O problema jurídico que pousa hoje sobre as agendas do deputado federal Henrique Eduardo Alves e do senador Garibaldi Alves Filho, da perda dos seus direitos políticos, e que já foi até repercutido pela imprensa nacional, poderia ter sido evitado se, lá atrás, nos idos do ano de 2001, ambos não tivessem sido mal orientados por uma estratégia de marketing desastrosa.
Na época, foi criada a “SEGOV – Secretaria de Governo”, que nada mais era do que uma estratégia para dar visibilidade ao então secretário Henrique Eduardo, quando o então governador Garibaldi Filho era pré-candidato a Senador, para que Henrique pudesse fortalecer sua imagem de gestor e assumir sua candidatura ao Governo do Estado nas eleições ano seguinte.
Até aí, nenhuma novidade, pois todo político tem que demostrar ser um bom gestor pra poder concorrer a um cargo majoritário. O problema foram os exageros na dose e os erros no conteúdo da tal estratégia de divulgação e a forma como a mesma foi conduzida por um profissional (?) despreparado. Para citar aqui apenas um dos tipos de erro comuns cometidos à época, dentre os outros vários que ocorreram, chegava-se ao cúmulo de colocar o deputado Henrique Eduardo no ar, ao vivo na rádio, via celular, direto do aeroporto de Brasília, com uma voz apressada e ofegante, e com todos aqueles os ruídos próprios de um check-in de aeroporto, no programa de rádio veiculado diariamente e especialmente criado para o período. Isso sem falar na exposição de imagem exagerada a que se refere a sentença proferida recentemente contra os parlamentares, fruto de uma total falta de zelo do profissional (?) responsável pela “Estratégia Segov”.
O resumo da ópera é que os competentes advogados dos nobres parlamentares estão tendo de trabalhar duro atualmente, para defendê-los perante a Justiça, por causa da incompetência de um jornalista-marqueteiro (ou seria um marqueteiro-jornalista?) que vive de criticar o trabalho de outros profissionais do mercado, mas esqueceu de olhar pro próprio nariz e fazer o dever de casa, ao expor o deputado federal mais antigo da Câmara e um ministro de estado e ex-presidente do Senado a uma situação, no mínimo, desconfortável, pra não dizer vexatória.
É bom que todos saibam de uma vez por todas que esse jornalista, que exerce ao mesmo tempo a função de blogueiro (jornalista), dono de agência de propaganda (publicitário) e funcionário de entidade de classe (indústria), não tem moral pra criticar o trabalho de ninguém, principalmente de seus pares. Quer seja por execer duas atividades aparentemente excludentes (quem “faz” propaganda não pode criticar jornalisticamente o trabalho dos concorrentes ), quer seja por ter tido sua oportunidade de mostrar serviço e ter feito, isto sim, uma verdadeira barbeiragem no marketing político de duas figuras públicas importantes.
Na ferida! …