Foto: divulgação/Samsung
A Samsung já planeja o desenvolvimento da internet 6G. A gigante sul-coreana divulgou nesta semana um documento que demostra as vantagens e exigências para a criação da rede de sexta geração. O novo padrão alcançaria velocidade de até 1.000 Gb/s (Gigabits por segundo), 50 vezes mais rápido que o 5G. Além disso, espera-se latência de apenas 100 microssegundos, um décimo da atual.
Além do desempenho, a novidade pretende melhorar a conexão também em termos de arquitetura e confiabilidade. A ferramenta deverá permitir, por exemplo, avanços significativos nas áreas de Extended Reality (XR ou Realidade Estendida, em português), hologramas móveis e réplicas digitais. A fabricante espera concluir a padronização da rede e iniciar a comercialização em 2028.
Os benefícios do 6G no dia a dia estão ligados a uma alta capacidade de transmitir muitos dados em pouco tempo. Desta maneira, diversos aplicativos avançados poderiam dispensar processamento local e usar apenas a nuvem. Como resultado, o hardware pode ser compacto e consumir menos energia, o que deve diminuir o tamanho das baterias, por exemplo.
Um dos objetivos do 6G seria elevar a qualidade do que se chama de XR para o nível de Truly Immersive XR (Realidade Estendida Verdadeiramente Imersiva, em tradução livre). Ela mistura aspectos de Realidade Virtual, Realidade Aumentada e Realidade Mista para permitir todo tipo de interação do usuário com objetos virtuais em um cenário real, ou vice-versa.
Foto: divulgação/Samsung
O avanço nesta área depende de componentes muito potentes e pequenos. No entanto, com a chegada do 6G, espera-se conseguir processar alto volume de dados externamente com uma velocidade satisfatória. As aplicações são diversas, podendo trazer benefícios para áreas como medicina, educação, indústria e até o entretenimento.
A ideia é que o 6G também use a baixa latência para processar na nuvem hologramas móveis de alta fidelidade. A Samsung estima que um holograma projetado por um dispositivo móvel, como um smartphone, requer uma transmissão de dados de 0,58 Terabits por segundo (Tb/s). Com esta velocidade, um sistema poderia capturar 19,1 gigapixels de imagem, transmitir e recriar do outro lado para permitir uma chamada de vídeo em 3D no estilo de filmes de ficção científica.
A velocidade ultrapassa significantemente o limite de 20 Gb/s do 5G. Porém, dentro de alguns anos o uso de inteligência artificial pode ajudar a comprimir melhor os dados para oferecer uma velocidade abaixo dos 0,58 Tb/s suficientemente alcançável pelo 6G.
A mesma premissa valeria também para o que se denomina de réplica digital. O conceito envolve a criação de duplicatas de algo real no mundo virtual, uma imitando o comportamento da outra. Este tipo de virtualização requer, segundo a Samsung, uma transmissão de dados na ordem de 0,8 Terabytes por segundo, considerando atualização a cada 100 milissegundos.
Foto: divulgação/Samsung
A tecnologia poderia, por exemplo, usar sensores corporais para criar versões digitais de um órgão em tempo real durante uma cirurgia para facilitar a visualização de áreas encobertas. Além disso, a Samsung menciona a possibilidade de uma pessoa usar movimentos para controlar um robô à distância.
Projeções da empresa apontam que estas três áreas juntas poderiam aproveitar um mercado de cerca de US$ 165,3 milhões (aproximadamente R$ 900 milhões) ao longo dos próximos sete a oito anos.
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