A sangria na Petrobras continua, só noticias negativas envolve a companhia nos últimos 90 dias, as ações não param de cair. Segue reportagem da Folha de São Paulo:
O lucro líquido da Petrobras caiu 36,3% em 2012 na comparação com o de 2011, para R$ 21,182 bilhões, segundo balanço divulgado nesta segunda-feira (4). O resultado foi pior que o esperado por analistas, que estimavam queda de cerca de 30%.
A receita líquida da empresa foi de R$ 281,3 bilhões, 15% maior que a verificada em 2011, de R$ 244,1 bilhões.
Em carta aos acionistas, a presidente da empresa, Graça Foster, discorreu sobre os motivos para a queda de lucro, que já era esperado pelo mercado.
“Este resultado, 36% inferior ao de 2011, é explicado pelo aumento da importação de derivados a preços mais elevados, pela desvalorização cambial, que impacta tanto nosso resultado financeiro como nossos custos operacionais, pelo aumento de despesas extraordinárias como a baixa de poços secos e pela produção de petróleo”, afirmou.
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês), indicador que mede a geração de caixa das empresas, ficou em R$ 53,4 bilhões em 2012. O valor representa queda de 14% na comparação anual.
Ao mesmo tempo, o endividamento líquido deu um salto de 43%, para R$ 147,8 bilhões. O nível de endividamento da Petrobras atingiu 30%, contra 24% há um ano, se aproximando cada vez mais do limite de 35% estipulado pela própria companhia para manter o grau de investimento junto a agências de rating.
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A relação da dívida líquida sobre a geração de caixa da companhia, que é observada pelas agências de rating para avaliar as empresas, ultrapassou a barreira limite de 2,5, chegando aos 2,77, contra o índice de 1,66 em dezembro de 2011, o que acende a luz amarela no mercado para um possível rebaixamento.
“A Petrobras está colhendo o que o governo plantou quando fez da empresa um instrumento de política pública, o resultado é esse”, avaliou o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires.
A importação de petróleo e derivados pela companhia aumentou 4% e alcançou 779 mil barris por dia. Com isso, a empresa fechou 2012 com um déficit de 231 mil barris diários.
PRODUÇÃO EM 2013
“Em 2013, será possível alcançarmos uma produção de óleo somente no mesmo patamar de 2012. Isso porque, necessariamente, teremos grande concentração de paradas programadas de plataformas na primeira metade do ano”, afirmou, no relatório, Maria das Graças Foster, presidente da empresa.
“Por outro lado, seis novas plataformas entrarão em operação nos campos de Sapinhoá, Baúna e Piracaba, Lula Nordeste, Papa-Terra e Roncador, contribuindo para a elevação da produção a partir do segundo semestre, dando sustentação para o aumento significativo da produção previsto para o ano de 2014”, acrescentou.
A empresa informou ainda que os investimentos em 2012 totalizaram R$ 84,14 bilhões, sendo a maior parte dedicada aos segmentos de exploração e produção (51%) e abastecimento (34%).
Os investimentos foram direcionados ao aumento da capacidade produtiva e a modernização e ampliação do parque de refino. De acordo com a companhia, foi aprovado o Plano Anual de Negócios para 2013, no valor total de R$ 97,75 bilhões.
QUARTO TRIMESTRE
No quarto trimestre, a Petrobras registrou lucro líquido de R$ 7,7 bilhões, valor 54% maior que os R$ 5 bilhões dos três últimos meses de 2011.
A receita líquida foi de R$ 73,4 bilhões, alta de 12,5% em relação à registrada em igual período de 2011, de R$ 65,2 bilhões.
O Ebitda, no entanto, ficou em R$ 11,9 bilhões no quarto trimestre, 15% abaixo do apurado de outubro a dezembro de 2011.
BOLSA
Com investidores da Bolsa à espera do balanço da estatal, os papéis mais negociados da Petrobras terminaram o dia em baixa de 2,49%, a R$ 17,98. A desvalorização puxou para baixo o Ibovespa, principal índice do mercado de ações brasileiro, que fechou em baixa de 1,28% aos 59.575 pontos.
O movimento do índice foi puxado pela forte baixa dos papéis da petrolífera, que possuem forte peso na Bolsa. As ações preferenciais (sem direito a voto) da Petrobras caíram 2,49% no dia, enquanto as ordinárias (com direito a voto) cederam 2,79%.
A queda das ações da Vale, que também possuem forte peso no Ibovespa, ajudaram a puxar o índice para baixo. Os papéis preferenciais e ordinários da companhia tiveram quedas de 1,14% e 0,97%, respectivamente.
A Planner Corretora projetava receita líquida R$ 74,8 bilhões no quarto trimestre (alta de 1% sobre o resultado do terceiro trimestre) e lucro líquido de R$ 6 bilhões (aumento de 8%). O analista Luiz Caetano destacou, em relatório, que esses resultados ainda mostram uma geração de caixa muito abaixo da necessária para manutenção do volume de investimentos.
“Isso ocorre pela continuidade da política de preços, que tem prejudicado demais a empresa e a ação. O aumento de preços anunciado nesta semana (5,4% para o diesel e 6,6% na gasolina) foi positivo,, sem dúvida, mas o percentual é insuficiente para zerar a diferença com o mercado externo”, afirmou.
PRODUÇÃO DE PETRÓLEO
A produção de petróleo no Brasil caiu 4,9% em dezembro na comparação com dezembro de 2011, para uma média diária de 2,105 milhões de barris, afetada principalmente pela queda da produção da Petrobras e da Shell, informou nesta segunda-feira (4) a ANP (Agência Nacional do Petróleo).
A produção de petróleo só no pré-sal e de gás natural, por outro lado, foram recorde no mês passado: 242,7 mil barris diários de petróleo e 76,2 milhões de metros cúbicos diários de gás, altas 44,8% e 6,8%, respectivamente, ante o mesmo mês do ano anterior.
Segundo dados da ANP, que só leva em conta os campos que a Petrobras opera no Brasil, a produção de petróleo da companhia em dezembro de 2012 atingiu média diária de 1,959 milhão de barris, contra 1,992 milhão de b/d há um ano –queda de 1,7%.
A norueguesa Statoil ultrapassou a Shell e encerrou dezembro como segunda maior produtora de petróleo no país, com 73,5 mil barris diários –alta de 16,6% ante os 63 mil de dezembro de 2011.
A Shell ficou em terceiro lugar após vender parte dos seus ativos no país, com 48,5 mil b/d. No ano anterior, a empresa anglo-holandesa havia produzido 74,7 mil b/d em média no mês de dezembro.
A BP ficou em quarto lugar (11 mil b/d) e a OGX, em quinto (9,8 mil b/d).
Não é só a Petrobrás, coloca ai os Correios que tinha 100% de aprovação popular e hoje tem credibilidade negativa. Mas com um auxilinho aqui outro, uma bolsinha aqui outra lá o PT vai governar esse país por pelo menos mais uns 20 anos.
A Petrobras eh o retrato de uma grande empresa administrada por um partido politico. O PT tomou conta da Petrobras, agora tai o resultado.