Foto: Reprodução/TV Brasil
Alvo de investigações do Ministério Público e na mira da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello recebeu elogios públicos do presidente Jair Bolsonaro e de outras autoridades durante um evento nesta sexta-feira em Manaus. Mesmo sem cargo no governo federal, Pazuello acompanhou a cerimônia de inauguração de um centro de convenções na capital do Amazonas.
Antes de assumir o Ministério da Saúde, Pazuello, que é general da ativa do Exército, comandava a 12ª Região Militar, sediada em Manaus. Durante sua gestão na pasta, um dos principais pontos de desgaste foi um colapso no sistema de saúde do Amazonas em janeiro. Em seu discurso nesta sexta, Bolsonaro afirmou que “ninguém esperava que fosse acontecer” uma situação como aquela.
Em entrevista à revista “Veja”, publicada na quinta-feira, o ex-secretário de comunicação da Presidência Fabio Wajngarten afirmou que o Brasil não comprou antes vacinas da Pfizer por “incompetência” e “ineficiência”. Wajngarten fez críticas à condução do tema pelo Ministério da Saúde, mas evitou citar diretamente Pazuello e ainda poupou Bolsonaro. Wanjgarten também deve ser chamado a depor na CPI da Covid.
No evento desta sexta-feira, Pazuello foi mencionado inicialmente pelo ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, que o chamou para subir ao palco. O ex-ministro foi abraçado por Bolsonaro, que acenou para a plateia, e em seguida foi ao encontro de Gilson.
— Quero fazer uma saudação especial. Cadê o general Pazuello? Cadê ele? Venha cá — disse o ministro, continuando depois, já com ex-colega ao seu lado: — Eu fui testemunha da luta desse homem pela erradicação da doença no nosso país.
Machado disse que Pazuello começou a distribuir as primeiras vacinas contra a Covid-19 um dia após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar seu uso e disse que “nós somos muito gratos” ao “empenho” do ex-ministro.
Depois, o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), também elogiou Pazuello, ao agradecer o apoio do governo federal:
— Quero fazer um agradecimento muito especial ao general Eduardo Pazuello, que viveu, no estado do Amazonas, os momentos mais difíceis pelo qual o nosso povo passou.
Último a discursar, Bolsonaro voltou a citar Pazuello, dizendo que ele teve participação no trabalho do governo para que “os danos dessa pandemia fossem diminuídos”. O presidente também fez menção ao atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, dizendo que ele dá “prosseguimento” ao trabalho de Pazuello.
— Conseguimos, com a equipe que nós temos em Brasília, colaborar em muito para que os danos dessa pandemia fossem diminuídos. Em especial, pelo ministro da Saúde que tive até há pouco tempo, o senhor Pazuello. Aqui presente, o ministro Queiroga, da Saúde, que dá prosseguimento ao seu trabalho.
O Globo
Oxi, faz todo sentido. Se bolsonaro dizia durante a campanha que a especialidade dele era matar e derepente um crescimento significativo no número de mortos por covid durante a gestão de Pesadelo no Ministério da Saúde, pra bolsonaro é digno de elogio.
Ele é tão bom por que saiu do governo?
Já ouviram falar em “boi de piranha?” É o que vão fazer com esse coitado.
Vamos ver na CPI a competência na atuação desse presidente, desse ex ministro e desse governador na pandemia…