A Prefeitura de Natal está investindo cerca de R$ 250 milhões em obras de infraestrutura e mobilidade urbana que vão trazer benefícios para a população da cidade. Entre as obras em andamento estão à recuperação do calçadão de Ponta Negra, construção do túnel de drenagem do Arena das Dunas, recuperação do Canal e Viaduto do Baldo, a obra de drenagem da avenidas das Alagoas, a padronização de calçadas e construção de 300 abrigos de ônibus. Além disso, o Município por intermédio da Secretaria Municipal de Obras Públicas e Infraestrutura (Semopi) já recuperou até o momento 452 ruas com a operação tapa-buracos. Na terça-feira a Semopi iniciou o recapeamento asfáltico da avenida das Alagoas, no conjunto Pirangi.
A maior obra em andamento na cidade é a do Túnel de Drenagem do Arena das Dunas, iniciada no dia 17 de maio. De acordo com informações do secretário adjunto de operações da Semopi, Caio Múcio, 5% da obra já foi executada. Foram escavados até agora 14 poços e nos próximos dias a construtora responsável pelos serviços deve atingir a cota ideal para iniciar a construção do túnel subterrâneo. Ele informou também, que nos próximos dias 8 equipes iniciarão os trabalhos no turno da noite, se juntando as 14 equipes que trabalham pela manhã. Com a construção desse túnel de drenagem 33 pontos de alagamento existentes na cidade serão resolvidos.
O objetivo da obra é levar as águas das lagoas e áreas próximas até o seu destino final: o Rio Potengi. O serviço tem custo aproximado em R$ 200 milhões e faz parte do complexo de obras da Copa do Mundo devendo ter a sua primeira parte concluída até maio de 2014. A construtora Queiroz Galvão é a responsável pela execução dos serviços. As intervenções constam da limpeza e urbanização de cinco lagoas: a de São Conrado em Dix-Sept Rosado, duas do Centro Administrativo (que serão interligadas por meio de nova tubulação com diâmetro superior ao existente); e duas da Cidade da Esperança.
Essas cinco lagoas serão interligadas a um túnel com 4.500m de extensão e diâmetro medindo 2,20m a 3,00m que será construído a partir das lagoas do Centro Administrativo. O túnel segue adiante passando pela Av. Jerônimo Câmara até chegar a Av. Interventor Mário Câmara – onde haverá uma bifurcação – com um braço saindo para a Lagoa de São Conrado e outro para as lagoas da Cidade da Esperança. O percurso prossegue na Av. Jerônimo Câmara até a rua dos Caicós, pegando a Rua Miguel Castro a esquerda em direção ao Rio Potengi.
A outra obra de mobilidade urbana para a Copa do Mundo da matriz de responsabilidade da Prefeitura do Natal é a padronização de 55 quilômetros de calçadas e a construção de 300 abrigos de ônibus, cuja ordem de serviço foi assinada no dia 12 de julho. Caio Múcio disse que o consórcio vencedor da licitação já trabalha na parte burocrática, adquirindo máquinas e contratando pessoal, identificando locais para montagem dos canteiros de obra e viabilizando as licenças necessárias nos órgãos competentes. Serão investidos R$ 25 milhões nesse lote.
Outra importante obra que está em andamento na capital potiguar é a de recuperação do calçadão da Praia de Ponta Negra. O ritmo da obra segue acelerado e a parte de enrocamento já atingiu 45% de execução. Nesta primeira etapa do projeto foram investidos pouco mais de R$ 4.739.000,00 (Quatro milhões e setecentos e trinta e nove mil reais) para a proteção completa de 2.000 metros da orla da Praia de Ponta Negra. Ainda nessa primeira fase, outros R$ 1,2 (Hum milhão e 200 mil reais) serão utilizados para a recuperação do calçadão.
As obras de drenagem da Avenida das Alagoas também estão bem avançadas. O secretário adjunto de operações anunciou que essa intervenção deve terminar em 60 dias. A empresa que realiza os serviços já iniciou a construção da estação elevatória e do dissipador de energia que fica em Alagoainha, área do destino final das águas.
Atualmente, as Lagoas do Makro e da Avenida Ayrton Senna são interligadas. No atual sistema de escoamento pluvial as águas da Lagoa do Makro são bombeadas para a Lagoa da Ayrton Senna, que por sua vez, deságuam em Alagoinha, um reservatório natural existente na região. Com essa intervenção do município, essa interligação deixará de existir e as águas de cada lagoa de captação irão diretamente para Alagoinha, acelerando o processo de drenagem. A Prefeitura do Natal investiu R$1, 750 milhões (Hum milhão e setecentos e cinqüenta mil reais) de recursos próprios na obra.
Com a diminuição das chuvas, secretaria municipal de Obras Públicas e Infraestrutura retomou os serviços de recapeamento asfáltico nas ruas de Natal. Estão sendo investidos R$ 11 milhões na recuperação de 53 ruas: “Desse montante falta recapear apenas 11 vias”, disse Caio Múcio. Nesta terça-feira (16) a Semopi iniciou o recapeamento na Avenida das Alagoas em Neópolis. Na operação tapa-buracos já foram beneficiadas 452 vias da cidade.
As obras do Viaduto do Baldo estão na fase burocrática. A secretaria concluiu nesta terça-feira (16), o trabalho de proteção da obra com a instalação das cercas e já está preparando as áreas para o recebimento de areia e brita, além ter feito uma limpeza completa nos canteiros da região. A empresa está adquirindo material, máquinas, equipamentos e contratando operários para trabalharem no local. Serão 50 funcionários em serviço durante a obra, dos quais 14 operários já estão trabalhando. A obra está orçada em R$ 1.790.242,29 (Hum milhão setecentos e noventa mil duzentos e quarenta e dois reais e vinte nove centavos).
BG,
Veja uma matéria importante para embasar as discussões sobre a falta de médicos e o nosso sistema de saúde:
ISTOÉ – Paulo Moreira Leite – 16/07/2013
Já escrevi aqui que o debate sobre o projeto Mais Médicos tem sido embaralhado por dados falsos e visões preconceituosas.
Nestas horas, o melhor a fazer é procurar informações consolidadas.
Muitos desses dados podem ser encontradosnum levantamento conhecido como demografia médica, atualizado todos os anos pelo Conselho Federal de Medicina.
Este link contém dados que se referem a dezembro de 2011. Você pode encontrar o levantamento de 2012 na internet.
Mas o de 2011 é mais instrutivo porque traça um levantamento completo dos médicos brasileiros. Fala das formaturas, ano após ano. Fala de sua distribuição, estado por estado.
O levantamento mostra que o número de médicos no setor privado cresce numa velocidade maior do que no setor público. Você sabe quais são as implicações disso num país onde a maioria da população se utiliza de serviços públicos. É matemática traduzida para o comportamento: filas enormes, mau atendimento, equipamento sucateado.
Em regiões mais pobres, o contraste é ainda maior. O próprio levantamento do Conselho Federal de Medicina se encarrega de mostrar o tamanho dessa diferença, comparando Rio de Janeiro e Bahia.
No Rio, o serviço privado oferece 5,9 médicos por 1.000 habitantes. Já o setor público oferece 3,6 por 1.000. Na Bahia, o setor privado oferece 15,1 postos por 1.000. Já o setor público oferece 1,2 por 1.000.
Em outra comparação, o Conselho Federal mostra o tamanho dos gastos públicos nos países com sistemas universais consolidados. No Reino Unido, os gastos públicos respondem por 83%. Na França, por 76%. Na Alemanha, 75% e assim por diante.
No Brasil, o serviço público, que precisa cobrir perto de dois terços da população, recebe 45% do total destinado à saúde. A outra parcela, destinada àquele um terço que reside no topo da pirâmide, recebe mais da metade dos recursos de saúde. Os gastos privados com saúde, como se sabe, são 100% dedutíveis do imposto de renda.
Isso explica – agora é minha opinião — dois problemas conhecidos: o estrangulamento progressivo do serviço público e a asfixia do orçamento da classe media com seus planos de saúde, que vão se tornando impagáveis na medida em que o cliente necessita deles de verdade.
Quem presta atenção nos dados globais pode concluir que se aplica ao Brasil uma situação semelhante à que ocorre no debate sobre o plano de saúde de Barack Obama nos Estados Unidos. Claro que há diferenças imensas entre os dois casos. Mas, no plano das ideias políticas, ocorreu, lá, um confronto semelhante ao que se passa aqui.
Comentando o conflito político entre Barack Obama e a oposição republicana, o jornal US Today afirmou em editorial: “Depois de envenenar o debate, os republicanos dizem que o plano está doente.”
O jornal se refere ao comportamento republicano de denunciar o intervencionismo estatal – chamado de fascismo, segundo línguas mais delirantes – para combater a proposta de Obama. Criaram vários problemas para impedir o sucesso do plano nas votações no Congresso e, depois, argumentam que não pode funcionar — por causa dessas modificações.
O veneno destilado no Brasil teve origem na oposição e também envolvia o papel do Estado.
Começou em 2007, na campanha pelo fim da CPMF, taxa que privou a saúde pública de algo como R$ 20 bilhões anuais. (A CPMF arrecadava o dobro disso, mas pelo menos a metade era destinada aos fins devidos).
Mais tarde, quando ficou claro que faltava dinheiro para equipar hospitais e postos de atendimento, para equipamentos de exame e outras benfeitorias, os sábios de plantão lançaram a teoria de que o problema não era falta de dinheiro – mas falta de boa gestão.
Em 2013, seis anos depois do fim da CPMF, quando se verificou que a gestão até pode produzir resultados mas não faz milagres, o debate mudou.
Diante da proposta de contratar milhares de médicos, inclusive no exterior, para levar aos pontos pobres do país, aqueles onde a média da rede pública é menos que 10% da privada, a oposição reclama: cadê os equipamentos? Cadê os hospitais?
É muito veneno, vamos combinar.
Fonte: http://www.istoe.com.br/colunas-e-blogs/colunista/48_PAULO+MOREIRA+LEITE