Precipitada, o novo secretário municipal de Juventude, Esporte e Lazer (Sejel), Dudu Machado (PPS), fez acusações das quais parece ter se arrependido. No primeiro release enviado à imprensa, Dudu afirmou que encontrara R$ 400 mil em débitos, mas não especificou as origens das dívidas. Também disse ter, entre os cerca de 200 servidores da pasta, funcionários que sequer moram em Natal, insinuando a existência de cargos fantasmas.
Após o blog publicar a versão do ex-secretário Jean Valério, a assessoria de imprensa do secretário enviou uma resposta negando o que ele havia feito anteriormente.
“Acerca das informações divulgadas em release à imprensa, sobre a situação encontrada na Secretaria de Esportes e Lazer, pelo secretário Eduardo Machado, venho a esclarecer que o débito de quase R$ 400 mil é referente a despesas de custeio da Secretaria, que não podem ser pagas com os recursos federais empenhados na Sejel, que são destinados à execução de obras”, diz a resposta.
Quando citou os R$ 400 mil de dívidas da primeira vez, o novo secretário não havia especificado a origem dos débitos. Agora, a assessoria especificou que não são dívidas e sim o custo da secretária.
Sobre as possíveis irregularidades, o discurso mudou.
“Como o release informava, o secretário Eduardo Machado está iniciando um levantamento administrativo, financeiro e de pessoal da secretaria. Todas as informações, inclusive sobre possíveis indícios de irregularidades de qualquer natureza, bem como na ocupação de cargos comissionados, serão apresentadas primeiramente ao Gabinete do Prefeito e, se necessário for, encaminhadas aos órgãos de controle competentes, para apuração. Por fim, acrescento não houve acusações pessoais e nem tentativa de criar polêmica, apenas o registro de fatos que já estão sendo verificados”, finaliza a assessoria.
Mais uma contradição. Se o secretário está apenas iniciando um levantamento administrativo, como já pode apontar valor de dívidas e existência de funcionários que não moram na cidade? Se qualquer irregularidade encontrada seria encaminhada primeiramente ao gabinete do prefeito, por que o secretário jogou na imprensa acusações vagas? Se não queria criar polêmica e os fatos divulgados já foram verificados, por que não especificá-los e divulgar com que foram gastos os R$ 400 mil e os nomes dos possíveis funcionários fantasmas?
Cada pronunciamento do secretário deixa uma nova marca de contradição. A emenda saiu pior do que o soneto e ficou claro que o novo secretário precisa ter mais calma na hora de se pronunciar.
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