O piloto do voo 4U 9525 da Germanwings, que caiu nos Alpes franceses na terça-feira (24), tentou abrir a porta da cabine com um machado ao ficar trancado do lado de fora, afirma o jornal “Bild”, que cita fontes das forças de segurança.
Depois que o copiloto acionou o mecanismo de descida do avião por razões desconhecidas, o comandante do voo, que havia deixado a cabine para ir ao banheiro e que não teve acesso ao local na volta, utilizou um machado para forçar a porta blindada, segundo as fontes, e tentar impedir a tragédia que matou 150 pessoas, segundo a publicação.
Um porta-voz da companhia Germanwings confirmou ao “Bild” que os aviões A320 contam com a presença de um machado, que é “parte do equipamento de segurança”.
As investigações das autoridades francesas apontaram na quinta-feira (26) que um ato deliberado do copiloto derrubou a aeronave.
Segundo o promotor de Justiça de Marselha, Brice Robin, o copiloto Andreas Lubitz, 28, impediu de forma voluntária o retorno do piloto à cabine e operou intencionalmente para chocar o avião contra os Alpes franceses.
“Enquanto estava sozinho, o copiloto pressionou o botão para colocar o avião em descida. É uma ação em altitude que só pode ocorrer de forma deliberada”, disse o promotor, em coletiva nesta quinta-feira (26).
O gesto do copiloto, afirmou, mostra uma “tentativa de destruir o avião”.
A autoridade francesa afirmou que não há, por enquanto, elementos que expliquem essa atitude. Agentes da polícia alemã realizaram uma revista na casa do copiloto em Düsseldorf, capital da Renânia do Norte-Vestfália, nesta quinta.
As informações foram obtidas por meio das gravações de áudio da caixa-preta encontrada em meio aos destroços na terça.
O voo fazia a rota Barcelona (Espanha)-Dusseldorf (Alemanha) com 144 passageiros e seis tripulantes -todos morreram.
O avião caiu por volta de 11h (7h, horário de Brasília) de terça-feira, após uma repentina descida em quase dez minutos em direção às montanhas, sem qualquer alerta de emergência.
A Lufthansa, que controla a Germanwings, afirmou, por meio do CEO, Carsten Spohr, que Lubitz havia passado nos testes médicos e técnicos, não dando qualquer indício de que poderia cometer um ato como este.
Ele fora contratado em 2013 e tinha, segundo informações da empresa aérea, 630 horas de voo.
O promotor de Marselha confirmou a informação antecipada pelo jornal “The New York Times” de que havia apenas um piloto na cabine na hora da queda -o outro havia deixado o local pouco antes.
“É possível ouvir que ele [o piloto] bate, se identifica, pede para abrir a porta, mas não há resposta”, afirmou.
Brice Robin disse também que a cabine ficou em “absoluto silêncio” nos últimos dez minutos antes da queda.
É possível ainda, segundo ele, ouvir a respiração do copiloto até o momento do impacto, o que mostraria que ele estava vivo na hora do choque com a montanha.
Os passageiros provavelmente só perceberam nos momentos finais o que estava acontecendo -gritos podem ser ouvidos momentos antes da colisão, segundo o áudio gravado na caixa-preta.
Robin, no entanto, disse que não vê a queda do A320 como um suicídio. “Quando se é responsável por 150 pessoas, eu não chamo isso de suicídio”, disse.
Folha Press
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