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A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, falou nesta quarta-feira (8) em ódio que causou ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023 e que continuam “estimulando falas fascistas”.
Ela não mencionou diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), cujos apoiadores depredaram as sedes dos Três Poderes há três anos.
“O Palácio do Planalto, onde estamos hoje, foi vítima do ódio que estimula e continua estimulando atos antidemocráticos, que continua estimulando falas fascistas e autoritárias. Para isso, a nossa resposta é união, a solidariedade e o amo”, disse.
Ela citou ainda a atriz Fernanda Torres, que recebeu o Globo de Ouro no último domingo, por sua atuação no filme “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles.
“Não houve momento da história em que ações autoritárias aconteceram sem que nossos artistas levantassem a voz em defesa da democracia. Os artistas brasileiros projetam aquilo que o nosso país tem de melhor: sua gente e sua inventividade transformadora e inovadora”, afirmou.
“Um exemplo disso é o fato de nossa queridíssima Fernanda Torres ter recebido uma premiação tão
importante por sua atuação em ‘Ainda Estou Aqui’, representando uma mulher emblemática como Eunice Paiva, em um filme que relembra uma parte triste e obscura da nossa história. Mas uma parte que não podemos esquecer”, completou.
O discurso de Janja ocorre no primeiro de três eventos que ocorrem no Palácio do Planalto para marcar os dois anos dos ataques golpistas. Foram apresentados o relógio trazido ao Brasil por dom João 6º em 1808 e uma ânfora (vaso).
As peças depredadas estão sendo reintegradas ao Palácio do Planalto em três momentos neste quarta.
O relógio foi restaurado na Suíça, sem custos para o governo brasileiro, e chegou ao Planalto na véspera. De acordo com o governo, ele era do relojeiro de Luís 15, e existe apenas mais um outro deste, exposto em Versailles, na França.
A peça fica na Sala de Audiências do andar do gabinete do presidente, onde ocorre o evento, apenas aberto para repórteres-fotográficos e cinegrafistas.
Num segundo, haverá a apresentação da obra “As Mulatas” de Di Cavalcanti. O quadro foi rasgado em sete lugares e, segundo o Planalto, seu valor estimado era de cerca de R$ 8 milhões.
De acordo com o Planalto, foram restauradas 21 peças por especialistas no Palácio da Alvorada, onde foi criado uma espécie de laboratório para especialistas em trabalharem nas obras.
O terceiro momento organizado pelo Planalto será uma cerimônia com autoridades, no salão nobre do palácio. Este será acompanhado por imprensa e tem previsão de fala de ministros, do presidente e da primeira-dama.
O evento ocorre em meio a uma transição na Secom. Na terça-feira, o ministro Paulo Pimenta (Secom) anunciou que o presidente decidiu trocá-lo pelo marqueteiro Sidônio Palmeira e já foi iniciada uma transição na pasta. Os atos foram organizados com a participação do novo titular e também da primeira-dama, segundo relatos.
Folha de S. Paulo
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