O presidente da Confederação Brasileira de Basquete, Carlos Nunes, está na Espanha. O dirigente acompanhou o jogo do Barcelona contra o Levante, pela Copa do Rei, ao lado do armador Marcelinho Huertas, na quarta-feira à noite, e nesta quinta-feira iniciou o trabalho nos bastidores para garantir ao Brasil uma vaga ao Mundial.
A Fiba anuncia no sábado os países que serão agraciados com o convite para o torneio que começa no dia 30 de agosto. A princípio, seriam quatro. Agora, cinco.
Senegal está com uma dívida astronômica com a Fiba – são 310 milhões de francos suíços por não cumprir despesas administrativas relacionadas com os seus compromissos entre 2012 e 2013 – e vai perder o direito conquistado dentro de quadra. Ao lado de Angola e Egito, Senegal havia garantido uma das três vagas pelo AfroBasket.
“Seria preciso um milagre para o Senegal para participar do Mundial”, disse Sérigne Mboup, presidente Comitê Nacional de Basquete do Senegal.
Com isso, o cenário ficou ainda mais animador. Com Itália e Alemanha fora da disputa por não concordarem em pagar uma doação à Fiba, o Brasil concorre com Venezuela e Canadá por uma vaga e, com certeza, será o vencedor.
As outras quatro vagas serão de três seleções europeias (Grécia, Rússia e Turquia) e outra da China.
Conversei há pouco com Carlos Nunes por telefone e o presidente da CBB está bastante otimista em obter o convite para o Mundial. O presidente só não admite (ainda) pagar o valor de um milhão de francos suíços (cerca de R$ 3,3 milhões) pela vaga.
“Não temos dinheiro e todo mundo sabe disso”, justificou. “Acredito na força da camisa da nossa seleção para conseguir uma vaga para o Mundial”, completou.
Então perguntei: mas presidente é uma exigência da Fiba o pagamento de uma doação? Não há um plano B para pagar o valor exigido? “Vamos negociar, quem sabe pagar menos”, comentou. “Mas se for para pagar esse valor todo, vamos ficar fora do Mundial”, ameaçou.
Carlos Nunes não quis comentar, mas claro que não viajou sem aporte financeiro. Se tiver que pagar, o Brasil vai pagar. O dinheiro não pode vir do Ministério do Esporte. As vias são um patrocinador, além da Rede Globo e da Nike, que estão comprometidas em ajudar a CBB com alguma quantia.
Agora é aguardar o anúncio oficial. Mas, ao que tudo aponta, o Brasil dificilmente vai ficar fora.
Estadão
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