Prefeita de Mossoró por três vezes, senadora da República, Rosalba começou o ano de 2011 em clima de festa, montada na popularidade e na onda da vitória incontestável que obteve nas urnas três meses antes, derrotando, de uma só vez, o oponente e governador Iberê Ferreira e a ex-governadora Wilma de Faria.
O clima de festa e a harmonia com a população, e principalmente com o funcionalismo público durou muito pouco tempo.
A médica pediatra começou o ano com o olhar fixo no retrovisor denunciando mazelas e problemas herdados da administração do antecessor.
A primeira pisada de bola foi na contabilidade: o governo dela não se entendeu quando falava em números relativos às dívidas deixadas por Wilma e Iberê.
Chegou-se a dizer que era mais de 1 bilhão de reais. Baixou-se para 812 milhões e há quem garanta que não passem de algumas poucas centenas de milhões.
Ao mandar um relatório para a Assembleia Legislativa, o Governo incluiu até dívidas deixadas por José Agripino duas décadas atrás e contabilizou como débito até dinheiro oriundo do Governo Federal que não chegou a ser transferido para o Governo Estadual.
Mas a maior pisada de bola foi mesmo com os servidores públicos.
O governo chamou os planos de cargos de salários de irresponsabilidade e distribuiu críticas a todo mundo, desde Wilma e Iberê à Assembleia Legislativa. Esqueceu que foi com o voto dos opositores de ontem, situacionistas de hoje que foram aprovados os planos de cargos e salários. O resultado foi uma onda de greves nunca antes vista na história do Rio Grande do Norte. A da Educação foi a mais longa de toda a história da categoria no Estado. As greves alcançaram Itep, Polícia Civil, órgãos da administração indireta e pouco pouco não chegou ao Fisco Estadual.
A alegação de sempre era falta de dinheiro, apesar de arrecadação própria do Estado, principalmente a do ICMS, ter apresentado superávits consecutivos, chegando a fechar o ano com aumento de 13,3 por cento em relação a 2010.
Depois de amargar meses de paralisações, período que ficou conhecido como Rio Greve do Norte, o governo Rosalba Ciarlini viveu momentos de intranquilidade política com o rompimento do vice-governador Robinson Faria, hoje no PSD. Robinson e seu amigo pessoal, o advogado Paulo de Tarso Fernandes, ex-deputado estadual e chefe do Gabinete Civil do Governo, anunciaram o rompimento na mesma tarde em que homens ligados ao Primeiro Comando da Capital, organização criminosa que controla presídios no Rio e São Paulo, ateavam fogo a ônibus em Natal.
E para completar o calor provocado pelos incêndios criminosos, Robinson e Paulo de Tarso disseram com todas as letras o que o Rio Grande do Norte já sabia mas ninguém do cenário político havia tido a coragem de afirmar: que o governo é controlado pelo marido da governadora, o ex-deputado Carlos Augusto Rosado, que dá o tom quando o assunto é político e também administrativo.
A governadora ficou magoada. Seu marido permaneceu em silêncio mas sempre atuando e na maior parte do tempo com muita discreção. E Robinson Faria mergulhou no ostracismo político ficando sem a maioria dos amigos e companheiros que o cortejavam e seguiam para todo lado durante o tempo em que controlou setores importantes do governo Wilma de Faria.
Rosalba Ciarlini chegou ao último trimestre do primeiro ano de sua administração sem dizer a que veio em setores importantes.
A saúde não anda nada bem, a Educação em situação crítica e a segurança pública vivendo um dos seus piores momentos. Policiais civis insatisfeitos, servidores do Itep trabalhando por força de decisão judicial e policiais militares insatisfeitos com a quebra de compromisso de reajuste salarial e o não pagamento de diárias operacionais prometidas para quem atuou no Carnatal.
E para completar o ano, a governadora teve de revogar decreto que proibia manifestações públicas no Centro Administrativo. Redigido para preservar o ambiente de trabalho das secretarias, o decreto apresentou um ranço autoritário e logo muita gente se lembrou das raízes do DEM que já foi PDS e Arena e guarda laços estreitos com a ditatura militar que perdurou no País por 21 anos.
Da popularidade de 1 de janeiro à revogação do decreto autoritário, o governo Rosalba Ciarlini tem pouco a apresentar, além dos problemas e das obras preparatórias para a Copa do Mundo.
De concreto mesmo, nem mesmo o Machadão e o Machadinho que foram ao chão para que seja construída a Arena das Dunas.
Para 2012, o desejo de todos os norte-riograndenses é de que o governo Rosalba Ciarlini resolva, enfim, começar.
Feliz Governo Novo!
Quem viver verá o maior desgoverno da história do RN. O problema é que o povo não aprende e brincar de votar em favoritismo dá nisso mesmo. Mas, convenhamos que, com o acúmulo de receitas do governo demo rosa, eles passarão a régua na geral.
Parabens BG. Otimo retrato 3×4 do Governo Rosalba Ciarlin/iCarlos Augusto Rosado. Pelas declarações dela aos jornalitsa, finalmente, o começo de Governo será no dia 03 de fevereiro de 2012. Será???
Muito bom, perfeita retrospectiva.. como será 2012, "DEMO".
Quero deixar aqui minha reivindicação como leitor assíduo do Blogo. Sobre os rapazes concursados da Polícia Civil.
Rapaz, brincadeira, olha aí qnd saiu o edital da PC – Dezembro de 2008 ( 3 anos).
http://www.cespe.unb.br/concursos/PCRN2008/
Estão brincando com coisa séria, tem famílias esperando esta nomeação, e ñ são a dos concursados ñ.
São das vítimas de violência e daquelas q esperam pela renovação de um órgão crucial p/ combate a corrupção.
A Polícia Civil hj é o espelho de uma administração pública, se anda mal o gov tb anda.