso de rajadas de vento, não se abrigue debaixo de árvores, pois há risco de queda e descargas elétricas e não estacione veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda. Se possível, desligue aparelhos elétricos e quadro geral de energia. Há risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas.

Metrópoles

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Política

Reforma da renda: deputados se antecipam ao governo e apresentam projetos

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Congressistas do PL e do PSOL se anteciparam ao governo federal e apresentaram projetos de lei para a reforma do Imposto de Renda (IR). O Legislativo aguarda a proposta do Ministério da Fazenda, que deve ser encaminhada ainda em fevereiro, antes do Carnaval.

O centro da proposta do governo será a expansão da faixa de isenção do IR para R$ 5.000 — uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Acompanhará esta medida uma faixa intermediária, com alívio no imposto a ser pago, para aqueles que ganham entre R$ 5.000 e R$ 7.000.

A medida gerará uma perda de arrecadação estimada em R$ 35 bilhões e precisará de uma compensação. A proposta inicial da Fazenda é estabelecer um “imposto mínimo efetivo” para indivíduos que ganham mais de R$ 50 mil por mês.

O projeto mais recente é do PSOL, que foi apresentado no início desta semana pelos parlamentares Sâmia Bomfim (SP), Fernanda Melchionna (RS) e Glauber Braga (RJ). O texto expande a isenção para os mesmos R$ 5.000 e propõe estabelecer outras sete faixas de imposto.

A ideia da nova tabela é aumentar a progressividade do imposto de renda: em relação ao cenário atual de cobrança, haveria desconto de tributos para os brasileiros que ganham entre R$ 5.000 e R$ 15 mil; ao mesmo tempo, seriam mais onerados aqueles de rendimentos superiores a R$ 25 mil.

Em entrevista à CNN, Melchionna indicou que esta proposta não seria “neutra” do ponto de vista tributário — ou seja, precisaria de uma compensação para a renúncia de arrecadação. “Tem que vir acompanhada da taxação de grandes fortunas e da tributação de lucros e dividendos”, indicou a deputada.

A oposição apresentou na última semana sua alternativa para a reforma, com texto que expande o teto da isenção para R$ 10 mil. Autor da proposta, o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ) propôs em entrevista à CNN apertar a fiscalização do Bolsa Família e eliminar fraudes como caminho para cortar gastos e compensar a medida.

Segundo o deputado, a taxa de desocupação atual do país (6,4%), que equivale a 7 milhões de pessoas, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é incompatível com o número de pessoas que recebem o benefício social no país: cerca de 54 milhões de brasileiros.

“Ou o dado do IBGE está errado ou há muita gente recebendo indevidamente. Por meio deste pente-fino no Bolsa Família e um ou outro corte em ministérios, é possível pagar a isenção”, disse o parlamentar ao mencionar cálculos realizados por sua equipe.

CNN

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Brasil

Acidente entre caminhão e ônibus com universitários deixa 12 mortos em rodovia de SP

Foto: Guilherme Leoni/EPTV

Um acidente na noite de quinta-feira (20) entre um ônibus com universitários e um caminhão deixou ao menos 12 mortos e 11 feridos na rodovia Waldir Canevari (SP-355/330), na região de Ribeirão Preto (SP). O trecho da rodovia onde a batida aconteceu é de pista simples.

A colisão ocorreu entre os municípios de Nuporanga (SP) e São José da Bela Vista (SP). No ônibus estavam o motorista e 29 passageiros, a maioria deles estudantes universitários. Até a atualização desta reportagem, as vítimas ainda não tinham sido identificadas.

Os bombeiros e a Polícia Militar Rodoviária concluíram o trabalho de resgate por volta das 4h desta sexta-feira (21). Imagens obtidas pela reportagem mostram o ônibus com a lateral destruída.

G1

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Política

Dino intima governo federal a investigar emendas Pix de eventos

Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF

O ministro Flávio Dino, do STF (Supremo Tribunal Federal), intimou na 5ª feira (20.fev.2025), o governo federal a investigar a execução das chamadas emendas Pix destinadas ao setor de eventos.

O magistrado também determinou que Estados e municípios regularizem em até 30 dias as contas específicas para emendas parlamentares da saúde.

Dino determinou que a Secretaria de Relações Institucionais, o Ministério da Fazenda e o Ministério do Turismo, por intermédio da AGU (Advocacia-Geral da União), verifiquem:

  • se as transferências foram feitas para contas específicas;
  • se é possível rastrear os beneficiários finais;
  • se os eventos contemplados fazem parte do Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos).

A medida integra a ADPF 854 (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental), que trata do chamado orçamento secreto.

Ao mencionar as emendas Pix, Dino se refere às emendas de transferência especial, que não possuem finalidade definida previamente e são transferidas diretamente para Estados e municípios indicados por algum congressista.

Desde 2019, tais emendas individuais são impositivas, ou seja, de liberação obrigatória pelo governo federal.

O Perse foi criado no contexto da pandemia de covid-19, que paralisou o setor de eventos. Por meio do programa, foram concedidas isenções fiscais para as empresas do ramo.

Depois do fim da emergência sanitária, entretanto, o governo precisou entrar em disputa com o Congresso para descontinuar o programa.

Em meio ao embate, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou a levantar suspeitas a respeito de empresas de outros setores que teriam sido beneficiadas indevidamente pelo Perse.

Em seguida, a Receita Federal passou a produzir relatórios sobre o programa e disse ter identificado mais de 2.000 empresas irregulares.

Saúde

Na decisão, Dino deu prazo de 30 dias corridos para que Estados e municípios regularizem todas as contas específicas referentes às emendas parlamentares da saúde.

Para garantir o cumprimento da determinação judicial, o ministro da Corte intimou os representantes do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), do Conasem (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), do Fórum Nacional de Governadores, da CNM (Confederação Nacional de Municípios) e da FNP (Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos).

Além disso, o Ministério da Saúde tem 15 dias para apresentar as medidas adotadas para garantir que os recursos sigam as diretrizes do SUS (Sistema Único de Saúde) e das CITs (Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite).

“É falsa a versão de que existe amplo e imotivado bloqueio de emendas parlamentares na área da saúde”, afirmou Dino, destacando que os bloqueios ocorrem por irregularidades.

Emendas

Dados do BB (Banco do Brasil) e da Caixa Econômica Federal revelaram baixa adesão às determinações anteriores do STF. Das 4.154 contas pré-abertas pelo BB, apenas 890 foram regularizadas. Na Caixa, somente 173 das 2.642 contas estão aptas para movimentação.

Um relatório do TCU (Tribunal de Contas da União) enviado ao STF indica que apenas 19% das emendas Pix dos últimos 6 anos permitem identificar o beneficiário final através dos extratos bancários.

O volume de emendas parlamentares cresceu significativamente na última década: saltou de R$ 6,1 bilhões em 2014 para R$ 49,2 bilhões em 2024.

Poder 360

Opinião dos leitores

  1. O cara só quer transparência com o dinheiro público e tem gente q podendo apoiar fica criticando, meu Jesus. se Dino fosse de direita o curral tava em festa elogiando o cara, vai entender .

  2. É o STF invadindo as prerrogativas de outros poderes, alguns chamam isso de “Ditadura do judiciário”.

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