A informação acaba de vir da própria assessoria de imprensa do deputado estadual Dibson Nasser, alvo de uma votação que pode determinar a cassação de seu mandato no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que está parada por um pedido de vista, mas com uma votação desfavorável de 3 a 0.
Estudo realizado por peritos comprova que a procuração utilizada para advogado acionar a Justiça Eleitoral contra o deputado Dibson Nasser foi falsificada. A perícia confirmou o que havia sido pelo presidente estadual do PRB, Valdir Trindade, e rebateu a declaração do advogado Mauro Rebouças, que garantiu a legitimidade do documento. O laudo realizado acerca da autenticidade da procuração será juntado aos autos do processo que trata sobre a impugnação do mandatado do deputado na segunda-feira (16), onde a defesa do parlamentar solicitará a análise do documento por parte da polícia para a confirmação oficial do laudo.
Durante a semana, o presidente do PRB, Valdir Trindade, foi à imprensa denunciar a falsificação da procuração que supostamente daria poderes a advogado para acionar a Justiça contra Dibson Nasser. O próprio dirigente partidário disse que não havia, por parte do PRB, interesse em impugnação do mandato de Dibson Nasser porque a legenda sequer era coligada ao PSDB, partido do deputado eleito. “Se o PRB não participa da coligação, qual o interesse que o PRB teria nessa ação? Não há lógica”, disse.
No fim da tarde de ontem, o laudo pericial sobre o documento foi finalizado e confirmou a versão do dirigente partidário. O parecer técnico assinado pelo perito criminal e grafotécnico Antônio Mariano dos Santos Filho, aposentado da Coordenadoria de Criminalística do Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep), informou que o timbre utilizado na procuração falsa sequer é o mesmo utilizado pelo PRB nesse tipo de documentação. Além disso, na análise da assinatura do ex-presidente do PRB Jutahy Meneses e a assinatura qud conta na procuração, ficou confirmado que houve escaneamento e que a própria letra do ex-dirigente partidário mostra divergências que caracterizam que “que não foram lançadas na mesma época, ou seja, não há contemporaneidade entre ambas”.
“O documento é apócrifo, ou seja, não expressa a verdade, haja vista que a assinatura nele aposto, mesmo tendo filiação gráfica com o punho escritor de Jutay Meneses Gomes, foi transplantada através de escaneamento de um outro documento, remotamente expedido e não contemporâneo ao questionado”, disse o perito em seu laudo.
Sobre a declaração do advogado Mauro Rebouças, que supostamente “estranhou” o fato do partido ir à público negar a autoria da procuração somente após posicionamento de parte da Corte Eleitoral sobr eo processo, outro documento comprova que o PRB informou a falsificação à Justiça Eleitoral no dia 15 de fevereiro, onde o próprio Jutahy Meneses se coloca à disposição para confirmar que a assinatura não era dele. “Somente tomei conhecimento do uso indevido da minha assinatura em face das notícias de jornal referentes ao processo citado”, informou Jutahy Meneses no dia 15 de fevereiro.
De posse do laudo, o advogado Felipe Cortez confirmou que vai solicitar à Justiça Eleitoral que o estudo seja juntado ao processo para que a polícia analise a perícia realizada e, confirmando a fraude, a Corte extingua o processo. “Foi uma fraude e está comprovada. A procuração é falsa, assim como confirmaram os próprios dirigentes do PRB”, explicou o advogado, também reafirmando a improcedência da denúncia contra Dibson Nasser. “O próprio Ministério Público confirmou que não foi caracterizada irregularidade em Areia Branca, e as contas do deputado foram aprovadas sem ressalvas pelo próprio TRE. Acredito que a Justiça será feita”, completou o advogado.
“Estou muito tranquilo e confiante. Tive toda a prestação de contas aprovada pela Justiça e tenho convicção de que não cometi irregularidades na campanha. Respeito todo e qualquer posicionamento por parte da Justiça Eleitoral. Tenho convicção de que a Justiça vai observar que nosso mandato é legítimo, assim como os mais de 40 mil votos que recebi”, disse Dibson Nasser.
Opinião dos leitores