Se a tarifa é alta para quem paga e baixa para quem recebe, qual a solução? Aumentar a tarifa não é a saída, claro. Os empresários sabem disso, a população não aceita nem pode mais pagar caro.
Em algumas cidades já foram criados mecanismos de incentivos. Aqui em Natal, o transporte coletivo não é lembrado na hora de escolher o setor a ser contemplado.
Um exemplo: os barcos pesqueiros tem isenção fiscal de óleo diesel. Até um barco que vem do Japão pescar nas nossas águas recebe este incentivo. Mas as empresas de ônibus não.
A frota de Natal é uma das mais novas do Brasil. Sua média é de 4.8 anos. Basta olhar na rua para ter a certeza.
Dos 721 ônibus que fazem parte da frota total (652 são efetivos), menos de 50 unidades tem acima de cinco anos.
Ou seja. As empresas investem em ônibus novos, ônibus adaptados com rampas para deficientes, seguro para os passageiros, todos os funcionários são registrados, sindicalizados, as empresas recolhem impostos e fazem ações sociais.
O usuário paga com sacrifício por uma tarifa alta para sustentar as gratuidades e benefícios que são criados todos os anos.
E o município? Bem, o município legisla a seu favor e é quem dita às regras. Exemplo disso é que os ônibus adaptados deveriam estar nas ruas ate 2010. As empresas cumpriram.
Mas o município se autodeterminou um prazo até 2014 para fazer adaptações nas paradas.
Hoje, o usuário conta com ônibus novos, motoristas e cobradores com carteira assinada e todos os direitos previstos em Lei.
Mas, o município não consegue brindar ao usuário que paga tarifa cara pelo menos com abrigos decentes para passageiros, não incentiva as empresas e para completar cria gratuidades e benefícios e não indica quem vai pagar a conta.
Não fiscaliza como deveria a emissão de carteiras de estudantes e não aperta o cerco contra os alternativos, que não recolhem o ISS, não respeitam itinerários nem horários e não oferecem seguro aos seus usuários.
O próprio município estrangula o sistema de transporte coletivo. E o usuário é quem paga a conta.
E o pior: esperando o ônibus debaixo de sol e chuva.
*Essa é a segunda de uma série de três reportagens. Amanha 3ª parte da reportagem.
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