Foto: via site Intercâmbio capital
Uma pesquisa realizada pelo Selo BELTA 2019 (Brazilian Educational & Language Travel Association), revela que o número de adolescentes em busca de intercâmbios cresceu e além da busca por aprender outra língua, existe o anseio por novas culturas e trabalhos voluntários.
Já pensou em mandar seu filho para um intercâmbio? As férias acabaram e pode ser um bom momento para pensar nas próximas e a possibilidade de um intercâmbio tem se tornado cada vez mais comum, e desejável, entre adolescentes e jovens brasileiros.
O setor que movimentou 1.2 bilhões de dólares, em 2018, traz números expressivos de uma juventude, nitidamente, em busca de melhores formações não só profissionais, mas pessoais também. Aprender uma língua estrangeira ainda é a 1ª opção de quem busca um intercâmbio, mas a busca pelo high school dá lugar a experiência de estudar e trabalhar temporariamente ao mesmo tempo que aparece em 2ª lugar na pesquisa como procura. Adolescentes e jovens querem ganhar experiências enquanto estudam. Aprender a língua já é algo default.
A pesquisa foi realizada em parceria ao Instituto ESPM e tem uma amostra de 522 agências nacionais. 4929 estudantes participaram da pesquisa, sendo 65% da amostragem é sudeste. Norte e nordeste tem 15%. O público feminino, 56%, ainda é maior que o masculino, 44%. A faixa etária foi fatiada em cinco categorias. 22 a 24 anos aparece em 1ª lugar, seguido de 25 a 29. Em 3ª, os adolescentes entre 15 e 17 anos. “A procura dessa faixa etária se modificou”, analisa Maura de Araújo Leão, presidente da Agência BELTA. “Com a entrada de escolas internacionais no Brasil e o crescimento das escolas bilíngues, os adolescentes têm buscado diversificar suas experiências com o intercâmbio”. Aqui é possível observar, não só a escola pela tradicional high school, mas o aparecimento do boarding school (vivência de até 3 meses em escola internacional) e o trabalho voluntário. “Essa mudança de comportamento reflete no crescimento de graduação no exterior”, aponta Maura.
Fazer uma graduação fora do Brasil aparece em 4ª posição nas escolhas dos jovens. E países que permitem brasileiros a trabalhar é um dos fatores de escolhas que contam na decisão. Canadá, Estados Unidos, Irlanda, Austrália, Malta, Nova Zelândia e África fazem o ranking. Portugal aparece em 16º. com a facilidade da língua e da aceitação do ENEM em faculdades portuguesas como ponto facilitador. Outros aspectos que influenciam na escolha do destino são qualidade de vida no país (40,4%), localização (26,2%), estilo de vida (23%), belezas naturais e atrações culturais (22,7%), a possibilidade de uma experiência inesquecível (21,9%) e a segurança do país (21,7%). Exatamente nesta ordem. Isso só reforça a mudança de comportamento nas escolhas. O aprendizado de uma língua estrangeira vem é quase que consequência da experiência internacional.
Países de língua inglesa ainda são a 1ª escolha, espanhol vem em 2ª. seguido de francês (quase empatado muito por conta do Canadá como 2ª país destino), seguido de alemão e italiano. Japonês aparece em 7ª. posição e mandarim já entra no ranking, ainda que lá embaixo. A escolha da língua está diretamente ligada ao objetivo do intercâmbio e a escolha do destino. Jovens e adolescentes buscam fazer um match entre investimentos profissionais e carreira e a realização de um sonho (resposta de 54,7% dos estudantes), algo muito mais ligado a ampliação de horizontes e a vivência de uma experiência cultural. “Eles acreditam que esses investimentos ampliam e ajudam a desenvolver as competências exigidas na vida profissional”, conta Maura. “O intercâmbio reflete diretamente o desejo e os anseios dessa geração que está preocupada não só em ampliar capacidades intelectuais, mas no seu próprio desenvolvimento sócio emocional”.
Emais – Estadão
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