O primeiro-ministro da Ucrânia, Arseny Yatseniuk, acusou a Rússia nesta sexta-feira de querer iniciar a Terceira Guerra Mundial, ocupando a Ucrânia “militarmente e politicamente” e criando um conflito que pode se espalhar para o resto da Europa. As tropas russas, que na quinta-feira se dirigiam para a fronteira com a Ucrânia, se fixaram a apenas um quilômetro do país, de acordo com Mijailo Koval, ministro da Defesa ucraniano. Diante da escalada de tensões, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que consultará líderes europeus sobre a possibilidade de impor mais sanções à Rússia.
— As tentativas de atacar o Exército russo no território da Ucrânia vai causar um conflito no território da Europa. O mundo não se esqueceu da Segunda Guerra Mundial e a Rússia que lançar a Terceira Guerra Mundial — disse Yatseniuk ao gabinete interino em declarações transmitidas ao vivo. — O apoio da Rússia aos terroristas na Ucrânia é um crime internacional e pedimos à comunidade internacional que se una contra a agressão russa — acrescentou.
A Ucrânia seguia nesta sexta-feira determinada a prosseguir sua ofensiva militar contra os separatistas pró-Rússia do Leste, ativamente apoiados, segundo Kiev, por Moscou. O governo ucraniano informou que um helicóptero militar foi atingido por tiros em um campo de pouso nas proximidades Slaviansk, controlada pelos separatistas.
— A operação antiterrorista continua — afirmou o ministro do Interior da Ucrânia, Arsen Avakov.
Obama, que está na Coreia do Sul, disse que estaria pronto para impor mais sanções se a Rússia aumentar as ações em apoio a rebeldes no Leste da Ucrânia país. Autoridades americanas estão cada vez mais impacientes com o que descreveram como a falha da Rússia em cumprir o acordo alcançado em 17 de abril, em Genebra, para tentar acalmar a crise.
— O que é importante também é preparar o terreno para que, se e quando virmos um aumento ainda maior da tensão, talvez até mesmo uma incursão militar da Rússia na Ucrânia, que estejamos preparados para o tipo de sanções setoriais que teriam consequências ainda maiores — afirmou o presidente.
O governo interino de Kiev, pró-ocidental, qualifica de terroristas os insurgentes pró-russos que ocupam prédios públicos em várias cidades das regiões de Donetsk e Lugansk, as vezes armados e com uniformes sem insígnias.
Na quinta-feira os veículos blindados do Exército ucraniano haviam lançado um ataque contra o bastião rebelde, Slaviansk. Kiev afirma que cinco separatistas foram mortos. Diante da ofensiva ucraniana, a Rússia ameaçou com uma intervenção militar para defender seus interesses e os da população de origem russa na região. Moscou também iniciou manobras militares ao longo da fronteira ucraniana.
O Globo
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