A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, reprovou nesta 6ª feira (2.ago.2024) a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o aumento da violência doméstica em dias de jogos de futebol. O petista disse que era “tudo bem” nos casos em que o homem fosse corintiano como ele. Em resposta, a titular do órgão disse: “Piadinha, nem de presidente”.
“É preciso uma mudança de comportamento e de cultura. A gente tem que voltar a não aceitar brincadeirinha”, afirmou em um café da manhã com jornalistas mulheres realizado no ministério, em Brasília. Cida disse que pretende conversar com o chefe do Executivo sobre a declaração quando se encontrar com ele. Disse que a primeira-dama, Janja, já teria chamado atenção para a declaração.
A ministra declarou que esse tipo de comentário é feito com frequência na tentativa de “suavizar” um tema pesado ou que incomoda. “Muita gente decide fazer uma piadinha porque acha que melhora as coisas. Mas não dá para aceitar.”.
O esporte é um dos setores-chave para o Ministério das Mulheres na Articulação Nacional pelo Feminicídio Zero. A mobilização pelo fim da violência contra a mulher tem apoio dos times Corinthians, Flamengo, Vasco e Bahia. Inclui ações com faixas ‘Feminicídio Zero’ no campo de futebol, tarjas em camisetas dos jogadores e vídeos no telão do campo com dados e alertas para o assunto.
Cida também disse que gostaria de ver os jogadores com braçadeiras em defesa das mulheres para que “não tenha mais Danieis Alves e Robinhos“. Os 2 jogadores foram condenados por estupro. Outro foco das ações são as comunidades evangélicas.
O ministério vai realizar um encontro com pastoras em setembro para tratar de iniciativas contra a violência às mulheres e de como as religiosas podem levar o assunto para as suas bases.
A ministra afirmou que quer ampliar o diálogo com as denominações evangélicas mais próximas ao campo conservador e levar o debate também a pastores da Universal e da Assembleia de Deus.
Poder 360
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