O pedido de autorização para um empréstimo no valor de 540 milhões de dólares (quase 900 milhões de reais) que o Governo do Estado pretende obter do Banco Mundial promete render muita discussão na Assembleia Legislativa.
A mensagem da governadora Rosalba Ciarlini chegou à Assembleia com pedido de urgência. O governo tem maioria folgada na Casa, mas a discussão não vai ser a toque de caixa. A Oposição questiona o porquê de áreas como recursos hídricos não estarem contempladas pelos recursos que serão empregados no programa RN Sustentável.
O deputado Fernando Mineiro descobriu que quase 50 milhões de dólares, ou 9% do total, serão gastos com consultorias. Esquecida, a área de recursos hídricos é tocada pelo vice-governador e secretário Robinson Faria. A área da Agricultura, administrada pelo cunhado da governadora, o deputado licenciado Betinho Rosado, ficará com 23% dos recursos.
A concentração de recursos na Agricultura e o “esquecimento” de Recursos Hídricos levaram muita gente a pensar em razões de natureza política. A ponto de obrigar o vice-governador a emitir nota oficial em que desmente que a área de Recursos Hídricos tenha sido preterida e que ele esteja orientando deputados de sua confiança a questionar a destinação dos recursos do empréstimo internacional.
Bem, Robinson disse que é a favor do empréstimo nas condições apresentadas pelo governo. Diz também que não procedem as ilações sobre desavenças entre ele e a governadora e que é tudo fruto da imaginação de “semeadores de intrigas”.
O fato é que o deputado José Dias, que está indo para o PSD de Robinson, já disse publicamente que vai querer discutir o empréstimo. E que é preciso rever a destinação dos recursos. E avisou que se for para aprovar do que jeito que o governo quer, a Assembleia não passará de um cartório.
Pra bom entendedor, meia palavra.
E não foi nenhum “semeador de intrigas” que inventou as declarações de José Dias, considerado um dos mais inteligentes, argutos e experientes deputados estaduais.
Vamos esperar pra ver o que vai acontecer na Assembleia.
Ou será que ela vai virar cartório, servindo apenas para registro de documentos?
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