O Estado do Ceará pagou R$ 650 mil de cachê à cantora Ivete Sangalo para que ela fizesse um show na inauguração de um hospital em Sobral, base eleitoral do governador Cid Gomes (PSB), na sexta-feira passada. O evento é alvo do procurador-geral de Contas do Estado, Gleydson Alexandre, que questiona o valor pago à artista baiana.
Mas o governador não parece preocupado. Ele afirmou que Alexandre é “um jovem procurador que quer aparecer”. No dia da apresentação de Ivete Sangalo, Gomes disparou que manterá o show no Estado “doa a quem doer”. “Ricos é que questionam essas coisas, mas o povo precisa de saúde e educação e também de diversão“, declarou Gomes na ocasião.
Gomes já pagou R$ 3 milhões pelo show do tenor espanhol Plácido Domingo para inaugurar o Centro de Eventos do Ceará, em 2012, e desembolsou outro meio milhão para o cantor Luan Santana e a mesma quantia para a dupla Zezé di Camargo e Luciano no réveillon de 2013 promovido pelo governo em Fortaleza.
Pedido arquivado
O Tribunal de Contas do Estado arquivou o pedido do procurador para barrar o pagamento do cachê até que o Estado comprovasse que o valor de R$ 650 mil se justificava. Gomes disse que vai pagar os R$ 650 mil porque é este o valor cobrado pela cantora.
O procurador afirma ter pesquisado preços dos shows de Ivete Sangalo realizados no interior do Nordeste, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Segundo ele, há casos em que o valor cobrado foi menor do que os R$ 650 mil pagos pelos cofres cearenses.
Alexandre afirma ainda, na nota divulgada ontem ,que vem solicitando informações do show desde o ano passado e que o governo deixou de esclarecer suas dúvidas sobre o evento, O procurador alega também que “ficou configurado o descumprimento da Lei de Licitações, bem como de jurisprudência pacífica do Tribunal de Contas da União” a respeito de casos similares.
Procurada, a assessoria de imprensa de Ivete Sangalo disse que não se manifestará. O cachê deve ser pago até o final do mês.
Com informações da Folha
Os políticos gostam de descer a lenha no Ministério Público. A verdade é que, tirando alguns excessos, é o órgão que ainda procura agir para defender os cofres públicos da desfaçatez reinante.
Só querem fazer a politica do " circo", pois até o pão não tem mais.