Diversos

O professor de Harvard que acredita que podemos estar diante de uma prova de vida alienígena

É em meio ao silêncio que o físico Abraham Loeb, chefe do Departamento de Astronomia da Universidade Harvard, encontra inspiração para resolver de forma criativa problemas científicos complexos. Questões sobre a origem e o destino da humanidade sempre estiveram presentes em sua vida. Até a adolescência, Avi, como é conhecido, viveu na fazenda de seus pais, em Israel. Aos fins de tarde, ele buscava ovos no galinheiro. E, nos finais de semana, trabalhava dirigindo um trator.

Alimentava sua solidão lendo filósofos e escritores existencialistas, como o francês Jean-Paul Sartre e o argelino Albert Camus. Se não fosse o serviço militar obrigatório, Loeb poderia ter estudado filosofia. “Trabalhava na fazenda sozinho, sem pessoas à minha volta, cercado pela natureza e pensando sobre as questões fundamentais”, explica Loeb à Galileu. “Atualmente, eu consigo inspiração na maioria das vezes quando estou sozinho, sem pessoas por perto. Eu gosto de ser independente.”

Sua mais recente paz criativa, no entanto, tem causado uma das maiores polêmicas no mundo científico. Loeb é um dos primeiros cientistas considerados sérios, de uma prestigiada universidade norte-americana, a defender que o Oumuamua, o primeiro objeto a cruzar nosso espaço vindo de fora do Sistema Solar, possivelmente tenha sido construído por uma civilização alienígena, quem sabe na própria Via Láctea.

“Eu não considero a discussão sobre vida fora da Terra de forma especulativa. Cerca de um quarto de todas as estrelas possuem um planeta do mesmo tamanho e temperatura como a Terra, onde água líquida deve existir e a química da vida como a conhecemos possa ter se desenvolvido”, afirma. “Se você jogar os dados dezenas de bilhões de vezes só na Via Láctea, há uma pequena chance de estarmos sozinhos. Qualquer um que defenda que somos únicos e especiais está demonstrando arrogância.”

Em outubro de 2017, pesquisadores da Universidade do Havaí detectaram por meio do telescópio Pan-Starrs esse objeto. Devido à sua trajetória fora dos padrões dentro do Sistema Solar, batizaram-no de Oumuamua, que em havaiano significa “mensageiro de muito longe que chega primeiro”. Cientistas do mundo se debruçaram sobre esse estranho visitante. De onde teria vindo tal objeto?

Com cerca de 400 metros de comprimento, ele mostrava desvios de órbita em relação ao Sol e uma aceleração e brilho incomuns a cometas e asteroides. Até que em 2018, Loeb e seu aluno de pós-doutorado Shmuel Bialy publicaram um artigo científico na revista Astrophysical Journal Letters que deixou todo mundo de cabelo em pé.

Com as informações obtidas nas três noites de observação em 2017, foi possível sugerir que o formato do Oumuamua se assemelhava a um charuto alongado e muito fino, de cor avermelhada, com brilho dez vezes mais intenso que um asteroide ou cometa. Para Loeb, o objeto poderia ser natural, produzido de uma forma desconhecida no universo, ou realmente um objeto artificial.

Pela sua velocidade, de 26 km/s, e aceleração próximo ao Sol sem a detecção de emissões de gás, como ocorre no derretimento de gelo em cometas, Loeb sugere que poderia ser uma vela solar flutuando no espaço, um lixo espacial de algum equipamento tecnológico. “Outra alternativa, em um cenário mais exótico, o Oumuamua pode ser uma sonda totalmente operacional enviada intencionalmente para as vizinhanças da Terra por uma civilização alienígena”, escrevem os pesquisadores.

Desde então, Loeb virou pop star da ciência, um garoto propaganda da possibilidade de se encontrar vida além da Terra, procurado pela imprensa e por cineastas interessados em levar a sua história para as telas.

Questão de ciência

Coryn Bailer-Jones, astrônomo do Instituto Max Planck, na Alemanha, considera que a busca por vida alienígena pode ser uma tarefa para a ciência de forma séria. Mas não esconde o seu inconformismo com a atenção dada a Loeb desde que publicou seu trabalho, em novembro de 2018. “Eu não entendo o fascínio da mídia com Avi Loeb. E pelo que li, muitos cientistas não levam o trabalho dele a sério”, afirmou. A ideia de que o Oumuamua possa ser um material extremamente fino e, sob certas circunstâncias desconhecidas, receber impulso da energia solar como uma vela é uma teoria interessante, diz ele, mas disso para pular para alienígenas seria um passo muito grande.

“Há cenários mais plausíveis para se explorar que poderiam explicar a aceleração não gravitacional do Oumuamua. A ciência realmente perderia sua linha se pularmos para aliens (ou Deus) toda vez que não entendermos alguma coisa”, diz Bailer-Jones, que tem pesquisado a trajetória desse objeto na Via Láctea e encontrou quatro possíveis estrelas de onde o Oumuamua possa ter surgido.

Loeb, porém, nega que esteja fazendo ficção científica. Rebate Bailer-Jones afirmando que todas as opções oferecidas pela ciência moderna foram usadas para chegar às conclusões do estudo. “Escrevemos um artigo científico que foi revisado e aceito em três dias”, afirma. “Eu o encorajo a ler o artigo, escrito dentro de padrões científicos”, reforça ele, para quem, por outro lado, questões como matéria escura, teoria das cordas e multiverso são bem aceitas pelo mainstream da ciência mas difíceis de serem comprovadas.

O físico e escritor brasileiro Marcelo Gleiser, professor de física e astronomia do Dartmouth College, nos Estados Unidos, também questiona o estudo do colega de Harvard. “Apesar de ter grande respeito por Avi Loeb e conhecê-lo pessoalmente há muitos anos, acho que neste artigo se excedeu. Sua hipótese é extremamente especulativa, quase que bombástica. Concordo com o Bailer-Jones”, afirma.

“Como se costuma dizer nesse tipo de ciência, asserções extraordinárias requerem evidências extraordinárias. Imaginar que uma civilização inteligente criou tal objeto para viagens interestelares é tentar dar vida ao famoso monolito de 2001: Uma Odisseia no Espaço. Por mais instigante que seja, é uma hipótese extremamente remota e sem qualquer evidência convincente.”

Gleiser também acha estranho Loeb usar a matéria escura ou o multiverso como um exemplo análogo à sua explicação ao Oumuamua. A matéria escura tem evidências favoráveis à sua existência pela distorção gravitacional que provoca em galáxias, explica o brasileiro. Assim como o multiverso “é uma ideia com motivação teórica baseada em modelos que têm um respaldo observacional, como o universo inflacionário”, analisa.

“Não temos a menor indicação de que existem outras civilizações inteligentes, de que tenham desenvolvido tecnologias e de que tenham o interesse em se lançar ao espaço. Por outro lado, acho o momento oportuno para uma discussão séria sobre o papel da especulação na ciência de ponta, e se hipóteses que não sejam comprováveis têm ou não um lugar em ciência.”

Atritos

Para Loeb, está claro que, sim, vale ousar. Em artigo enviado em março de 2019 para a Harvard Gazette, por exemplo, ele argumenta que muitos professores na academia se apegam ao cargo e às honras, esquecendo-se de é preciso arriscar para ampliar a visão de mundo. “A única coisa que eu mudaria no mundo seria transformar meus colegas na academia em crianças novamente, para que eles seguissem o caminho sincero de aprender sobre o mundo”, escreve.

Também como professor Loeb diz que busca criar um ambiente estimulante a seus alunos, encorajando-os a inovar. “Eu considero o trabalho criativo na ciência como uma arte, porque requer imaginação e inovação. A capacidade de inovar não tem receita e não pode ser ensinada. Só pode ser nutrida e encorajada”, explica à reportagem.

Amir Siraj, aluno de graduação em astrofísica de Harvard, que já escreveu dois trabalhos científicos com Loeb, um deles sobre a forma do Oumuamua, desfia elogios. “Avi é uma pessoa extraordinária. Ele é gentil, focado e um mentor de pesquisa que dá empoderamento. Eu tenho muita sorte de trabalhar com um professor como ele”, diz. “Eu acho muito importante estar ativamente buscando vida extraterrestre e colocando hipóteses sobre isso na comunidade científica. Se assumirmos uma probabilidade zero da existência de vida extraterrestre, nós nunca a encontraremos.”

A interdisciplinaridade é vista como um fator muito importante para Loeb, que tem se preocupado com o avanço da inteligência artificial e da robótica sobre a arte e a sociedade. Para ele, ciências sociais e artes devem se entrelaçar nos estudos sobre tecnologia e nas ciências exatas. E Siraj é um exemplo disso.

Filho de iranianos, mas nascido nos Estados Unidos, o estudante é um exímio pianista de música clássica, que já tocou com a Boston Symphony Orchestra e se apresentou para o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau. Seu principal sonho enquanto cientista é encontrar evidências de vida fora da Terra e acredita que a música pode lhe instigar insights importantes em suas futuras teorias. E vai além: “A música é talvez a linguagem mais universal e transcendente a que a humanidade tem acesso. Eu não ficaria surpreso se fosse o mesmo para outras formas de vida inteligente”.

Carlos Alexandre Wuensche, pesquisador titular da Divisão de Astrofísica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), faz um contraponto aos críticos de Loeb. Para Wuensche, não há dúvida de que o posicionamento do físico israelense vai contra a ortodoxia. Porém, pelas características realmente incomuns de Oumuamua, o cientista do Inpe avalia que Loeb foi ao menos ousado. “Não acho que ele esteja fazendo sensacionalismo. Essa proposta é baseada em algumas ideias ousadas, mas não é uma ideia absurda, nem ele afirma que é uma coisa resolvida”, argumenta.

Wuensche acha também muito improvável que Loeb esteja atraindo a atenção da mídia com segundas intenções, uma vez que ele é presidente do comitê da Breakthrough Initiatives, organização criada em 2015 pelo empresário russo Yuri Milner para buscar evidência de vida extraterrestre e explorar o espaço. Parte do artigo científico de Loeb e Bialy foi, inclusive, financiado pela Breakthrough Prize Foundation.

“Loeb tem uma credibilidade enquanto cientista. Eu ficaria muito surpreso se isso fosse promovido como uma espécie de retorno à bolsa que ele recebe. Ciência não se faz dessa maneira. E, ao longo de sua carreira, ele sempre foi muito independente. Não que isso não aconteça, mas pelo currículo dele eu ficaria muito surpreso”, comenta Wuesche.

Origem de tudo

O interesse de Loeb em encontrar vida extraterrestre não é recente. Há cerca de dez anos, ele despertou sua curiosidade para essa área quando percebeu que seria possível identificar sinais de rádio, gerações artificiais de calor e até poluição atmosférica em outros planetas por meio de detectores de baixa frequência.

Objetos como o Oumuamua serão identificados com maior frequência, em sua avaliação, assim que estiver pronto no Chile o Large Synoptic Survey Telescope (LSST), previsto para entrar em operação em 2022. “Estaremos aptos a identificar um novo objeto deste tipo por mês. E uma vez encontrados, teremos a certeza de estudá-los cuidadosamente no melhor telescópio”, prevê.

Galileu

 

Opinião dos leitores

  1. Já não bastasse o dogma de reencarnação do espiritismo, ainda aparece esse louco de pedra.

  2. Melhor ele continuar procurando ovos em galinheiro, porque alienígena ele não vai encontrar nunca.

    Como é que a pessoa passa a vida inteira estudando para nada?

    Só Freud para explicar a cabeças desses babacas mesmo

  3. Tal qual a propagando do shampoo denorex, aquele que 'parece mas não é', uma prova de vida que parece ser alienígena diante das asneiras que profere, seria a ameba fascista, sua prole imbecil e seus seguidores alien nados.

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Política

Flávio Bolsonaro conta com ajuda de Eduardo para diálogo com EUA

Foto: Reprodução

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) deve contar com a ajuda do irmão, Eduardo Bolsonaro, no diálogo com os Estados Unidos em sua campanha à sucessão presidencial.

A expectativa é de que Flávio e Eduardo se encontrem nos Estados Unidos durante a agenda internacional planejada pelo senador para janeiro.

Eduardo, inclusive, escreveu uma carta ao pai, Jair Bolsonaro, referendando a candidatura do irmão. O objetivo foi demonstrar que a decisão é consenso na família.

Flávio tem buscado apoio fora do Brasil para convencer o mercado financeiro, que nutre preferência pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

A agenda de Flávio nos exterior está planejada para de 18 de janeiro a 10 de fevereiro. O roteiro, entretanto, ainda está em aberto.

CNN

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Brasil

Careca do INSS: mensagem revela “orientação” a atual assessor de Lula

Foto: Reprodução

Uma mensagem recebida por Antonio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS, e, em seguida, encaminhada a um interlocutor revela novos indícios da atuação do lobista no Ministério da Saúde. Os registros da conversa estão em posse da Polícia Federa (PF).

Em 6 de novembro de 2024, o Careca do INSS encaminha uma mensagem a um contato dele. “Berger já está com aquela orientação em mãos”, diz o texto repassado pelo lobista. Berger é o apelido de Swedenberger Barbosa (foto em destaque), então secretário-executivo do Ministério da Saúde e atual chefe do Gabinete Adjunto de Gestão Interna do gabinete pessoal do presidente Lula.

O Careca do INSS tentou fechar um acordo, por meio da sua empresa World Cannabis, com o Ministério da Saúde para o fornecimento, sem licitação, de medicamentos à base de canabidiol para o Sistema Único de Saúde (SUS). Nessa empreitada, contou com a ajuda formal da empresária Roberta Luchsinger, amiga de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho do presidente Lula (PT).

Dados obtidos pela coluna por meio de Lei de Acesso à Informação (LAI) revelam que o Careca do INSS visitou a secretaria-executiva do Ministério da Saúde, sob a gestão de Swedenberger Barbosa, pelo menos cinco vezes ao longo dos últimos dois anos. A primeira agenda ocorreu em março de 2024; e a última, em fevereiro deste ano.

Registros de portaria do Ministério da Saúde mostram ainda que o lobista e Roberta Luchsinger estiveram juntos na sede da pasta para falar sobre cannabis com Berger.

Por meio de nota, Swedenberger Barbosa, afirmou que as reuniões constaram na agenda pública e que se trataram de visitas institucionais. “A agenda ocorreu em conformidade com as atribuições da sua função à época, sem que tenha havido qualquer tipo de ‘orientação’ para a sua realização”, explicou a Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República.
O ex-número 2 do Ministério da Saúde destacou ainda que não houve interesse da pasta em adquirir qualquer produto ou serviço da World Cann. “O encontro não teve nenhum desdobramento, o que evidencia sua condução técnica e afasta a tese de qualquer tipo de influência política”.

Swedenberger Barbosa deixou o Ministério da Saúde em março deste ano, após Alexandre Padilha (PT) assumir o comando da pasta no lugar de Nísia Trindade, em meio a mais uma etapa da reforma ministerial encampada pelo presidente Lula.

Metrópoles

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Política

PARANÁ PESQUISAS: Governo Lula é desaprovado por 50,9%; 45,6%, aprovam

Foto: Valter Campanato

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é desaprovado por 50,9% dos brasileiros e aprovado por 45,6%, segundo levantamento divulgado pelo instituto Paraná Pesquisas nesta segunda-feira (29). Os que não sabem ou não opinaram somam 3,5%

A aferição mostra uma leve oscilação negativa na aprovação do petista, em comparação com a pesquisa anterior, realizada em novembro. No levantamento do mês passado, o atual governo era aprovado por 45,9%. A desaprovação permaneceu igual, 50,9%. Confira a série histórica:

O instituto ouviu 2.038 pessoas em todo o país entre os dias 18 e 22 de dezembro. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%.

CNN

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Mundo

Tragédia: descarrilamento de trem interoceânico mata 13 e deixa quase 100 feridos no México

Foto: Reuters

Um descarrilamento de trem deixou ao menos 13 mortos e 98 feridos neste domingo (28), no estado de Oaxaca, no sul do México. A composição interoceânica transportava cerca de 250 pessoas quando saiu dos trilhos nas proximidades da cidade de Nizanda, segundo informações confirmadas pelas autoridades locais e pela Marinha mexicana.

De acordo com o governo, havia nove tripulantes e 241 passageiros a bordo. Do total de feridos, 36 precisaram de atendimento médico, sendo que cinco estão em estado grave. As vítimas foram encaminhadas a hospitais do sistema público nas cidades de Matías Romero, Salina Cruz, Juchitán e Ixtepec.

A presidente Claudia Sheinbaum lamentou a tragédia e informou que determinou o envio imediato de autoridades federais ao local para prestar assistência às famílias das vítimas e acompanhar os trabalhos de socorro. A Procuradoria-Geral da República já abriu investigação para apurar as causas do acidente.

Inaugurado em 2023, durante o governo de Andrés Manuel López Obrador, o Trem Interoceânico integra o projeto do Corredor Interoceânico do Istmo de Tehuantepec, criado para modernizar a ligação ferroviária entre os oceanos Pacífico e Atlântico, conectando os portos de Salina Cruz e Coatzacoalcos.

Com informações da CNN

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Geral

Travada por habeas corpus, CPMI do INSS falha em atingir políticos e agora mira bancos e consignados

Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado/ Divulgação

A CPMI do INSS terminou 2025 sem avançar sobre o núcleo político das fraudes bilionárias contra aposentados. Após quatro meses de trabalho, a comissão esbarrou em uma série de habeas corpus concedidos pelo STF, não conseguiu aprovar convocações de aliados do governo e encerrou o ano prometendo mudar o foco para os bancos e os empréstimos consignados a partir de fevereiro de 2026.

Na prática, a base governista conseguiu barrar requerimentos que envolviam nomes próximos ao presidente Lula, como o empresário Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, e o advogado-geral da União, Jorge Messias. Também foram rejeitadas convocações de investigados e denunciantes ligados ao esquema, enquanto pedidos de quebra de sigilo de políticos aliados foram sistematicamente derrotados na comissão.

O avanço da CPMI foi ainda mais limitado pela atuação do Supremo. Ao menos 21 habeas corpus foram concedidos a investigados, garantindo o direito ao silêncio ou a ausência em depoimentos. Entre os beneficiados estão empresários apontados como operadores centrais da chamada “Farra do INSS”, suspeita de desviar até R$ 6,3 bilhões em descontos ilegais desde 2019.

Sem conseguir romper a blindagem política, a CPMI pretende concentrar esforços em 2026 nos bancos responsáveis pelos empréstimos consignados, que, segundo integrantes da comissão, chegam a impor juros de até 22% a aposentados. A expectativa é pedir a suspensão de contratos suspeitos e ampliar a investigação sobre o papel das instituições financeiras no esquema.

Com informações do Metrópoles

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Política

Lula prepara debandada no ministério e deve liberar mais da metade da Esplanada para 2026

Foto: Andreas SOLARO/AFP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já admite que 2026 será decisivo para seu projeto político e, por isso, deve autorizar a saída de ao menos 22 ministros para disputar as eleições. A declaração foi feita em dezembro de 2025, durante reunião na Granja do Torto, quando Lula chamou o próximo pleito de “ano da verdade” e cobrou que quem deixar o governo “ganhe o cargo que vai disputar”. O prazo legal de desincompatibilização termina em abril, seis meses antes do primeiro turno.

Caso o número se confirme, a debandada atingirá cerca de 56% dos 39 ministros atuais, superando proporcionalmente as saídas registradas nos governos Bolsonaro, Temer e Dilma. Lula tenta o quarto mandato no Planalto e pressiona seus auxiliares por compromisso político, ao mesmo tempo em que prepara uma reforma profunda no primeiro escalão para acomodar aliados e recompor forças no Congresso.

Entre os nomes mais cotados para deixar o governo estão figuras centrais da administração. Gleisi Hoffmann deve disputar a Câmara pelo Paraná; Rui Costa é apontado como candidato ao Senado pela Bahia; Fernando Haddad avalia concorrer ao governo ou ao Senado em São Paulo; e Simone Tebet e Márcio França também aparecem com planos eleitorais. O Centrão concentra parte relevante dessas movimentações, especialmente em disputas ao Senado.

Na reunião, Lula também cobrou definição dos partidos que ainda mantêm posição ambígua sobre sua reeleição, com recados diretos ao PSD, MDB e Republicanos. Segundo o presidente, 2025 será “o ano da colheita”, enquanto 2026 exigirá alinhamento total do governo e de seus aliados para sustentar o projeto de continuidade no poder.

Com informações do Poder360

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Geral

Com show de Calcinha Preta, Natal em Natal leva multidão de 100 mil pessoas à orla de Ponta Negra

Vídeo: Reprodução/Instagram @nataldivulgacoes

A programação do Natal em Natal reuniu cerca de 100 mil pessoas na orla de Ponta Negra, na noite deste domingo (28), registrando o maior público até agora entre os primeiros dias do evento promovido pela Prefeitura do Natal. Os shows gratuitos seguem até o dia 31 de dezembro, sempre a partir das 19h.

A noite contou com quatro apresentações musicais. O cantor Hiago Medeiros, da Paraíba, abriu a programação, seguido por Priscila Freire, que animou o público com sucessos do axé. Um dos momentos mais aguardados foi o show de Léo Santana, enquanto a banda Calcinha Preta fechou a noite com clássicos do forró.

Presente no local, o prefeito Paulinho Freire avaliou o evento de forma positiva e destacou a organização, a logística e o impacto econômico gerado pela programação, com reflexos diretos na renda, no turismo e na geração de empregos temporários. Ele também reforçou o convite para os próximos dias, incluindo as atrações da virada do ano.

De acordo com a secretária municipal de Cultura, Iracy Azevedo, a estrutura deste ano foi ampliada em relação à edição anterior. O palco recebeu mais recursos de LED, teve o painel expandido de 100 para 250 metros e ganhou um backstage maior, preparado inclusive para apresentações com drones. Os shows continuam nesta segunda-feira (29), com Raynel Guedes, Nuzio Medeiros e Sorriso Maroto.

Com informações da Tribuna do Norte

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Geral

VÍDEO: Turistas se pronunciam após serem agredidos por barraqueiros em Porto de Galinhas

 

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Vídeo: Reprodução/Instagram

Um episódio de violência marcou o feriado de fim de ano em Porto de Galinhas, no litoral de Pernambuco. Os turistas Johnny Andrade Barbosa e Claiton Zanatta, moradores de Cuiabá (MT), afirmam ter sido agredidos por trabalhadores de barracas da praia no último sábado (27), após um desentendimento envolvendo a cobrança de serviços na orla.

Em vídeo, Johnny relatou que o conflito começou quando o valor combinado inicialmente foi alterado de forma repentina, quase dobrando o preço. Ao se recusar a pagar a quantia reajustada, ele diz que foi atacado com uma cadeira, caiu no chão e passou a ser agredido por várias pessoas. “Quando percebi, tinha mais de dez pessoas batendo em mim”, afirmou.

Segundo o casal, Claiton conseguiu escapar e correu em busca de ajuda, acionando um salva-vidas que chamou o Corpo de Bombeiros. Johnny afirma que, durante as agressões, não houve intervenção de outros comerciantes da praia, apesar dos pedidos de socorro. As agressões só cessaram após a chegada do resgate.

Os turistas informaram que já buscaram apoio jurídico e pretendem entrar com ações contra a Prefeitura de Ipojuca e o Governo de Pernambuco. Eles também criticaram a ausência de policiamento e a falta de organização na orla, afirmando que o destino turístico não oferece estrutura adequada para receber visitantes com segurança.

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Geral

VÍDEO: Em gafe, Lula afirma que obra no São Francisco ajudou 13 bilhões, quase o dobro da população mundial

 

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Vídeo: Reprodução/GloboNews

Durante entrevista exclusiva à afiliada da TV Globo, concedida em visita à Bahia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a transposição do Rio São Francisco teria levado água para “mais de 13 bilhões de pessoas”, número que supera a população mundial atual, estimada em cerca de 8,1 bilhões de habitantes.

A declaração rapidamente repercutiu nas redes sociais e entre críticos do governo, que apontaram o exagero como um erro evidente de proporção. Na prática, a obra beneficia milhões de pessoas no Nordeste, sobretudo em áreas atingidas historicamente pela seca, mas está longe da escala mencionada pelo presidente.

O projeto de transposição foi concluído e entrou em operação durante o governo Jair Bolsonaro, após atravessar anos de atrasos e paralisações em administrações anteriores. A iniciativa é considerada estratégica para a segurança hídrica da região, embora ainda enfrente desafios estruturais e de gestão.

Para analistas, falas com dados distorcidos acabam gerando desgaste político desnecessário e comprometem a credibilidade do discurso oficial, especialmente em um cenário de maior cobrança por precisão nas declarações do chefe do Executivo.

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Brasil

Setor elétrico chega forte a 2026, mas fragilidade das redes acende alerta

Foto: Reuters/Paulo Santos

O sistema elétrico brasileiro deve atravessar 2026 com crescimento firme do consumo e geração suficiente para atender à demanda, que pode avançar entre 4% e 5%, chegando perto de 85 GW médios. O movimento será puxado pela retomada econômica, maior uso de energia em processos industriais e pelo aumento do consumo nas áreas urbanas. Do ponto de vista estrutural, não há sinal de risco sistêmico ou de apagão em escala nacional.

A oferta segue confortável, sustentada por uma matriz majoritariamente renovável, com avanço contínuo das fontes solar e eólica e papel central da hidreletricidade no equilíbrio do sistema. Ainda assim, os reservatórios entram em 2026 com níveis considerados intermediários, variando entre cerca de 47% e 56%, conforme as projeções do Operador Nacional do Sistema. Em cenários de chuvas abaixo da média, cresce a dependência de usinas térmicas, elevando custos e pressão sobre as tarifas.

O foco de preocupação, porém, migrou da geração para a distribuição. Eventos climáticos extremos, ondas de calor, tempestades severas e redes urbanas sobrecarregadas aumentam a frequência de falhas localizadas, especialmente em grandes cidades. Embora esses episódios não comprometam o Sistema Interligado Nacional como um todo, geram impactos relevantes na economia, em serviços essenciais e na percepção pública sobre a segurança energética.

Nesse contexto, a concessão da Enel em São Paulo desponta como um dos principais pontos de tensão para 2026. A empresa já enfrenta multas, processos regulatórios e forte pressão política, o que eleva o risco de medidas mais duras caso ocorram novas falhas graves. O recado para o setor é claro: a solidez da energia no Brasil não dependerá apenas da capacidade instalada, mas da eficiência, rapidez de resposta e resiliência das distribuidoras.

Com informações da CNN

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