Diversos

Pecado Capital: novas ações envolvem parentes de Lauro Maia e de desembargadores

O Ministério Público Federal no Rio Grande do Norte (MPF/RN) ingressou com oito novas ações (quatro penais e quatro por improbidade) contra o filho da ex-governadora Wilma de Faria, Lauro Maia; seu ex-sócio o advogado Fernando Antônio Leal Caldas Filho; o ex-diretor do Instituto de Pesos e Medidas (Ipem/RN), Rychardson de Macedo Bernardo; e mais sete pessoas relacionadas a Lauro Maia e a desembargadores do Tribunal de Justiça (TJ/RN).

As denúncias apontam irregularidades na contratação ou no pagamento de seis desses envolvidos: os primos de Lauro Maia, Marcos Maia Carneiro e Marcos Maia Carneiro Júnior; a filha do desembargador Francisco Saraiva Sobrinho, Sayonara Rosado da Costa Saraiva; a cunhada do desembargador Expedito Ferreira, Márcia Gadelha Mascarenhas de Sousa; o sobrinho do juiz Nilson Roberto Cavalcanti de Melo, Iuri Melo Cavalcante; e Ivanise de Fátima Medeiros Maia, esposa do assessor do desembargador Amaury de Sousa Sobrinho, Glênio Lindbergh Lobo Maia, que também é réu.

As irregularidades ocorreram durante a gestão de Rychardson de Macedo à frente do Ipem/RN, de 2007 a 2010, e foram apuradas dentro da Operação Pecado Capital. Além das oito ações, o procurador da República Rodrigo Telles, que as assina, remeteu à Procuradoria Geral da República cópias dos autos, a fim de que, caso entenda cabível, a PGR adote providências para apurar eventual envolvimento dos desembargadores Expedito Ferreira de Souza, Francisco Dantas Saraiva Sobrinho e do juiz Nilson Roberto Cavalcanti de Melo.

Parentes – Uma das ações trata da contratação do comerciante Marcos Maia Carneiro e de seu filho Marcos Maia Carneiro Júnior, como prestadores de serviço do Ipem. Os dois eram “funcionários fantasmas” do órgão e são primos de Lauro Maia. As contratações fictícias foram concretizadas por Rychardson, a pedido do filho da então governadora e por intermédio de Fernando Caldas Filho.

Marcos Maia foi contratado de abril de 2008 a julho de 2009, e Marcos Maia Júnior de de setembro a dezembro de 2007, ambos receberam indevidamente um total de R$ 14.420,30. “Esses aí nenhum dos dois trabalhava. (…) Lauro foi e mandou empregar ele lá, (…) O filho dele nunca trabalhou. E ele foi lá só as primeiras semanas e foi embora”, admitiu Rychardson de Macedo, em depoimento prestado dentro do acordo de delação premiada.

Já Ivanise Medeiros foi contratada por intermédio de seu marido, Glênio Lindbergh Maia, parente de Lauro Maia e assessor do desembargador Amaury de Sousa Sobrinho. Ela também não comparecia para trabalhar, apesar de ter recebido, entre 2007 e 2008, salários totalizando R$ 8.091,95. As ações apontam ainda a contratação, pelo Ipem, de uma tia e uma prima da esposa de Lauro Maia, além de uma enfermeira da família.

Justiça – De acordo com o MPF, Lauro Maia e Fernando Caldas Filho, na condição de advogados, tinham interesse em manter boa relação com integrantes da Justiça Estadual. Daí viabilizarem a contratação de pessoas ligadas a desembargadores.

“As pessoas relacionadas ao Poder Judiciário, ao prestarem depoimento ao Ministério Público Federal, procuraram atribuir a sua indicação para prestação de serviços ao Ipem/RN a um terceiro ou a uma suposta seleção com base em análise de currículo. No entanto, nem os terceiros apontados tinham influência política sobre o Ipem/RN nem tal entidade selecionava pessoas mediante exame curricular”, destacam as ações do MPF.

Márcia Gadelha, cunhada de Expedito Ferreira, foi uma das contratadas como prestadora de serviços sem nunca ter comparecido ao trabalho. Ela assinou dois contratos e um aditivo, entre junho de 2007 a junho de 2009, tendo recebido pelo menos R$ 16.800 nesse intervalo. “Nunca nem vi essa mulher. Entreguei o contrato. Assinou e só recebia”, indicou Rychardson de Macedo.

Diárias – Já os casos de Sayonara Rosado, filha de Francisco Saraiva Sobrinho, e de Iuri Melo, sobrinho do juiz Nilson Roberto Cavalcanti de Melo, incluem pagamentos indevidos, inclusive de diárias, para completar o salário acertado por Rychardson com Lauro Maia e Fernando Caldas Filho. Sayonara foi inicialmente contratada como prestadora de serviço, embora exercesse de fato a função de estagiária de Direito. Ela assinou dois contratos de março de 2008 a março de 2010.

Em junho de 2009, o Ipem não pôde mais assinar contratos diretos com os supostos prestadores de serviço. A partir de julho daquele ano Sayonara Rosado passou formalmente para o quadro de estagiários do instituto, contudo, para manter o compromisso assumido perante Lauro Maia e Fernando Caldas Filho, Rychardson de Macedo concedeu indevidamente uma diária de R$ 550, sem que a mesma tivesse viajado a trabalho.

Posteriormente, o então diretor ordenou que parte dos pagamentos do Ipem à FF Construções e Serviços Ltda. (empresa que supostamente terceirizava pessoal para o órgão) fosse destinado a complementar os ganhos da estagiária. Assim, foram desviados em favor dela pelo menos R$ 1.190.

Já Iuri Melo foi admitido como estagiário quando havia acabado de ingressar no curso de Direito, exercendo a função de 2009 a 2010. Sua bolsa de estágio era de aproximadamente R$ 690. Para garantir uma remuneração maior, conforme acertado com Lauro Maia e Fernando Caldas Filho, o diretor do Ipem concedeu duas diárias indevidas, cada uma de R$ 315.

“Essa Sayonara é filha do desembargador Saraiva. Esse nome veio via Fernando. Não só ele como outras pessoas que o senhor deve perguntar aí que era ligada, vinha via tribunal (…) Fernando, quando vinha, ele botava o salário que eu tinha que pagar. Quando num dava pra mim pagar eu complementava com diária”, explicou Rychardson de Macedo.

Pecado Capital – Os réus incluídos nas ações responderão por enriquecimento ilícito, prejuízo ao erário e violação a princípios da administração pública; além de crimes como estelionato qualificado e peculato. Em relação a Rychardson de Macedo, o MPF requer a aplicação de penas mais brandas, em face da colaboração do mesmo quanto ao esclarecimento dos fatos.

De acordo com as informações colhidas na Operação Pecado Capital, sem o apoio de Lauro Maia e a intermediação de Fernando Caldas Filho, Rychardson de Macedo não teria condições de montar e operar o esquema de desvio de recursos públicos do Ipem/RN em favor de Gilson Moura e dos próprios Lauro e Fernando Caldas Filho. Esses dois teriam trabalhado nos bastidores do Governo do Estado para garantir a montagem e a continuidade do esquema.

A indicação dos “funcionários fantasmas” da cota de Lauro Maia ocorria através de Fernando Caldas Filho. “Fernando vinha, chegava lá: ‘Olha, Rychardson, coloque mais essas três pessoas aqui, dos vinte nomes que eu tenho que botar aí. Tá aqui os vinte nomes. Bote o salário de tanto e tanto’. Aí eu: ‘Beleza’. No outro dia a pessoa chegava lá, assinava o contrato, botava na folha”, resumiu o ex-diretor do Ipem/RN.

As ações tramitarão sob os números 0805864-39.2014.4.05.8400; 0805865-24.2014.4.05.8400; 0805866-09.2014.4.05.8400; 0805868-76.2014.4.05.8400; 0003888-30.2014.4.05.8400; 0003887-45.2014.4.05.8400; 0003889-15.2014.4.05.8400; e 0003890-97.2014.4.05.8400.

MPF-RN

http://www.prrn.mpf.mp.br/grupo-asscom/noticias-internet/pecado-capital-novas-acoes-envolvem-parentes-de-lauro-maia-e-de-desembargadores

Opinião dos leitores

  1. Isso explica o enorme percentual de sucesso que alguns advogados de Natal possuem dentro do Judiciário. São quase imbatíveis. Mas quem lê o Diário da Justiça fica na dúvida se só são eles.
    Mais uma situação que lança lama e dúvidas sobre o TJRN. Pergunto: quem bota a mão no fogo por nosso Judiciário?

  2. Sempre juntos, políticos e seus familiares e integrantes da justiça e seus familiares, cadeia que é bom nadica de nada, por isso que o RN está quase quebrado;

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Brasil

Comissão do Senado aprova porte de arma para advogados

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

A Comissão de Segurança Pública do Senado aprovou nesta terça-feira (8) projeto que permite o porte de arma de fogo para advogados em todo o território nacional. O uso por esses profissionais será permitido para defesa pessoal. A proposta segue agora para a análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

O texto foi apresentado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que preside a comissão. A proposta recebeu parecer favorável do relator, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), que propôs ajustes.

Pelo projeto, será proibido portar a arma em fóruns, tribunais, estabelecimentos prisionais e outros locais públicos ou privados sujeitos a regras próprias de segurança, como estabelecimentos de ensino, igrejas, estádios desportivos e clubes.

Para ter o porte, o advogado precisará seguir os requisitos legais estabelecidos em lei e um regulamento próprio que será elaborado pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Na reunião, o relator negou que a proposta represente uma “liberação indiscriminada” do acesso às armas no país.

“O texto do projeto é extremamente claro. A necessidade fica demonstrada pela comprovação da efetiva atividade como advogado. Então, não é só o registro na OAB propriamente dito – você pode ter o registro e não advogar -; tem que ter a clareza de tudo e os demais requisitos: capacidade técnica, capacidade psicológica, idoneidade, tudo isso vai continuar sendo exigido normalmente”, disse Vieira.

Em seu parecer, ele argumenta que o projeto equipara advogados aos integrantes do judiciário e do Ministério Público, que já possuem a prerrogativa de porte.

“Esse tratamento isonômico mostra-se necessário, uma vez que, como muito bem destacado nas justificações das propostas, não há hierarquia entre advogados, juízes e promotores de justiça. Ademais, embora desempenhem funções distintas, todos integram corpos técnicos essenciais à função jurisdicional do Estado”, afirmou.

CNN

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Geral

Administração do Condomínio Fazenda Real nega dívida de R$ 400 mil e diz que gestão afastada é íntegra

Foto: reprodução/Google Street View

A administração do Condomínio Fazenda Real, residencial localizado em Macaíba, afastada por decisão judicial em razão de acusações de deterioração financeira e administrativa desde o último trimestre de 2022, emitiu uma nota afirmando que não são verdadeiras as informações de haver um déficit de R$ 400 mil e que, ao contrário do exposto, o que existe em caixa é um superávit superior a R$ 200 mil. Além disso, também afirma que o afastamento provisório da atual gestão se deu unicamente em razão de uma decisão técnica.

“É fundamental esclarecer que a gestão afastada por decisão judicial provisória é íntegra, comprometida e tem trabalhado de forma exemplar pela organização e estabilidade financeira do condomínio. A alegação de um suposto déficit de R$ 400 mil é totalmente falsa. Ao contrário, atualmente o condomínio possui um superávit superior a R$ 200 mil, confirmado por auditorias independentes e pela aprovação das contas em assembleia.

O afastamento provisório se deu unicamente por uma questão técnica: a não apresentação de documentos já públicos e registrados em cartório, entendidos como desnecessários pelo advogado da administração”, diz a defesa da administração.

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Brasil

Comissão da Câmara aprova projeto que propõe desarmar segurança pessoal de Lula

Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

A Comissão de Segurança Pública da Câmara aprovou nesta terça-feira (8), por 15 a 8, um projeto que propõe desarmar a segurança pessoal do presidente Lula e de todos os ministros de estado.

O texto segue agora para outras duas comissões e pode ir direto ao Senado, se não for apresentado recurso para discussão em plenário.

“Fica vedado o uso de armas de fogo pelos agentes integrantes da segurança pessoal do Presidente da República e de seus Ministros de Estado, ainda que em atividades que envolvam a segurança imediata de tais dignatários”, diz o texto.

A proposta, de autoria do próprio presidente do colegiado, Paulo Bilynskyj (PL-SP), foi apresentada em 2023 e foi relatada por outro deputado do PL, Gilvan da Federal (PL-ES).

Na justificativa para apresentar o texto, Bilynskyj argumentou que os órgãos que compõe a segurança presidencial e ministerial devem estar de acordo com a ideologia de Lula, que “não vê nas armas de fogo algo benéfico para a sociedade”.

“O presidente Lula, cercado de seguranças armados, luta sempre para desarmar o cidadão. O ministro Lewandowski, que tem porte de arma renovado pela PF, dificulta o acesso do cidadão às armas de fogo”, disse o deputado na reunião desta terça.

G1

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Economia

Trump diz que EUA estão arrecadando US$ 2 bi por dia com tarifas

Foto:Reuters


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira (8) que os Estados Unidos estão arrecadando US$ 2 bilhões por dia com tarifas.

Ele fez o comentário sem fornecer detalhes durante um evento na Casa Branca.

Trump impôs uma série de tarifas a diversos países desde que assumiu o cargo em janeiro.

O extrato diário do Departamento do Tesouro sobre depósitos e retiradas de sua conta geral, a principal conta operacional do governo federal, mostra que os depósitos de “Alfândega e Certos Impostos Especiais de Consumo” totalizaram, em média, cerca de US$ 200 milhões por dia até agora neste mês.

Para o mês de fevereiro, o último mês completo disponível no sistema, o Tesouro arrecadou cerca de US$ 7,25 bilhões em taxas alfandegárias.

A divulgação do orçamento mensal para março, que mostrará os últimos números mensais, será feita na quinta-feira (10).

CNN

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Brasil

Ministro das Comunicações decide pedir demissão a Lula após ser denunciado pela PGR

Foto:Isac Nóbrega / MCom

O ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), decidiu pedir demissão do cargo. A decisão ocorre após ele ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposto desvio de emendas parlamentares.

Segundo apurou a coluna, a demissão começou a ser negociada durante um almoço entre lideranças do União Brasil e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), na terça-feira (8/4), em Brasília.

O encontro ocorreu na casa do presidente nacional do partido, Antonio Rueda, e, segundo relatos, já estava marcado antes mesmo de a denúncia da PGR contra Juscelino vir à tona por meio da imprensa, nesta terça.

Além de Gleisi e Rueda, participaram do almoço os líderes do União Brasil na Câmara e no Senado, o próprio Juscelino Filho e o ministro do Turismo, Celso Sabino, que também é filiado à sigla.

No encontro, de acordo com relatos, Gleisi sinalizou que o Palácio do Planalto gostaria que o próprio Juscelino pedisse para deixar o cargo após a denúncia da PGR, tirando de Lula o peso de ter que demitir o ministro.

Com a sinalização da ministra das Relações Institucionais, caciques do União Brasil se reuniram reservadamente após o almoço, sem Gleisi, quando bateram definitivamente o martelo do pedido de demissão de Juscelino.

Segundo lideranças do União Brasil, o ministro foi aconselhado a pedir demissão para “se preservar”. A avaliação de caciques da sigla foi de que, se ele continuasse como ministro, ficaria ainda mais no alvo das investigações.

Pelo acordo negociado, Juscelino deve apresentar a carta de demissão a Lula ainda nesta terça. O substituto dele no cargo deverá ser outro deputado federal do União Brasil, cujo nome ainda não foi fechado.

Metrópoles 

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Política

[VÍDEO] QUE INVERTIDA: Aldo Clemente responde a Daniel Valença e diz que se o governo pagar o que deve a prefeitura concede reajuste


O plenário da Câmara Municipal de Natal foi palco de uma “invertida” de diálogo entre os vereadores Daniel Valença e Aldo Clemente, na última sessão. Valença, se manifestou pedindo aumento para os profissionais da saúde. A resposta, no entanto, veio do vereador Aldo Clemente, que aproveitou a oportunidade para fazer uma provocação.

Clemente sugeriu que o vereador Daniel Valença procurasse o governo estadual, liderado pela governadora Fátima Bezerra, para resolver um débito pendente de mais de 60 milhões de reais que o governo ainda deve à prefeitura de Natal. Segundo o vereador Aldo, caso o pagamento fosse feito, o aumento salarial para os servidores seria imediatamente viabilizado.

A medida de Clemente foi vista como uma forma irônica de cobrar a responsabilidade para o governo estadual, além de criticar a postura do vereador Daniel Valença em suas constantes cobranças.

“Se o governo estadual pagar, no outro dia o aumento é concedido” disse Aldo Clemente.

Com o cenário ainda indefinido, fica a expectativa sobre os próximos passos do governo estadual e municipal em relação à dívida e às demandas por melhorias nos salários dos trabalhadores da saúde.

 

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Brasil

Guardas e PMs preparam ação no Congresso em debate da PEC da Segurança

Foto:Marcelo Camargo/Agência Brasil

A apresentação do texto da PEC da Segurança Pública pelo governo federal, recebido nesta terça-feira (8) pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), inaugura uma nova frente de disputa entre guardas municipais e policiais militares, após o Supremo Tribunal Federal (STF) fixar uma tese de que os agentes das prefeituras podem exercer atividades de policiamento ostensivo comunitário.

Entidades das duas categorias já preparam ações para pressionar deputados em torno da redação final da mudança constitucional defendida pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.

O texto da PEC inclui a tese aprovada pelo STF em fevereiro, na qual se considera constitucional “o exercício de ações de segurança urbana pelas guardas municipais, inclusive o policiamento ostensivo comunitário”, desde que respeitadas as competências de outros órgãos de segurança e “excluída qualquer atividade de polícia judiciária, sendo submetidas ao controle externo da atividade policial pelo Ministério Público”.

Essa tese é questionada pelos oficiais das polícias militares estaduais em recurso ao STF, mas já está nas entidades que representam as carreiras mais altas das PMs articulações para ajustar a redação do texto no que diz respeito ao papel das guardas municipais.

“Informamos a todos que o referido texto está em análise e ao tempo certo repassaremos os próximos passos que daremos no sentido de trabalhar, se for o caso, para alteração do texto, que a priori possuí vários pontos controversos e nebulosos”, diz mensagem da direção da Federação Nacional de Entidades de Oficiais Militares Estaduais (Feneme), enviada hoje aos associados.

“Faremos, como sempre, todo o possível para corrigir tais pontos, bem como, quando for o caso, convocaremos mobilização junto aos parlamentares, em especial as lideranças como sempre fizemos”, prossegue a cúpula da Feneme.

Entre os pontos que os oficiais das PMs questionam está justamente o que faz menção à possibilidade de guardas municipais poderem fazer policiamento ostensivo e comunitário, enquanto a polícia viária federal “destina-se ao patrulhamento ostensivo das rodovias, ferrovias e hidrovias federais”.

Por sua vez, as representações das guardas municipais celebram a inclusão da tese do STF no texto da PEC enviado pelo governo. O presidente da Associação das Guardas Municipais (AGM Brasil), Reinaldo Monteiro, esteve na semana passada com a ministra da Secretaria das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, para defender a redação da proposta.

Monteiro afirmou que a associação vai atuar no Congresso em defesa do papel das guardas municipais no policiamento urbano. Um ponto citado pelo presidente da AGM Brasil é o que diz respeito aos recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública que poderão ser repassados a estados e municípios.

CNN

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Economia

BETS: apostadores gastam até R$ 30 bilhões por mês no Brasil, diz Banco Central

Foto: Hirurg/Getty Images

Apostadores brasileiros gastaram até R$ 30 bilhões por mês em bets entre janeiro e março de 2025, afirmou o secretário-executivo do Banco Central (BC), Rogério Lucca, nesta terça-feira (8).

Segundo o secretário do BC, a estatística foi feita com base em informações mais concretas obtidas desde a regulamentação do setor, que entrou em vigor 1º de janeiro deste ano.

— Durante esse ano, de janeiro a março, esse valor que a gente acompanha de atividade gira em torno de R$ 20 bilhões a R$ 30 bilhões por mês — explicou em sessão da CPI das Bets, no Senado.

Dados do BC divulgados no ano passado apontavam que os brasileiros gastavam cerca de R$ 20 bilhões por mês em apostas on-line nos primeiros oito meses de 2024. As estatísticas foram revisadas após a regulamentação.

Uma análise preliminar já havia sido feita pelo BC antes da regulamentação. Segundo o presidente do BC, Gabriel Galípolo, no entanto, a autoridade monetária subestimou o montante que é pago em prêmios aos apostadores.

A nota técnica da instituição considerava que cerca de 85% do total gasto em apostas retornava como prêmio pago pelas casas de apostas. Dados do governo, no entanto, mostram que esse percentual está em aproximadamente 93%.

— Estamos tentando reunir dados para entender como está migrando esse comportamento e como ele pode evoluir ou não. Os dados de apostas envolvem tudo que foi gasto na empresa, mas tem um valor que volta, que a gente estimou em 85%, e a SPA estima que hoje esse valor esteja entre 93% — disse Galípolo.

CPI das Bets do Senado

Galípolo foi ouvido nesta terça-feira na CPI das Bets do Senado. O convite foi feito pelo presidente da CPI, o senador Dr. Hiran (PP-RR) para discutir se a autoridade monetária pode propor normas específicas para transferências financeiras das casas de aposta, como as chamadas bets esportivas.

A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) é a relatora da CPI que foi instalada no dia 12 de novembro de 2024, com o intuito de investigar a influência das apostas on-line no orçamento das famílias brasileiras e a possível associação com organizações criminosas.

Em seu discurso inicial, o presidente do BC afirmou que a autoridade monetária não tem competência legal para fiscalizar ou aplicar sanções relativas a transações que envolvam apostas de quota fixa.

Galípolo ainda afirmou que o Banco Central realiza estudos que analisam o impacto das apostas no Brasil sobre a estabilidade financeira e política de juros do país.

— Algumas instituições financeiras começaram a relatar significância estatística do fato de a pessoa apostar no risco de crédito… É importante para o BC avaliar potenciais impactos na estabilidade financeira e na transmissão da política monetária — disse.

Segundo o presidente do BC, a autoridade monetária e participantes do mercado começaram a identificar um grande volume de dinheiro da população brasileira destinado à apostas esportivas, o que pode levar à instabilidade na atividade econômica e possível aumento do risco de crédito, o que pode elevar os juros cobrados no país.

— Ano passado, em estudos preparatórios para uma reunião do Copom, nos chamou a atenção de que parte da renda das famílias não estava indo nem para consumo nem para poupança, alguns participantes de mercado já haviam nos alertado que fluxos financeiros para sites de apostas estavam se tornando significativos, com potencial impacto na atividade econômica — explicou.

O Globo

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Geral

Real é a moeda que mais perde contra o dólar em meio à guerra comercial

Foto: Reprodução/Neofeed

O real é a moeda que mais perde valor no mundo contra o dólar na tarde desta terça-feira (8), após a Casa Branca confirmar tarifas de 104% sobre importações da China.

Por volta das 15h10, a divisa brasileira perdia 106% ante a divisa norte-americana, cotada a R$ 5,976.

Mais cedo, a moeda bateu a cotação psicológica de R$ 6.

A lista de maiores perdas também contam com pares latino americanos. O peso chileno aparece na sequência, com queda de 1,04%, quando a divisa da Colômbia recuava 1% contra o dólar.

Veja abaixo as 10 moedas que mais perdem ante o dólar nesta terça:

  1. Real (Brasil): -1,06%
  2. Peso (Colômbia): -0,94%
  3. Yuan (China): -0,80%
  4. Sol (Peru): -0,80%
  5. Peso (Chile): -0,79%
  6. Won (Coreia do Sul): -0,78%
  7. Baht (Tailândia): -0,63%
  8. Rupia (Índia): -0,45%
  9. Renminbi (China): -0,42%
  10. Shekel (Israel): -0,32%

Os Estados Unidos confirmaram, na tarde desta terça, que aplicarão uma nova tarifa de 50% contra a China.

A medida ocorre após o gigante asiático não cumprir o pedido do presidente Donald Trump de voltar atrás com as taxas retaliatórias de 34% anunciadas na semana passada.

Trump havia estabelecido um prazo de até às 13h (horário de Brasília) desta terça para que o país recuasse.

A nova taxa entra em vigor nesta quarta-feira (9), junto com a tarifa “base” anunciada na semana passada no “Dia da Libertação” de Trump.

CNN Brasil

Opinião dos leitores

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Geral

Dólar sobe e bate R$ 6 em meio a guerra de tarifas e turbulência entre EUA e China

Foto: Reuters

O dólar era negociada a R$ 6 por volta das 14h10 desta terça-feira, 8, logo após os Estados Unidos confirmarem a cobrança de uma tarifa adicional de 50% sobre todas as importações chinesas. A medida entra em vigor nesta quarta-feira, 9, após o país asiático não desistir da retaliação aos Estados Unidos dentro do prazo estabelecido pelo presidente Donald Trump, que era até as 13h desta terça-feira, 8.

A China anunciou na segunda-feira, 7, que não iria ‘ceder à chantagem’ de Trump sobre a imposição de tarifas adicionais. “As ameaças dos EUA para escalar tarifas contra a China são um erro atrás do outro, mais uma vez expondo a natureza chantageadora da América”, declarou o ministro do Comércio chinês, Wang Wentao, que complementou: “Se os EUA insistirem em fazer as coisas à sua maneira, a China vai lutar até o fim”.

Mais cedo, antes da Casa Branca confirmar a tarifa extra, Trump disse que estava esperando uma ligação da China para fazer um acordo que evite a guerra de tarifas entre os países. Em uma sinalização de afrouxamento de discurso e busca por entendimento entre as nações, o presidente disse que “vai acontecer”, se referindo ao acordo. “A China também quer fazer um acordo, muito, mas eles não sabem como começar. Estamos esperando a ligação deles. Vai acontecer!”, escreveu Trump em sua página na plataforma Truth Social.

Guerra comercial

A política comercial dos EUA segue no foco dos mercados desde que Trump anunciou na semana passada a imposição de tarifa mínima de 10% sobre todas as importações ao país, que entrou em vigor no sábado, e taxas “recíprocas” mais altas para alguns parceiros, que serão implementadas na quarta.

Por três sessões consecutivas, os investidores demonstraram enorme aversão ao risco, em meio ao temor de que as medidas comerciais possam desencadear uma guerra comercial ampla, o que poderia provocar a aceleração da inflação global e uma recessão econômica em diversos países.

Terra

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