O governo dos Estados Unidos deverá divulgar na próxima segunda-feira (16) uma lista de pais imigrantes ilegais sob custódia do Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas (ICE, na sigla em inglês) que receberão seus filhos maiores de 5 anos, em um processo que deveria ter começado na sexta-feira (13).
Durante uma audiência em um tribunal federal na cidade de San Diego, no estado da Califórnia, o juiz Dana Sabraw ordenou ao governo entregar na segunda-feira a lista como parte do processo de reunião de pais imigrantes ilegais e filhos, separados após serem detidos na fronteira com o México.
O magistrado pediu a lista dos pais imigrantes ilegais que estão com o Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas, uma vez que seriam os primeiros a se reunir com seus filhos, mas disse que depois o governo deveria fazer o mesmo com os pais sob custódia do Departamento de Justiça, que continuam com seus processos em liberdade ou que já foram repatriados.
Em um documento entregue ontem, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS, na sigla em inglês) informou ter identificado 2.551 crianças maiores de 5 anos separadas dos pais na fronteira.
O governo dos Estados Unidos informou que começará logo o processo de reunião das famílias e que prosseguirá de maneira contínua até o próximo dia 26, dentro do prazo afixado pelo juiz Sabraw.
Sarah Fabian, advogada do Departamento de Justiça, afirmou que o processo será “diferente” para as crianças menores de 5 anos e que as reuniões serão realizadas em oito centros de detenção em todo o país.
A advogada ressaltou que a entrega de uma lista detalhada de famílias, como foi solicitado, poderia atrasar o processo, já que necessitaria de recursos humanos do ICE e do Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS), que poderiam gastar esse tempo na concretização das reunificações.
“Eles tiveram os recursos para separar, para mandar cada pessoa para várias partes do país. Dizer hoje que não têm recursos para reunificar é uma loucura”, respondeu, no fim da audiência, o advogado da União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU, sigla em inglês), Bardis Vakili.
Na audiência de sexta-feira, o juiz reconheceu os esforços do governo para unir as famílias no caso das crianças menores de 5 anos, mas pediu que o processo seja “transparente”.
Os advogados da ACLU insistiram em que, ao contrário do que aconteceu com o primeiro grupo de crianças menores de 5 anos, eles precisam ser notificados sobre o local onde acontecerá o reencontro com pelo menos 12 horas de antecedência para conhecer as necessidades de cada família.
Agência Brasil
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