Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O preço do cacau quase triplicou no último ano e obrigou o setor de alimentos a se redesenhar para a chegada da Páscoa. Para os fãs dos ovos de chocolate, o peso no bolso vai além do valor elevado dos produtos nas gôndolas, com a redução dos tamanhos e mudanças na composição das iguarias.
Preço do cacau disparou 189% no último ano
A variação de preço da matéria-prima essencial para a fabricação do chocolate é apurada pela FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura). A alta alcançou o pico de 282% no período.
Inflação está relacionada a questões climáticas. Responsáveis por 70% da produção mundial de cacau, os países da África Ocidental atravessaram períodos de chuvas e secas. O cenário foi determinante para a redução da oferta da matéria-prima.
Crise sanitária também inibe produção de cacau. O fungo Vascular Streak Dieback devastou as plantações na Costa do Marfim e em Gana, principais fornecedores da matéria-prima, fator que contribuiu na redução da disponibilidade do fruto. “Com menor oferta, o preço do cacau sobe e, naturalmente, atinge o valor do chocolate”, destaca Leandro Rosadas, especialista em gestão de supermercados.
Aumentos já atingem os chocolates brasileiros. Segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o preço de chocolates em barra e bombons disparou 16,5% nos últimos 12 meses. A alta anual é a maior desde a atualização do indicador que mede a inflação oficial do Brasil, em 2020.
Produção conta com 13 milhões de ovos a menos. Diante do cenário adverso, a Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados) afirma que 45 milhões de ovos foram produzidos para a Páscoa de 2025. O número é 22,4% menor em relação ao ano passado, quando foram distribuídas 58 milhões de unidades aos consumidores.
Indústria de chocolates aposta em alternativas. A Abia (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos) afirma que as adversidades afetaram os segmentos que dependem do cacau. “O setor tem buscado minimizar esse efeito por meio de eficiência produtiva, automação, inovação e otimização de processos, evitando repassar integralmente os custos aos consumidores”, diz a entidade.
UOL
No governo Lula a Páscoa é sem ovo, nem mesmo o da galinha, será a Páscoa dos sem ovos.