O Desembargador Sylvio Capanema, fala sobre o alto nível das provas da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) que vem causando muita revolta nos mais de 26 mil bacharéis em Direito, onde os candidatos afirmam que o Exame da Ordem está cada vez mais difícil. O índice de reprovação chegou a quase 90% na ultima edição.
“As provas da OAB estão num nível de dificuldade absolutamente igual às da defensoria do Ministério Público e, se bobear, da magistratura”, diz o desembargador Sylvio Capanema, ex-vice-presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. “Posso dizer com absoluta sinceridade que eu, hoje, não passaria no Exame de Ordem.”
São realizadas três edições do exame por ano, cada uma com duas fases. A taxa de inscrição para cada edição é de R$ 200. A prova é organizada pela Fundação Getulio Vargas. A edição mais recente, a 2010.3, teve 104 mil inscritos na primeira fase, composta por 100 questões de múltipla escolha, e só 26% dos candidatos passaram para a segunda fase, que teve perguntas com respostas dissertativas.
Na defesa da importância da prova, o presidente da OAB, Ophir Cavalcante, disse que o maior problema é a baixa qualidade do ensino jurídico no país. “Cerca de 70% dos alunos formados por universidades públicas e particulares de boa qualidade passam no exame. O problema são as faculdades ruins, de fundo de quintal”, disse Cavalcante.
Hoje, segundo ele, há 1,3 milhão de bacharéis em direito no país sem inscrição na OAB. E apenas 700 mil profissionais aptos a advogar. O Ministério da Educação registra 1.164 cursos superiores de direito no país.
O desembargador Sylvio Capanema se diz contrário à constitucionalidade do exame. “Eu não consigo entender como é que o governo chancela um curso, outorga o grau de bacharel, o que significa reconhecer que o aluno está preparado para o exercício da profissão, e que ele ainda tenha que passar por um último teste, último desafio”, afirma. “As faculdades de direito ficam desmoralizadas, porque recebem um atestado de incompetência porque são capazes de lançar no mercado profissionais que não teriam condições de exercer a profissão.”
A advogada e professora de direito Tereza Rampinelli considera o Exame de Ordem necessário para uma boa qualidade da advocacia brasileira. “Infelizmente hoje muitas faculdades não estão cumprindo o que realmente o Ministério da Educação (MEC) determina e com isso cada vez mais os estudantes estão sendo prejudicados”, avalia. “E a sociedade vai ser prejudicada também, porque serão inseridas pessoas no mercado de trabalho que não vão ter uma consciência ética da profissão nem uma boa fundamentação jurídica para poder fazer com que o cliente seja amparado.”
Do Blog: Enfim, todo cidadão tem direito de expor sua opinião e falar o que acha a respeito do caso, porém é bastante visível que nos últimos 3 anos, em quase toda esquina, é visto uma “Faculdade” ensinando o curso de Direito. Você concorda que deve existir o exame da OAB ou não há necessidade?
Tenho uma sugestão para a nossa querida OAB.
Para manter o alto nivel esperado pela a instituição.
Exame da ordem de 2 em 2 anos, para todos os Advogados.
Assim, poderiam avaliar a classe toda de Advogados.
Será que realmente é cupa dos alunos…90% estavam errados,ou o exame da ordem esta em um nível avançado demais…Cabe ao MEC analizar,ou o ministério publico federal.
FIca todo mundo colocando a culpa nos estudantes, que eles não estudam direito, que a faculdade não ensina direito, etc. Mas ninguém fala que a OAB faz a prova não pra testar conhecimento, e sim pra reprovar a maioria e arrecadar mais dinheiro a cada novo exame.
Quando se fala que a reprovação se dá pela falta de estudo dos alunos aspessoas acham que quem faz a prova da OAB vai lá e faz a prova de qualquer jeito, sem nenhuma preparação. Tenho amigos que largaram ótimos empregos e abriram mão de muitas coisas para estudarem para provas da OAB e não passaram, será que eles são tão burros assim?
E ainda tem uma leva de advogados mais velhos que ficam criticando a capacidade dos alunos de passarem nas provas atualmente, mas eles não falam que na época deles quem aplicava a prova eram seus próprios professores na própria faculdade, onde todo mundo tinha um "empurrãozinho" pra passar e assim dar mais nome a faculdade.
Concordo que deva haver exame da OAB sim, mas um exame justo que esteja focado em testar conhecimento ao invés de ter várias pegadinhas com intuito de fuder os alunos.
Qualquer pessoa que faz um curso minimamente bem feito passa! A questão primordial de tanta reprovação passa pelos alunos e pela baixa qualidade das universidades, fábricas de diplomas! Por fim, se o desembargador não passa é porque, talvez, esteja estudando pouco….
O Exame não tem nada de errado. O cidadão não sai da faculdade de Direito com "direito a advogar". Ele é bacharel e, por isso, pode ingressar em várias carreiras, inclusive, se demonstrar competência, na advocacia. O que há muito, e ninguém gosta de comentar, são cursos de Direito "caça-níqueis", onde os professores não ensinam bem, ou porque não querem, ou porque são proibidos de incomodar os "alunos-clientes". Depois de formados, esses alunos descobrem que não sabem nem uma fração do necessário para disputar um lugar ao Sol. Deveriam voltar-se contra as faculdades, e não contra a OAB.
Não só deve haver o exame da OAB como também os exames de suficiência das demais profissoes.