A Procuradoria Geral da República (PGR) analisa denúncias encaminhadas pela Superintendência da Polícia Federal no Rio Grande do Norte (SRPF-RN) contra o deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) por supostas irregularidades em nomeações de cargos comissionados no Tribunal Regional Eleitoral potiguar em troca de favores.
A informação foi confirmada oficialmente, na tarde de ontem, pela PGR. Alves é favorito para vencer, em fevereiro, a disputa pela presidência da Câmara dos Deputados. Uma das nomeações que constam no material encaminhado à PGR, em novembro de 2011, é a de Ângela Tereza Tonelli Dutra de Almeida.Ela é mulher de Aluizio Dutra de Almeida, ex-assessor parlamentar de Henrique Eduardo Alves. Ele pediu demissão na segunda-feira, após ser envolvido em denúncias que indicavam favorecimento de sua empresa a partir de emendas liberadas pelo deputado.
Ângela trabalha na Secretaria de Gestão de Pessoas no TRE-RN. Ela foi nomeada em setembro de 2008. O lobby político no Poder Judiciário com a indicação de pessoas do círculo de amizade de Alves seria em troca do trabalho do parlamentar nos bastidores para emplacar algum desembargador do Tribunal de Justiça local no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O ex-superintendente da PF do Rio Grande do Norte Marcelo Mosele, que encaminhou à PGR as denúncias recebidas contra o deputado, não quis se pronunciar sobre o assunto ao ser procurado pelo Correio na tarde de ontem. Atualmente, ele trabalha na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. Inicialmente, Mosele afirmou que não se lembrava do caso. Em seguida, limitou-se a comentar que “não teria como entrar no mérito”.
Procurado pelo Correio, o deputado informou, por meio da assessoria de imprensa, que desconhece o teor das denúncias. Ele não quis comentar a nomeação da mulher do ex-assessor para o TRE-RN. Aluizio Dutra de Almeida é assessor de Alves desde 1998. Ele pediu exoneração do cargo após o jornal Folha de S. Paulo informar que ele é dono da Bonacci Engenharia e Comércio Ltda.
A empresa recebeu dinheiro público de emendas parlamentares do deputado. De acordo com a reportagem, pelo menos três prefeituras do Rio Grande do Norte contrataram a empreiteira. A mesma empresa, segundo o jornal, recebeu R$ 1,2 milhão do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs), controlado politicamente pelo deputado. O TRE-RN foi procurado, no entanto, servidores informaram que a assessoria de imprensa só trabalha até as 13h.Marcada para 4 de fevereiro, a eleição para a Mesa Diretora da Câmara tem quatro candidatos: Alves, Rose de Freitas (PMDB-ES), Júlio Delgado (PSB-MG) e
Ronaldo Fonseca (PR-DF). Nos bastidores, a conta é de que a eleição de Alves, por ora, está garantida. Além de ter a maioria da base do governo, o peemedebista conta com votos da oposição. PT, PDT, PR, PP, PCdoB e PSDB já declararam apoio ao parlamentar.
Ele é o mais antigo da Casa, com 11 mandatos consecutivos. Em 2002, Alves foi indicado a vice na chapa de José Serra (PSDB) para a Presidência da República, mas acabou perdendo lugar depois de denúncias de que abriu contas em paraísos fiscais. Em processo de separação, sua ex-mulher anexou documentos que comprovariam a tentativa de esconder parte do patrimônio.
Fonte: Correio Brasiliense
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