Dos 12 torcedores corintianos detidos em Oruro pela polícia da Bolívia, seis devem ser soltos ainda hoje (21), segundo o Ministério das Relações Exteriores. Os outros, de acordo com o Itamaraty, seguem presos e passarão por exames forenses (perícia) para determinar se há vestígios de pólvora em suas mãos.
O grupo é investigado pela morte do boliviano Kevin Douglas Beltrán Espada, de 14 anos, atingido por um sinalizador disparado por torcedores no Estádio Jesús Bermudez, na partida de ontem (20) entre San José e Corinthians, pela Copa Libertadores da América, na cidade de Oruro. À Agência Brasil, o Itamaraty informou que está acompanhando o caso por meio da Embaixada do Brasil em La Paz, na Bolívia, e que já enviou um funcionário do setor consular e um consultor jurídico para Oruro. O ministério não divulgou os nomes dos brasileiros que estão presos.
O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, divulgou nota de pesar pela morte do adolescente. “É inaceitável a ocorrência de atos violentos por parte de torcedores em praças esportivas. O Ministério do Esporte aguarda a conclusão das investigações para que sejam apontados os culpados e haja a punição exemplar dos responsáveis”, disse Rebelo.
Por meio de nota dirigida ao presidente da Federação Boliviana de Futebol, Carlos Chávez, a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), entidade que organiza a Copa Libertadores da América, disse lamentar profundamente a morte do adolescente durante a partida. “Uma jovem vida foi interrompida sem razão, causando luto e dor entre os membros de uma família, que nunca compreenderá um fato indigno e sem qualquer ligação com o que pretende o futebol como esporte dos nossos povos”. A nota é assinada pelo presidente da Conmebol, Nicolás Leoz.
O site do time San José traz uma foto do garoto, acompanhada da seguinte mensagem: “Deus e a Virgem te guardem em sua glória”. Com a página toda em preto e a palavra luto, o site oficial do Corinthians também prestou homenagem ao garoto boliviano.
O Corinthians divulgou duas notas oficiais e convocou uma coletiva de imprensa sobre o ocorrido. Nas notas, o clube paulista disse lamentar a morte do torcedor e se coloca à disposição “para ajudar no que for possível, mesmo sabendo que nada apagará a dor causada pelo incidente”. Na segunda nota, o presidente do clube, Mário Gobbi Filho, disse estar “sensibilizado, consternado e solidário com os parentes e amigos do torcedor” e decretou luto oficial de sete dias “devendo sua equipe atuar nos jogos contra Bragantino e Millonarios [da Colômbia] com tarja preta nos braços, em sinal de extremo respeito pela perda irreparável”.
Em sua página oficial na internet, a Federação Internacional de Futebol (Fifa), entidade máxima do futebol, não cita a morte do torcedor.
Fonte: Agência Brasil
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