O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello afirmou nesta segunda-feira (3) que os desdobramentos das investigações do esquema de corrupção mostram que agora “o crime [age] no atacado, não mais no varejo” como no escândalo do mensalão.
A força-tarefa da Operação Lava Jato colocou em prática nesta segunda mais uma fase, prendendo o ex-ministro José Dirceu, condenado pelo STF no julgamento do mensalão e que cumpria prisão domiciliar.
Segundo o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, que integra a força-tarefa da Operação Lava Jato, o esquema de corrupção na Petrobras utilizou o mesmo procedimento do mensalão: a compra de parlamentares para formação de apoio ao governo.
Marco Aurélio disse que, em um discurso de posse em 2006 no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), classificou o mensalão de maior escândalo de corrupção e foi criticado, sendo que atualmente as implicações do caso da Petrobras se mostram maiores.
“Quando eu tomei posse em 2006 no TSE eu fiz um discurso que foi considerado muito ácido. Mas foi um discurso leve. Eu falei que era o maior escândalo da República. Hoje nós temos aí esse que envolve o crime no atacado, não mais no varejo”, afirmou.
O ministro disse que o alcance da Lava Jato é importante para mostrar a estabilidade das instituições.
“O importante é que as instituições estão funcionando. A Polícia Federal e o Ministério Público e o Judiciário. A quadra, ao meu ver, é alvissareira, porque não se esconde mais essas mazelas. Elas afloram a partir inclusive do que foi veiculado pela imprensa, há descoberta de fatos e ante esses fatos se tem os inquéritos e as ações penais. Vamos buscar novos rumos, melhores dias para o Brasil”, disse.
Folha Press
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