Isaac Lira narra na Tribuna do Norte de hoje que o que se comenta há muito tempo, a ligação do Deputado Gilson Moura com Rychardson Macedo começa a ser investigado pela Polícia Federal.
O BG conversou ontem com pessoas envolvidas no processo, e em off teve a confirmação que a situação da família Macedo em todo esse processo está muito complicada, segundo essa mesma fonte são muitas as evidencias que Rychardson se excedeu em todos momentos a frente do IPEM. Segue reportagem da Tribuna:
A Polícia Federal investiga a relação de um deputado estadual com a suposta quadrilha que atuou no Instituto de Pesos e Medidas do RN e na Ativa. A informação foi obtida pela TRIBUNA DO NORTE nos autos do processo que apura o crime de lavagem de dinheiro por parte de Rychardson de Macedo Bernardo e mais oito pessoas. Na última semana, o Ministério Público Federal requisitou o envio de três processos de quebras de sigilo, bancário e telefônico, para a PF para que se investigue repasses dos acusados para o parlamentar. Como a investigação corre em segredo, não é citado o nome do deputado.
Os processos 0007312-85.2011, 0007304-11.2011 e 0007305.2011, todos protegidos pelo segredo de Justiça, serão remetidos para a Polícia Federal, segundo pedido formulado pelos procuradores federais Rodrigo Telles e Ronaldo Pinheiro no último dia cinco de setembro. Segundo texto presente no processo, os dados “se referem a quantias pagas pela quadrilha a um deputado estadual”. Fontes em off confirmaram ontem à reportagem da TRIBUNA DO NORTE que o inquérito já foi instaurado tanto na Polícia Federal quanto na Procuradoria Regional da República. Como se trata de suposto crime praticado por deputado estadual, há a prerrogativa de foro privilegiado e o caso só pode ter seguimento no Tribunal Regional Federal, em Recife.
Além de pedir a remessa da cópia integral dos processos que contém as quebras de sigilo dos acusados da Operação Pecado Capital, o Ministério Público Federal requisitou também o envio dos “diálogos do acusado Rychardson de Macedo Bernardo sobre o tema e operação bancária de pagamento de quantia referente à aquisição de um veículo”. Os procuradores não explicitam, na solicitação feita ao juiz da 2ª Vara Federal, Walter Nunes, o que haveria de suspeito na aquisição do veículo, mas afirmam que a intenção do pedido é apurar “o envolvimento de deputado estadual com os acusados”
Fontes da TRIBUNA DO NORTE relataram que o automóvel foi financiado pelo parlamentar junto à Platinum Veículos, empresa acusada de ter sido palco de lavagem de dinheiro desviado do Ipem/RN. A operação financeira relativa a esse veículo foi de cerca de R$ 30 mil, disse uma fonte que teve acesso aos autos.
Além disso, o MPF dispõe de mensagens trocadas entre os acusados Rhandson de Macedo Bernardo, irmão de Rychardson, e Acácio Forte acerca da relação econômica alvo de investigação por parte da Polícia Federal. Rhandson e Acácio foram sócios na constituição da Platinum Veículos. A mensagem foi interceptada e registrada no processo de quebra de sigilo telefônico com o número 1339. Não há informações sobre a data em que o diálogo ocorreu.
A reportagem falou com os advogados de defesa dos réus sobre o assunto. O advogado de Acácio Forte, Fábio Cunha Alves, preferiu não comentar as mensagens trocadas entre o seu cliente e Rhandson de Macedo. Já o advogado Arsênio Pimentel, que defende Rhandson e Rychardson, disse que não se pode taxar a transação comercial como irregular. “Se tiver havido alguma coisa foi uma simples operação financeira. Mas como houve a operação as pessoas tendem a colocar tudo sob suspeita”, falou Arsênio.
Questionado sobre o teor da mensagem e da suposta operação bancária citada em petição, o procurador Rodrigo Telles falou que o assunto será abordado durante o interrogatório dos réus da Operação Pecado Capital, marcado para começar hoje. Telles explicou que não tem como investigar qualquer fato relativo à atuação de deputados estaduais, por conta do foro privilegiado. “Investigações deste tipo são realizadas junto ao Tribunal Regional Federal através da Procuradoria Regional da República”, disse. Os interrogatórios dos réus serão iniciados hoje à tarde, com a possibilidade de continuação amanhã, caso não haja tempo para interrogar os nove réus.
Movimentação bancária foi foco dos interrogatórios
Nos interrogatórios de ontem, a movimentação bancária de Rychardson de Macedo Bernardo e das empresas de sua família foram mais uma vez o foco. Gerentes de bancos e pessoas que conviveram de perto com as atividades comerciais das empresas Platinum Veículos e Supermercado É show, ambas acusadas de serem palco da lavagem de dinheiro obtido por desvios no Ipem/RN. A movimentação bancária das empresas, como também a de Rychardson e Rhandson, segundo o procurador Rodrigo Telles, foram alvo de relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
O Coaf foi avisado pelo Banco do Brasil e pelo Bradesco, bancos que abrigavam contas das empresas da família de Rychardson, acerca de “movimentações financeiras incompatíveis”. Segundo o procurador, que leu partes do relatório, o Coaf recebeu a informação de que havia indícios de utilização de recursos de origem duvidosa. Os réus e a defesa, por sua vez, sustentam que a movimentação nas contas era relativa ao faturamento das empresas. O advogado Arsênio Pimentel disse que as provas apontam para a regularidade da movimentação.
Os interrogatórios continuam hoje com mais testemunhas e o depoimento dos nove réus do processo. Será a primeira vez que pessoas acusadas de fazerem parte da quadrilha irão falar publicamente sobre o assunto, sem o intermédio de advogados. Rychardson de Macedo, por exemplo, ainda não se pronunciou sobre as denúncias.
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