Por Alex Costa – www.tribunadonorte.com.br
O professor de história da rede estadual de ensino Felipe Serrano, de 26 anos, apresentou-se na manhã desta sexta-feira (21) na 5º Delegacia de Polícia Civil, no bairro de Lagoa Nova. A ida dele à DP dá seguimento às investigações da Polícia Civil que procura reunir informações que levem ao paradeiro das pessoas que depredaram e queimaram dois ônibus na capital potiguar, após o encerramento do protesto dos estudantes na última terça-feira (18), contra a suspensão do benefício da integração nos ônibus urbanos.
De acordo com o advogado de Felipe, Gustavo Barbosa, o jovem foi convocado para prestar depoimento junto ao delegado que lidera as investigações, Ulisses Nascimento de Sousa, mas apenas passou por um reconhecimento. “Eu solicitei acesso aos autos do processo e que se alterasse na ata das investigações o motivo pelo que o Felipe veio à delegacia, mas o pedido me foi negado pelo delegado. Agindo assim ele desobedece à lei federal, que permite que os advogados tenham acesso aos autos para formularem a defesa”, considerou.
Felipe estava com o braço direito enfaixado porque passou por uma cirurgia para recuperar dois dedos quebrados durante a abordagem policial na última terça-feira, quando alegaram que ele era suspeito de incendiar o ônibus na avenida Bernardo Vieira. O braço esquerdo também estava enfaixado pois o jovem sofreu luxações. Arranhões no pescoço e olhos vermelhos por causa do spray de pimenta também faziam parte da aparência do professor.
“Temi pela minha vida. Hoje não consigo mais sair de casa, pois não sei por quem fui agredido. Só sei de uma coisa: vou lutar pelos meus direitos junto à justiça”, alegou. Natália Benavides, advogada da Comissão de Direitos Humanos da OAB também faz parte da defesa do jovem agredido, que alega não ter sido o autor do incêndio ao ônibus. O delegado Ulisses se negou a falar com a imprensa.
Em entrevista, Felipe relata agressões por parte da polícia:
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