Tecnologia

Redes sociais são uma ameaça à liberdade, afirma Megainvestidor

George Soros

O momento atual da história é doloroso. As sociedades abertas estão em crise, e diversas formas de ditadura e Estados mafiosos, exemplificados pela Rússia de Vladimir Putin, estão em ascensão. Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump gostaria de fundar o seu próprio Estado em estilo mafioso, mas não pode fazê-lo porque a Constituição, as instituições e uma sociedade civil vibrante não permitem.

Não é apenas a sobrevivência da sociedade aberta que está em questão; a sobrevivência de toda nossa civilização está em jogo. A ascensão de líderes como Kim Jong-un, na Coreia do Norte, e Trump, nos EUA, tem muito a ver com isso. Ambos parecem dispostos a arriscar uma guerra nuclear a fim de se manterem no poder.

As causas reais, porém, são mais profundas. A capacidade da humanidade de exercer controle sobre a natureza, tanto para fins construtivos quanto destrutivos, continua a crescer, enquanto nossa capacidade de nos autogovernarmos flutua —no momento, está em baixa.

A ascensão e o comportamento monopolista das gigantescas companhias americanas de internet estão contribuindo fortemente para a impotência do governo dos EUA.

Em muitos casos, essas empresas tiveram papel inovador e libertador. Mas, quando Facebook e Google expandiram seu poder, ambos se tornaram obstáculos à inovação e causaram diversos problemas dos quais apenas começamos a nos conscientizar.

Empresas obtêm lucros ao explorar seus ambientes. Mineradoras e petroleiras exploram o ambiente físico; empresas de rede social exploram o ambiente social. Isso é particularmente nefasto porque elas influenciam o modo como as pessoas pensam e se comportam sem que estas estejam cientes disso, o que interfere no funcionamento da democracia e na integridade das eleições.

Como as empresas que operam plataformas de internet são redes, elas auferem retornos marginais crescentes, o que explica seu crescimento fenomenal.

O efeito de rede é verdadeiramente inédito e transformador, mas também insustentável. O Facebook precisou de oito anos e meio para atingir 1 bilhão de usuários —e metade desse tempo para chegar ao segundo bilhão. Se esse ritmo for mantido, dentro de menos de três anos, o Facebook já não terá pessoas a converter no planeta.

NEGÓCIOS

Na prática, Facebook e Google controlam metade da receita da publicidade digital. Para manter seu domínio, precisam expandir suas redes e aumentar a proporção de atenção que os usuários lhes destinam. No momento, fazem isso pela oferta de plataformas convenientes. Quanto mais tempo o usuário dedica à plataforma, mais valioso se torna para a companhia.

Além disso, como provedores de conteúdo não têm como evitar essas plataformas e se veem forçados a aceitar os termos que lhes são oferecidos, eles também contribuem para os lucros das empresas de mídia social. A excepcional rentabilidade dessas empresas decorre, em larga medida, de sua omissão diante da responsabilidade —e do pagamento— pelo conteúdo.

As empresas dizem que só distribuem informação. Mas o fato de que sejam distribuidoras quase monopolistas as transforma em serviço de utilidade pública, o que deveria sujeitá-las a regulamentação mais severa, com o objetivo de preservar a competição, a inovação e o acesso livre e equitativo.

Os verdadeiros clientes das companhias de mídia social são os anunciantes. Mas está emergindo um novo modelo de negócio, baseado não só na publicidade mas também na venda direta de produtos e serviços. As empresas exploram os dados que controlam, criam pacotes com os serviços que oferecem e manipulam preços, de modo a dividir com os consumidores uma parte menor dos lucros. Essas práticas ampliam ainda mais sua rentabilidade, mas solapam a eficiência da economia de mercado.

As companhias de mídia social enganam seus usuários ao manipular sua atenção, direcionando-a a seus propósitos comerciais, e engendrar mecanismos para aumentar a dependência de seus serviços. Isso pode ser muito prejudicial, sobretudo para adolescentes.

Existe uma semelhança entre as plataformas de internet e os empresasde jogos de azar. Os cassinos criaram técnicas para levar seus clientes a gastar todo o dinheiro que têm e até o que não têm.

Algo parecido —e potencialmente irreversível— está acontecendo com a atenção humana. Não é uma simples questão de distração ou vício; as redes sociais estão induzindo as pessoas a abrir mão de sua autonomia. E esse poder de moldar a atenção das pessoas está cada vez mais concentrado nas mãos de poucas empresas.

É preciso empreender um esforço significativo para fazer valer e defender aquilo que John Stuart Mill definiu como “liberdade de espírito”. Uma vez perdida, aqueles que crescem na era digital poderão ter dificuldade de recuperá-la.

Isso pode ter consequências políticas graves. Pessoas que não exerçam a liberdade de pensamento serão facilmente manipuladas. Não se trata de ameaça para o futuro; basta olhar a eleição presidencial norte-americana de 2016.

IMPACTO POLÍTICO

Há uma preocupação ainda mais alarmante no horizonte: uma aliança entre Estados autoritários e os grandes monopólios de tecnologia da informação, controladores de vastos repositórios de dados, o que uniria os sistemas nascentes de vigilância empresarial aos sistemas já desenvolvidos de vigilância estatal. Isso bem pode resultar em uma rede de controle totalitário de uma dimensão que nem mesmo George Orwell poderia ter imaginado.

Esse casamento profano deve ocorrer primeiro na Rússia e na China. As empresas chinesas de tecnologia da informação são rivais à altura das plataformas americanas. Além disso, desfrutam do pleno apoio e da proteção do governo, que tem força suficiente para proteger as principais companhias, ao menos dentro de suas fronteiras.

Os monopólios norte-americanos já se sentem tentados a ceder a tais governos no intuito de ganhar acesso a esses mercados imensos. Os líderes ditatoriais desses países talvez se disponham alegremente a colaborar, no interesse de melhorar seus métodos de controle sobre suas populações e de expandir poder e influência no resto do mundo.

Também há um reconhecimento crescente de uma associação entre os monopólios na internet e o aumento da desigualdade.

A concentração da propriedade nas mãos de poucos indivíduos é parte da explicação, mas a posição peculiar que os gigantes da tecnologia ocupam é ainda mais importante. Eles conseguiram estabelecer monopólios enquanto competiam uns com os outros. Só eles são grandes o bastante para devorar startups que poderiam se tornar concorrentes, e só eles têm os recursos necessários para invadir território de outros gigantes.

Seus proprietários se consideram senhores do Universo. Na verdade, são escravos da necessidade de preservar sua posição dominante. Estão engajados em uma disputa feroz pelo domínio de novas áreas que a inteligência artificial vem ajudando a criar, como a dos carros sem motorista.

MONOPÓLIOS

O impacto dessas inovações sobre o desemprego depende das políticas dos governos. A União Europeia e especialmente os países nórdicos são muito mais previdentes em suas ações sociais. Protegem os trabalhadores, não os empregos. Estão dispostos a custear o retreinamento ou a aposentadoria de pessoas alijadas do trabalho. Isso oferece à população dos países nórdicos um senso maior de segurança e a torna mais simpática às inovações tecnológicas do que os cidadãos americanos.

Os monopólios da internet não têm interesse, nem vocação, em proteger a sociedade contra as consequências de suas ações. Isso faz deles uma ameaça pública, e é responsabilidade das autoridades regulatórias fazer algo diante disso.

Nos EUA, as autoridades regulatórias não são fortes o suficiente para resistir à influência política dos monopólios. A União Europeia está em melhor posição, porque não conta com gigantes de internet sediados em seu território.

A União Europeia emprega uma definição de monopólio diferente da adotada pelos Estados Unidos. Enquanto as ações das autoridades norte-americanas se concentram primordialmente em gigantes formados a partir de aquisições, a lei da União Europeia proíbe o abuso de qualquer poder monopolista, não importa de que maneira tenha sido constituído. As leis de privacidade e proteção aos dados europeiassão muito mais fortes que as dos Estados Unidos.

Além disso, a lei norte-americana adotou uma estranha doutrina que define “dano” como um aumento no preço que o consumidor paga pelo serviço recebido. Mas isso é praticamente impossível de provar, já que a maioria das gigantes da internet oferece serviços de graça. Além disso, a doutrina não considera os valiosos dados que as companhias de plataforma recolhem sobre seus usuários.

Margrethe Vestager, comissária da competição da União Europeia, é a paladina da abordagem de seu continente. A União Europeia precisou de sete anos para montar seu caso contra o Google. Mas, como resultado de seu sucesso, a implantação de regras adequadas foi acelerado. Além disso, graças aos esforços de Vestager, a abordagem europeia começou a afetar atitudes nos EUA.

É apenas questão de tempo para que o domínio mundial das companhias de internet dos Estados Unidos seja quebrado. Os esforços de regulamentação e tributação que Vestager vem liderando serão o seu fim.


George Soros, 87, é presidente do conselho da Soros Fund Management e presidente da Open Society Foundations.

tradução de Paulo Migliacci

Texto publicado originalmente pelo Project Syndicate.

Opinião dos leitores

  1. Falou quem quer controlar tudo.
    Não à toa esse sujeito vive dando dinheiro a movimentos de esquerda por todo o Mundo.
    Só que as marionetes acham que quem os financia quer acabar com a propriedade privada.
    O que esses metacapitalistas querem mesmo é um governo que os proteja contra o livre-mercado.

    1. Em tempo: no Brasil ele financia movimentos como o Mídia Ninja e jornalistas de extrema esquerda.

  2. Se esse George Soros for aquele que financia os Black Blocks, a esquerda esquizofrênica, as feminazis, o PT, MST, LBGTX e entidades afins, então é prudente se perguntar qual o interesse dele em fazer todas essas denúncias?

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Brasil

Sobe para 10 o número de mortos em desabamento de ponte entre TO e MA

Foto: Corpo de Bombeiros

A Marinha do Brasil confirmou mais uma morte decorrente do desabamento da ponte Juscelino Kubitscheck de Oliveira, que ligava as cidades de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA).

De acordo com a corporação, o 10º corpo foi encontrado na superfície da água do rio Tocantins, próximo à região da ponte, às 19h desta sexta-feira (27/12). Com isso, sete pessoas seguem desaparecidas.

No total, 29 mergulhadores integram as operações subaquáticas. Três deles são da Marinha, e os demais, bombeiros dos estados do Tocantins, Maranhão e Pará.

Na quarta-feira (25/12), a operação havia recuperado os corpos de um homem, de 43 anos, e de uma mulher, de 53. Nessa quinta pela manhã, outros dois corpos foram identificados, mas pela posição em que estavam não foi possível a retirada.

Uma mulher, de 25, outra, de 45, uma criança, de 11, e um homem, de 42, também morreram no desabamento da ponte.

A estrutura da ponte cedeu no último domingo (22/12), no momento em que 10 veículos passavam pelo local. Após o acidente, o ministro dos Transportes, Renan Filho, anunciou a destinação de R$ 100 milhões a R$ 150 milhões para a reconstrução da estrutura. A expectativa é que a obra seja concluída em 2025.

Fonte: Metrópoles

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Brasil

Defesa nega irregularidades e pede soltura de Daniel Silveira

Daniel Silveira. Foto: Câmara dos Deputados

A defesa de Daniel Silveira negou nesta sexta-feira (27) que o ex-deputado tenha violado medidas cautelares durante o cumprimento do livramento condicional.

Ontem (26), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes deu prazo de 48 horas para o ex-parlamentar explicar porque ficou fora de casa por cerca de 10 horas e ainda foi a um shopping de Petrópolis (RJ), no último domingo (22).

Na manifestação enviada ao Supremo, os advogados alegaram que a decisão do ministro que estabeleceu a obrigação de recolhimento noturno não proibia Silveira de sair de casa durante o dia.

A defesa disse que houve erro de sintaxe na elaboração da decisão de Moraes. No documento, está escrito que Daniel Silveira estava proibido de ausentar-se da comarca e tinha a obrigação de recolher-se à residência no período noturno, das 22h00 às 6h00, bem como nos sábados, domingos e feriados.

“A expressão bem como nos sábados, domingos e feriados, segunda oração, está diretamente ligada ao horário das 22h às 6h, e não a qualquer proibição de se ausentar da residência em tais dias, de forma integral, como alegou levianamente.  Ou seja, Daniel Silveira poderia circular livremente de segunda à segunda, com recolhimento noturno iniciando às 22h, encerrando-se, às 6h”, alegou a defesa.

Os advogados também discordaram das informações da Secretaria de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro (Seap), que apontou diversas violações da área de cobertura da tornozeleira eletrônica.

“Como se vê, não há nenhum relato de violação por parte da Seap no relatório oficial encaminhado ao mesmo, sendo, portanto, inverídicas e levianas as acusações de violação para ir ao shopping, como fez questão de inserir, dando subsídios aos abutres da mídia para perseguirem Daniel Silveira, com sátiras e mentiras”, completou a defesa.

Entenda

Na terça-feira (24), o ex-deputado foi preso pela Polícia Federal (PF) após descumprir a regra que estabelecia o horário das 22h para recolhimento noturno. A medida foi estabelecida no livramento condicional, benefício que foi revogado por Moraes após o episódio. Segundo o ministro, no último fim de semana, Daniel Silveira deu entrada em um hospital, sem autorização judicial.

Segundo Moraes, Daniel Silveira não poderia passar o dia fora de sua residência. No entendimento do ministro, o comportamento demonstra que Silveira “ignorou” as condições do livramento condicional.

Em 2023, o ex-deputado foi condenado pelo STF a oito anos e nove meses de prisão pelos crimes de tentativa de impedir o livre exercício dos poderes e coação no curso do processo ao proferir ofensas e ameaças contra os ministros da Corte.

Na semana passada, Moraes autorizou o livramento condicional da pena, mas o benefício foi revogado após o descumprimento das medidas cautelares.

Fonte: Agência Brasil

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Gastronomia

Papo de Fogão está em clima de celebração com um Especial de Ano Novo cheio de sabor

O Papo de Fogão está em clima de celebração com um Especial de Ano Novo cheio de sabor! O Chef Iran Lima, Personal Chef em Natal/RN, apresenta um delicioso Pernil Suíno de Ano Novo, perfeito para reunir a família. E para completar, a Chef Martha Rocha, do Biscotti em Natal/RN, traz uma Dica Rápida incrível: Rocambole de Batata com Creme de Bacalhau. Um programa repleto de receitas especiais para começar o ano com estilo!

SÁBADO
BAND
MARANHÃO, 7h
CEARÁ, 8h
PIAUÍ, 8h
PARAÍBA
TV CORREIO/RECORD, 13h30

DOMINGO
RIO GRANDE DO NORTE – TV TROPICAL/RECORD, 10h

Ou no nosso canal do YouTube
http://youtube.com/c/PapodeFogao

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Brasil

Pesquisa aponta que 65,8% dos municípios têm falta de vacinas

Foto: Agência Brasil

Levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) revela um cenário de desabastecimento de vacinas nos municípios brasileiros. Dos 2.895 municípios que participaram do levantamento, 65,8% relataram falta de pelo menos um imunizante, com destaque para a vacina contra a varicela (catapora).

Os dados confirmam o cenário de desabastecimento retratado em reportagem da coluna publicada em novembro, cujo teor foi negado pelo Ministério da Saúde em entrevista à imprensa.

À época, a coluna revelou que faltavam imunizantes em 11 estados e no Distrito Federal. Eram eles: Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. O desabastecimento atingia vacinas contra Covid-19 para crianças, meningite, pneumonia, HPV, varicela, sarampo, caxumba e rubéola, entre outros, de acordo com as secretarias de saúde.

O estudo divulgado nesta sexta-feira (27/2) pela CNM aponta que esse cenário de falta de vacinas persiste. Os números foram levantados pela confederação de 29 de novembro a 12 de dezembro.

De acordo com o levantamento, 1.516 municípios (52,4%) informaram que a vacina contra varicela estava ausente nos estoques. Já a da Covid-19 para adultos faltava em 736 deles (25,4%). Cabe à Saúde comprar e distribuir imunizantes aos estados e ao DF pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O imunizante DTP, que protege contra difteria, tétano e coqueluche, vem em terceiro lugar: estava fora dos estoques em 520 cidades (18%), em média, há 60 dias. Santa Catarina, Ceará, Espírito Santo e Minas Gerais foram os estados mais afetados, mostra a pesquisa.

Em nota publicada no site, o ministério negou. “Os estoques de vacinas no país estão abastecidos. O Ministério da Saúde atendeu a todas as solicitações dos estados nos últimos meses do ano, garantindo a oferta de imunizantes e a proteção da população em todo o país”, diz o texto.

Fonte: Metrópoles

Opinião dos leitores

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Brasil

Robôs vão ajudar nas buscas após queda de ponte entre MA e TO

Foto: Carlos Brandão/ X

A Petrobras e a Transpetro disponibilizaram um robô e equipes técnicas para ajudar nas buscas a desaparecidos após a queda da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Os trabalhos de busca foram suspensos devido ao risco de desabamento.

O robô é utilizado em inspeção de dutos submarinos, com câmeras de alta resolução e operado remotamente por um profissional especializado e vai apoiar nas buscas por vítimas da tragédia. As ações estão sendo feitas por equipes de mergulho da Marinha em uma profundidade que varia de 20 a 60 metros. Mais três outros robôs disponibilizados pela Petrobras devem chegar ao local das buscas nas próximas horas.

A Transpetro também opera no local um sonar que tem capacidade de gerar imagens mais nítidas do fundo do rio, ajudando a guiar os mergulhadores.

As duas companhias passam a integrar a força-tarefa que está montada no município de Estreito, onde a estrutura se rompeu no último domingo (22) e estarão à disposição com uma equipe que compreende também especialistas em mergulho, análise de risco, atuação em contingência e combate à poluição.

De acordo com a Marinha, nove pessoas morreram na queda da ponte. Duas vítimas foram localizadas pelas equipes de resgate nesta quinta-feira, mas os corpos não foram resgatados devido ao risco para o trabalho dos profissionais. Outras oito pessoas permanecem desaparecidas.

Fonte: Agência Brasil

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Geral

[VÍDEO] Funcionários chineses terceirizados da BYD negam que tenham sido escravizados no Brasil

Na gravação, um operário lê uma petição assinada em conjunto com outros trabalhadores e pede ajuda ao governo brasileiro para permanecer no país.

O documento fala em “mal-entendido” e tenta justificar a retenção dos passaportes de mais de 100 trabalhadores pela empresa.

O vídeo foi divulgado na rede social chinesa Weibo e obtido pelo Metrópoles.

Fonte: Metrópoles

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Brasil

Trabalhadores chineses resgatados em obra da BYD foram vítimas do tráfico internacional, diz MPT

Foto: Arquivo Pessoal

Os 163 trabalhadores chineses resgatados de trabalho análogo à escravidão na obra de construção da montadora chinesa BYD, em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, foram vítimas de tráfico internacional de pessoas, disse o Ministério Público do Trabalho (MPT). A informação foi divulgada nesta quinta-feira (26), após uma audiência virtual realizada entre as empresas e órgãos públicos.

O MPT afirmou que a BYD e a construtora terceirizada JimJiang Open Engineering concordaram em abrigar os trabalhadores em hotéis até que sejam finalizadas as negociações para a rescisão dos contratos de trabalho.

Na terça-feira (24), a montadora chinesa informou que os 163 trabalhadores resgatados seriam transferidos para hotéis da região.

O g1 entrou em contato com a BYD na noite desta quinta para pedir um posicionamento acerca do caso, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

Em nota enviada após a audiência desta quinta-feira, o MPT disse que a situação dos 163 resgatados foi classificada como tráfico internacional para trabalho análogo à escravidão.

Apesar de questionar essa avaliação das autoridades, as empresas se comprometeram em colaborar com a proteção dos resgatados, segundo o MPT.

O Ministério Público Federal (MPF) solicitou o compartilhamento das provas colhidas para que sejam adotadas as medidas cabíveis. As duas empresas também se comprometeram a apresentar ao MPT todos os documentos relativos aos resgatados e as informações detalhadas de onde eles estão alojados.

Enquanto isso, a Defensoria Pública da União (DPU) está em diálogo com a Receita Federal para que as empresas encaminhem os trabalhadores resgatados para emissão de CPF. Só com este documento será possível fazer os pagamentos no Brasil dos valores relativos à rescisão dos contratos e às indenizações.

A JimJiang deverá conduzir os empregados resgatados à Polícia Federal para obtenção do Registro Nacional Migratório (RNM) e, em seguida, à Receita para emissão dos CPFs.

Também ficou definida a garantia de compra pela contratante das passagens e custeio de até 120 dólares americanos como ajuda de custo para a viagem de volta à China de sete empregados que têm retorno previsto dia 1º de janeiro.

Além disso, uma nova audiência foi agendada para o dia 7 de janeiro, para que seja apresentada uma proposta de termo de ajuste de conduta, para avaliação das empresas investigadas.

Participaram da audiência os representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério Público Federal (MPF), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Trabalho análogo à escravidão

Os trabalhadores foram encontrados em alojamentos da empresa terceirizada, segundo informações da equipe de auditores fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), divulgadas na segunda-feira (23).

Por meio de nota enviada na terça-feira (24), a BYD informou que recebeu a notificação do Ministério do Trabalho e Emprego de que a construtora terceirizada Jinjang Construction Brazil Ltda havia cometido irregularidades e decidiu encerrar o contrato com a empreiteira.

Disse ainda que não “tolera desrespeito à lei brasileira e à dignidade humana” e determinou que os 163 trabalhadores fossem transferidos para hotéis da região. [Confira nota na íntegra ao final da matéria]

Os funcionários estavam distribuídos em quatro alojamentos principais. A fiscalização resultou em embargos e interdições, já que os espaços apresentavam situações degradantes para os trabalhadores. O MTE informou ter encontrado as seguintes irregularidades:

  • camas sem colchões ou com revestimentos inadequados;
  • falta de armários;
  • itens pessoais misturados com alimentos;
  • banheiros insuficientes e precários — em um caso, havia apenas um banheiro para 31 trabalhadores.

 

Ainda de acordo com a equipe de auditores fiscais, a condição sanitária dos alojamentos obrigava os trabalhadores a acordarem às 4h para formar fila e saírem ao trabalho às 5h30. Além disso, os banheiros não eram separados por sexo, faltavam assentos e apresentavam higiene inadequada.

As áreas de alimentação também eram precárias, segundo o MPT, com materiais de construção armazenados próximos aos alimentos e refeições realizadas em camas ou em um refeitório improvisado, insuficiente para todos.

 

A fiscalização também comunicou ter encontrado refeitório sem condições mínimas de higiene, banheiros químicos insuficientes e em estado deplorável, exposição à radiação solar sem proteção, além do registro de acidentes recorrentes devido às condições de alojamento e jornadas exaustivas:

  • um dos trabalhadores relatou acidente ocular sem atendimento oftalmológico adequado;
  • outro sofreu acidente por privação de sono, causada pelas longas jornadas e condições degradantes.

 

Também foram constados indícios de trabalho forçado, segundo o MPT. Os trabalhadores pagavam caução, tinham 60% dos salários retidos, recebiam apenas 40% em moeda chinesa, enfrentavam ônus excessivo para rescisão contratual e tinham passaportes retidos. Esses fatores impediam a saída ou o retorno ao país de origem, configurando confisco de valores recebidos.

As jornadas eram de 10h diárias, com folgas irregulares. Os trabalhadores descansavam em condições inadequadas, sobre materiais de construção, por exemplo.

Também havia restrições de movimento e contratos não formalizados ou de difícil compreensão agravavam a situação, caracterizando violações sistemáticas aos direitos trabalhistas.

A equipe de fiscalização fez a inspeção em cinco alojamentos, sendo que em quatro deles foram encontradas situações degradantes de trabalho. O quinto alojamento, destinado a trabalhadores de funções administrativas apresentava algumas irregularidades não detalhadas, mas lá não houve resgate de trabalhadores.

Os alojamentos e os locais da obra embargados também permanecerão sem atividades até a completa regularização junto aos órgãos que compõem a força-tarefa.

A força-tarefa responsável pelas inspeções e pelos desdobramentos dessa ação é composta pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), pela Defensoria Pública da União (DPU) e pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF).

A inspeção, no entanto, ainda prosseguirá com análise de documentos solicitados e, segundo o MPT, não está descartada a necessidade de novas fiscalizações no local.

Nota de pronunciamento da BYD Auto do Brasil

 

“Nesta segunda-feira (23), a BYD Auto do Brasil recebeu notificação do Ministério do Trabalho e Emprego de que a construtora terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda havia cometido graves irregularidades. A BYD Auto do Brasil reafirma que não tolera desrespeito à lei brasileira e à dignidade humana. Diante disso, a companhia decidiu encerrar imediatamente o contrato com a empreiteira para a realização de parte da obra na fábrica de Camaçari (BA) e estuda outras medidas cabíveis. A BYD Auto do Brasil reforça que os funcionários da terceirizada não serão prejudicados por essa decisão, pois vai garantir que todos os seus direitos sejam assegurados.

A companhia determinou, na data de hoje, que os 163 trabalhadores dessa construtora sejam transferidos para hotéis da região. A BYD Auto do Brasil já vinha realizando, ao longo das últimas semanas, uma revisão detalhada das condições de trabalho e moradia de todos os funcionários das construtoras terceirizadas responsáveis pela obra, notificando por diversas vezes essas empresas e inclusive promovendo os ajustes que se comprovavam necessários.

‘A BYD Auto do Brasil reitera seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, em especial no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores. Por isso, está colaborando com os órgãos competentes desde o primeiro momento e decidiu romper o contrato com a construtora Jinjiang’, afirmou Alexandre Baldy, Vice-presidente sênior da BYD Brasil .

A companhia opera há 10 anos no Brasil, sempre seguindo rigorosamente a legislação local e mantendo o compromisso com a ética e o respeito aos trabalhadores.”

Fonte: g1

Opinião dos leitores

  1. Aproveitando que o MPT está bem atuante sugiro uma passada na Avenida das Alagoas. Muitas crianças sendo exploradas pelos adultos. Vamos lá, quero assistir a operação.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mundo

Coreia do Sul tem 2º impeachment de presidente em 13 dias

Foto: Reprodução Daily Jang

O presidente interino da Coreia do Sul, Han Duck Soo, foi destituído do cargo, nesta sexta (27), no segundo impeachment aprovado pelo Parlamento do país, apenas 13 dias após a queda do ex-presidente Yoon Suk Yeol, motivada pela iniciativa deste de decretar lei marcial, no início de dezembro.

Han Duck Soo também é primeiro-ministro da Coreia do Sul e recebeu 192 votos pelo seu impeachment de deputados que reagiram à sua recusa em nomear três juízes para ocupar vagas ociosas no Tribunal Constitucional, necessárias à conclusão do julgamento do primeiro impeachment, de Yoon Suk Yeol.

O Partido Democrático, que forma a maioria de oposição aos presidentes depostos, ainda acusa Han Duck Soo de ter participado da decretação de lei marcial por Yoon, e de se negar a promulgar dois projetos de lei especiais contra seu antecessor destituído e a ex-primeira-dama, Kim Keon Hee.

A Constituição do país prevê que o impeachment aprovado pelos parlamentares seja apurado e julgado procedente ou não pelo Tribunal Constitucional, em até seis meses de sua votação.

Quem sucede o presidente interino é o ministro de Finanças, Choi Sang-mok, como prevê a Constituição da Coreia do Sul. Antes da aprovação no novo impeachment, o ministro chegou a apelar, sem sucesso, para que o processo não fosse votado, temendo danos graves à economia da Coreia do Sul.

“É importante minimizar a confusão do país e farei meu melhor para chegar a esse objetivo”, afirmou Sang-mok, que pedirá ao Exército para permanecer em alerta máximo por causa da possibilidade de provocação da Coreia do Norte, que tem inimizade histórica com a Coreia do Sul.

Fonte: Diário do Poder

Opinião dos leitores

  1. E NOTE QUE, AO CONTRÁRIO DO BRASILEIRO, ELES TÊM OS ZOINHO BEM FECHANDINHO…

    BRASILEIRO NÃO ENXERGA NAAAADA!!!

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Polícia

Polícia Civil divulga imagens de suspeitas de furtar R$ 80 mil de idoso no RN

Foto: Polícia Civil

A Polícia Civil divulgou, nesta sexta-feira (27), imagens de duas mulheres suspeitas de envolvimento em um furto mediante fraude. O crime ocorreu em 27 de agosto de 2024, em uma agência bancária localizada no município de São Miguel.

De acordo com as investigações, as suspeitas teriam subtraído o cartão de um idoso de 76 anos e realizado diversos saques bancários, resultando em um prejuízo de mais de R$ 80 mil.

Nas imagens das câmeras de segurança, as duas suspeitas aparecem dentro da agência. A primeira, usa blusa preta e calça branca. Já a segunda, vestia blusa preta e short jeans.

Fonte: Portal 98Fm

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Geral

Fátima sanciona leis com cobrança de IPVA para carros elétricos e taxação extra para refrigerantes e cosméticos

 

Foto: Governo do RN

governadora Fátima Bezerra (PT) sancionou nesta sexta-feira (27) a lei que altera a cobrança do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) no Rio Grande do Norte. A proposta havia sido aprovada no último dia 18 de dezembro na Assembleia Legislativa.

Com a nova lei, carros elétricos passarão a ser taxados com o IPVA. Hoje, esse tipo de veículo é isento do imposto no Rio Grande do Norte. Ficou definido que a taxa será de 0,5% sobre o valor do veículo em 2025, 1% em 2026 e 1,5% a partir de 2027. Ou seja, ao fim do escalonamento, os carros elétricos pagarão metade do IPVA cobrado sobre veículos em geral.

Além disso, o projeto de lei traz mudanças no IPVA cobrado de carros movidos a gás natural veicular (GNV). Ficou definido que o IPVA desses carros será reduzido dos atuais 3% para 1,5% por ano.

Para os carros em geral, não há mudanças: a alíquota permanece em 3%, com isenção do imposto a partir de 10 anos de fabricação.

Imposto do Pecado

A governadora do RN também sancionou uma lei complementar que aumenta o número de produtos sobre os quais incide uma taxa extra de ICMS, o principal imposto estadual.

Com a lei, será feita a cobrança de uma taxa de 2%, acima do ICMS padrão, sobre mais produtos considerados supérfluos. Ficam acrescentados refrigerantes e cosméticos à lista que já tem produtos como bebidas alcoólicas, cigarros, joias e armas.

Informalmente, a cobrança é chamada de “Imposto do Pecado”. A arrecadação extra será destinada ao Fundo Estadual de Combate à Pobreza (Fecop), que banca programas sociais como o Restaurante Popular e o Programa do Leite. O governo justifica a necessidade de aumentar a cobrança porque a arrecadação desse fundo caiu de cerca de R$ 13 milhões por mês antes de 2022 para os atuais R$ 4 milhões por mês.

O Fecop financia programas sociais como o da distribuição de leite para famílias em situação de vulnerabilidade social e de refeições a preços simbólicos nos restaurantes populares. Antes da sanção das leis federais 192 e 194, em 2022, a arrecadação mensal do Fecop era de R$ 13 milhões, valor que caiu para R$ 4 milhões em 2024.

ITCD

Outro projeto aprovado à unanimidade é o que altera a lei 5.887/1989, que dispõe sobre o imposto sobre transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens e direitos (ITCD), com isenção para transmissão de imóveis para entidades sem fins lucrativos.

Fonte: Portal 98Fm

Opinião dos leitores

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *