Foto: Getty Images
Após os tombos nos mercados globais ontem, o dia amanhece ensolarado no home office do Valor Investe em São Paulo e também nas bolsas internacionais.
As razões para o movimento positivo nas principais bolsas do mundo é a redução – pelo segundo dia seguido – no registro de novos casos e mortes na Itália, um dos casos mais críticos após o arrefecimento da contaminação na China, e a continuidade das negociações nos EUA para a aprovação no Senado de um pacote de estímulos para a economia.
Os investidores esperam que o pacote seja aprovado ainda hoje.
A alta vista lá fora deve impactar os negócios na bolsa por aqui, que abre às 9h no mercado futuro e às 10h no à vista.
O principal fundo de índice (ETF) de ações brasileiras negociado em Nova York, o EWZ, subia 8,07%, a US$ 22,50, às 7h20.
Mercados internacionais
As bolsas asiáticas encerraram em forte alta na primeira sessão depois que o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, anunciou que comprará de maneira ilimitada títulos do Tesouro americano e títulos hipotecários para combater om impacto da pandemia de coronavírus nos mercados, uma vez que o Senado adiou a votação sobre um pacote de ajuda de mais US$ 1 trilhão.
O Kospi, índice de referência da Bolsa de Seul, na Coreia do Sul, saltou 8,60%, e o Nikkei, da Bolsa de Tóquio, avançou 7,13%.
Na Austrália, o S&P-ASX 200, um dos índices que mais têm sido afetado pelos efeitos da pandemia e da desaceleração da China, subiu 4,17%. Em Hong Kong, o Hang Seng fechou em alta de 4,46%.
Na China, o índice Xangai Composto teve alta de 2,34%, e o Shenzen Composto subiu 2,10%, depois que as autoridades chinesas começaram a retirar as restrições à população da província de Hubei, onde fica a cidade de Wuhan, epicentro da origem da pandemia do novo coronavírus.
Os índices futuros dos Estados Unidos operam em forte alta e tiveram suas negociações paralisadas após baterem o limite de alta de 5% no pré-mercado.
As bolsas da Europa operam em alta consistente em meio a sinais de que a disseminação do coronavírus está diminuindo na Itália, que é um dos países mais atingidos, enquanto as negociações em torno um pacote de estímulos para a economia continuam nos EUA.
Os índices preliminares de gerentes de compras da zona do euro como um todo e da Alemanha e França caíram em março para is piores níveis em toda a série histórica, evidenciando o baque que a economia vem tomando com o avanço do coronavírus no continente.
O índice composto da zona do euro (indústria + serviços) caiu para uma leitura de 31,4 pontos em relação a 51,6 em fevereiro, o que é um recorde desde que a série começou em julho de 1998. O consenso de economistas apontava para 38,8.
Qualquer leitura do PMI abaixo de 50 pontos indica condições de contratação da atividade econômica.
“O PMI de março é indicativo de queda do PIB a uma taxa trimestral de cerca de 2%, e claramente há margem para que a desaceleração se intensifique ainda mais, pois ainda mais políticas draconianas para lidar com o novo coronavírus serão potencialmente implementadas nos próximos meses”, disse Chris Williamson, economista-chefe de negócios da IHS Markit.
Agenda
Enquanto os agentes do mercado continuam atentos aos impactos do novo coronavírus na economia e aguardam por novas medidas do governo para atenuar os efeitos do vírus na atividade, serão conhecidos hoje os números de janeiro do comércio varejista brasileiro.
Mesmo antes de sentir os impactos do coronavírus, as vendas no varejo devem sofrer uma queda na comparação com dezembro, indica o consenso do mercado.
Por aqui, vale atenção, ainda, às teleconferências do presidente Jair Bolsonaro com governadores do Centro-Oeste do Sul para discutir o apoio aos estados diante da crise derivada do novo coronavírus.
Nos Estados Unidos, onde o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) tem usado todas as armas disponíveis para dar liquidez ao mercado e apoiar a economia, são aguardados os índices de gerentes de compras (PMIs) preliminares de março.
Mais cedo, foi divulgado que, na zona do euro, os PMIs entraram em níveis contracionistas historicamente baixos, o que pode se refletir, também, nos EUA.
Empresas
Veja aqui o calendário de balanços completo de março.
Hermes Pardini divulga os resultados do quarto trimestre hoje pela manhã. A Cedro apresenta o resultado em horário não definido.
A Vivara faz teleconferência às 10h.
A Eneva – que atua nos setores de geração, exploração e produção de petróleo e gás natural e comercialização de energia elétrica – teve lucro líquido atribuível aos sócios da empresa controladora de R$ 600,798 milhões no quarto trimestre de 2019, valor 32,3% inferior ao apurado no mesmo período de 2018. A administração da Eneva comenta os resultados também às 10h.
A cervejeira belgo-brasileira Anheuser-Busch InBev (AB InBev) informou que está cancelando as previsões de resultados feitas anteriormente para 2020, à medida que o impacto causado pela covid-19 na economia mundial e nas empresas permanece incerto.
Globo, via Valor Investe
Comente aqui