Ao centro, Xi Jinping, presidente da China, durante reunião do Congresso Nacional do Povo na segunda-feira; à esquerda, o premier Li Keqiang; à direita, Wang Yang, integrante do Parlamento Foto: NOEL CELIS / AFP
Em meio ao acirramento das tensões com os Estados Unidos, o presidente da China, Xi Jinping, disse nesta terça-feira que seu país intensificará a preparação para um combate armado. Isto, segundo a mídia estatal chinesa, é crucial dado o impacto profundo que a pandemia da Covid-19 vem causando na segurança nacional da nação.
De acordo com a agência de notícias estatal Xinhua, Xi disse ser fundamental alcançar os objetivos e missões preestabelecidos para fortalecer as Forças Armadas e a Defesa nacional em 2020, mas sem deixar a pandemia sair do controle. Segundo o presidente, que discursou em uma plenária do Exército Popular de Libertação e da Polícia Armada do Povo, a doença deixou um impacto profundo não só no cenário global, mas na segurança e no desenvolvimento da China.
Frente a isso, ele ordenou que os militares trabalhem com as piores hipóteses em mente, intensifiquem seus treinamentos e estejam prontos para um confronto armado. De acordo com a mídia estatal, Xi disse ainda que é necessário estar preparado para lidar imediata e efetivamente com todos os tipos de situações complexas para salvaguardar a soberania nacional, a segurança, a estabilidade estratégica e os interesses do país.
O presidente chinês defendeu também a necessidade de inovações científicas no treinamento militar e na Defesa para fazer frente aos impactos da pandemia e atribuiu o sucesso no controle da Covid-19 ao sucesso da reforma militar e às “heróicas” Forças Armadas. A China tem 84.102 casos da doença, com 4.638 mortes, e, após ter conseguido conter o vírus, vive um “novo normal”.
Lei de segurança nacional
A reunião da qual Xi participou ocorreu às margens do Congresso Nacional do Povo, a sessão anual do Parlamento chinês, que começou na sexta-feira após ser adiada por dois meses em razão da Covid-19. Ela coincide com o agravamento das tensões entre Pequim e Washington, crise que passa, entre outros aspectos, pela disputa verbal sobre a origem do novo coronavírus e por Hong Kong, território semiautônomo que os britânicos devolveram para a China em 1997.
A situação se agravou na quinta-feira, após Pequim anunciar que planeja impor a Hong Kong uma nova lei de segurança nacional, dando-lhe assim mais controle sobre o território. O projeto, que deverá ser aprovado pelo Congresso Nacional do Povo, requer que Hong Kong incorpore à sua Lei Básica, miniconstituição em vigor desde 1997, normas para punir a subversão, o terrorismo, o separatismo, a interferência estrangeira “ou quaisquer atos que ponham em risco a segurança nacional”.
O processo contornaria na prática o governo local, minando a relativa liberdade concedida ao território por meio da fórmula conhecida como “um país, dois sistemas”, que lhe dá autonomia política, administrativa e judicial. Isto gerou novos protestos em Hong Kong durante o final de semana, reacendendo as manifestações antigoverno e contra a soberania chinesa que começaram em junho do ano passado, mas haviam perdido força frente às medidas de distanciamento social para conter a Covid-19.
Militares a postos
Nesta terça-feira, o comandante da guarnição militar da China em Hong Kong disse em uma rara entrevista ao canal estatal CCTV que suas forças “absolutamente” protegeriam os interesses nacionais chineses na cidade. Segundo o general Chen Daoxiang, seus soldados estão “determinados, confiantes e são capazes de salvaguardar a soberania nacional, segurança e os interesses” enquanto “mantém a prosperidade e a estabilidade” à longo prazo no território.
Sobre a nova legislação, Chen disse que ela deteria “todos os tipos de forças separatistas e forças de intervenção externas”. Argumentos similares foram usados por Carrie Lam, chefe do Executivo de Hong Kong cuja renúncia é demandada pelos manifestantes, para defender a proposta chinesa. Para a política pró-China, o plano terá os “efeitos contrários” dos alertados por políticos estrangeiros e organizações internacionais, que ameaçam até mesmo sancionar a cidade caso sua autonomia seja comprometida.
— Direitos e liberdades não são absolutos — disse Lam, em sua entrevista coletiva semanal. — Se uma minoria das pessoas, uma minoria muito pequena, for violar a lei para organizar e participar de atividades terroristas para subverter o poder do Estado, então é claro que ela tem que ser submetida à legislação necessária.
O Globo
Fala o genocida que pôs o mundo de joelhos. É óbvio que esse sujeito quer uma guerra nuclear.
EUA não dá para o cheiro.
— Direitos e liberdades não são absolutos .
Isto é o comunismo chinês.
Hong Kong sempre foi de um liberalismo inconteste.
Vai pra lá !!!