Tecnologia

‘Somos cada vez menos felizes e produtivos porque estamos viciados na tecnologia’, destaca jornalista em livro

Foto: BBC News

Álvaro Minguito Desde os anos 90, quando descobriu a cena dos hackers em Madri, a jornalista espanhola Marta Peirano estuda a tecnologia de forma crítica

“Há um usuário novo, uma notícia nova, um novo recurso. Alguém fez algo, publicou algo, enviou uma foto de algo, rotulou algo. Você tem cinco mensagens, vinte curtidas, doze comentários, oito retweets. (…) As pessoas que você segue seguem esta conta, estão falando sobre este tópico, lendo este livro, assistindo a este vídeo, usando este boné, comendo esta tigela de iogurte com mirtilos, bebendo este drinque, cantando esta música.”

O cotidiano digital descrito pela jornalista espanhola Marta Peirano, autora do livro El enemigo conoce el sistema (O inimigo conhece o sistema, em tradução livre), esconde na verdade algo nada trivial: um sequestro rotineiro de nossos cérebros, energia, horas de sono e até da possibilidade de amar no que ela chama de “economia da atenção”, movida por tecnologias como o celular.

Nesse ciclo, os poderosos do sistema enriquecem e contam com os melhores cérebros do mundo trabalhando para aumentar os lucros enquanto entregamos tudo a eles.

“O preço de qualquer coisa é a quantidade de vida que você oferece em troca”, diz a jornalista.

Desde os anos 90, quando descobriu a cena dos hackers em Madri, até hoje, ela não parou de enxergar a tecnologia com um olhar crítico e reflexivo. Seu livro narra desde o início libertário da revolução digital até seu caminho para uma “ditadura em potencial”, que para ela avança aos trancos e barrancos, sem que percebamos muito.

Marta Peirano foi uma das participantes do evento Hay Festival Cartagena, um encontro de escritores e pensadores que aconteceu na cidade colombiana entre 30 de janeiro e 2 de fevereiro. A seguir, leia a entrevista concedida à BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC.

BBC News Mundo – Você diz que a ‘economia da atenção’ nos rouba horas de sono, descanso e vida social. Por quê?

Marta Peirano – A economia da atenção, ou o capitalismo de vigilância, ganha dinheiro chamando nossa atenção. É um modelo de negócios que depende que instalemos seus aplicativos, para que eles tenham um posto de vigilância de nossas vidas. Pode ser uma TV inteligente, um celular no bolso, uma caixinha de som de última geração, uma assinatura da Netflix ou da Apple.

E eles querem que você os use pelo maior tempo possível, porque é assim que você gera dados que os fazem ganhar dinheiro.

BBC News Mundo – Quais dados são gerados enquanto alguém assiste a uma série, por exemplo?

Peirano – A Netflix tem muitos recursos para garantir que, em vez de assistir a um capítulo por semana, como fazíamos antes, você veja toda a temporada em uma maratona. Seu próprio sistema de vigilância sabe quanto tempo passamos assistindo, quando paramos para ir ao banheiro ou jantar, a quantos episódios somos capazes de assistir antes de adormecer. Isso os ajuda a refinar sua interface.

Se chegarmos ao capítulo quatro e formos para a cama, eles sabem que esse é um ponto de desconexão. Então eles chamarão 50 gênios para resolver isso e, na próxima série, ficaremos até o capítulo sete.

BBC News Mundo – Os maiores cérebros do mundo trabalham para sugar nossa vida?

Peirano – Todos os aplicativos existentes são baseados no design mais viciante de que se tem notícia, uma espécie de caça-níquel que faz o sistema produzir o maior número possível de pequenos eventos inesperados no menor tempo possível. Na indústria de jogos, isso é chamado de frequência de eventos. Quanto maior a frequência, mais rápido você fica viciado, pois é uma sequência de dopamina.

Toda vez que há um evento, você recebe uma injeção de dopamina — quanto mais eventos encaixados em uma hora, mais você fica viciado.

BBC News Mundo – Todo tuíte que leio, todo post no Facebook que chama minha atenção, toda pessoa no Tinder de quem gosto é um ‘evento’?

Peirano – São eventos. E na psicologia do condicionamento, há o condicionamento de intervalo variável, no qual você não sabe o que vai acontecer. Você abre o Twitter e não sabe se vai retuitar algo ou se vai se tornar a rainha da sua galera pelos próximos 20 minutos.

Não sabendo se receberá uma recompensa, uma punição ou nada, você fica viciado mais rapidamente.

A lógica deste mecanismo faz com que você continue tentando, para entender o padrão. E quanto menos padrão houver, mais seu cérebro ficará preso e continuará, como os ratinhos na caixa de [B.F.] Skinner, que inventou o condicionamento de intervalo variável. O rato ativa a alavanca obsessivamente, a comida saindo ou não.

BBC News Mundo – Os adultos podem entender isso, mas o que acontece com as crianças que apresentam sintomas de abstinência quando não estão conectadas ao Instagram, YouTube, Snapchat, Tik Tok por exemplo?

Peirano – As redes sociais são como máquinas caça-níqueis, quantificadas na forma de curtidas, corações, quantas pessoas viram seu post. E isso gera um vício especial, porque trata-se do que a sua comunidade diz — se o aceita, se o valoriza. Quando essa aceitação, que é completamente ilusória, entra em sua vida, você fica viciado, porque somos condicionados a querer ser parte do grupo.

Eles [as empresas] conseguiram quantificar essa avaliação e transformá-la em uma injeção de dopamina. As crianças ficam viciadas? Mais rápido do que qualquer um. E não é que elas não tenham força de vontade, é que elas nem entendem por que isso pode ser ruim.

Não deixamos nossos filhos beberem Coca-Cola e comer balas porque sabemos que o açúcar é prejudicial; mas damos a eles telas para serem entretidos, porque dessa forma não precisamos interagir com eles.

BBC News Mundo – E o que podemos fazer?

Peirano – Interagir com elas. Uma criança que não tem uma tela fica entediada. E uma criança entediada pode ser irritante, se você não estiver disposto a interagir com ela, porque talvez você prefira estar fazendo outras coisas.

BBC News Mundo – Olhando para sua própria tela, por exemplo?

Peirano – Vemos famílias inteiras ligadas ao celular e o que está acontecendo é que cada um está administrando seu próprio vício. Todo mundo sabe que os jogos de azar são ruins, que a heroína é ruim, mas o Twitter, o Facebook, não — porque eles também se tornaram ferramentas de produtividade.

Então, eu, que sou jornalista, quando entro no Twitter é porque preciso me informar; a cabeleireira no Instagram estará assistindo a um tutorial; há uma desculpa para todos.

O vício é o mesmo, mas cada um o administra de maneira diferente. E dizemos a nós mesmos que não é um vício, mas que estamos ficando atualizados e mais produtivos.

BBC News Mundo – Poderíamos nos caracterizar como viciados em tecnologia?

Peirano – Não somos viciados em tecnologia, somos viciados em injeções de dopamina que certas tecnologias incluíram em suas plataformas. Isso não é por acaso, é deliberado.

Há um homem ensinando em Stanford (universidade) àqueles que criam startups para gerar esse tipo de dependência.

Existem consultores no mundo que vão às empresas para explicar como provocá-la. A economia da atenção usa o vício para otimizar o tempo que gastamos na frente das telas.

BBC News Mundo – Como você fala no livro, isso também acontece com a comida, certo? Somos manipulados por cheiros, ingredientes, e nos culpamos por falta de vontade e autocontrole (na dieta, por exemplo).

Peirano – É quase um ciclo de abuso, porque a empresa contrata 150 gênios para criar um produto que gera dependência instantânea.

Seu cérebro é manipulado para que a combinação exata de gordura, açúcar e sal gere uma sensação boa, mas como isso [a combinação] não nutre o corpo, a fome nunca passa, e você experimenta um tipo de curto-circuito: seu cérebro está pedindo mais, porque é gostoso, mas o resto do seu corpo diz que está com fome.

Como no anúncio da Pringles, “Once you pop, you can’t stop” [depois que você abre, não consegue parar, em tradução livre]. O que é absolutamente verdade, porque abro um pote e até que eu o coma inteiro, não consigo pensar em outra coisa.

Então, dizem: ‘bem, isso é porque você é um glutão’. O pecado da gula! Como você não sabe se controlar, vou vender um produto que você pode comer e comer e não fará você engordar, os iogurtes light, a Coca-Cola sem açúcar.

E a culpa faz parte desse processo. No momento, no Vale do Silício, muitas pessoas estão fazendo aplicativos para que você gaste menos tempo nos aplicativos. Esse é o iogurte.

BBC News Mundo – Essa conscientização, de entender como funciona, ajuda? É o primeiro passo?

Peirano – Acho que sim. Também percebo que o vício não tem nada a ver com o conteúdo dos aplicativos.

Você não é viciado em notícias, é viciado em Twitter; não é viciado em decoração de interiores, é viciado em Pinterest; não é viciado em seus amigos ou nos seus filhos maravilhosos cujas fotos são postadas, você é viciado em Instagram.

O vício é gerado pelo aplicativo e, quando você o entende, começa a vê-lo de maneira diferente. Não é falta de vontade: eles são projetados para oferecer cargas de dopamina, que dão satisfação imediata e afastam de qualquer outra coisa que não dá isso na mesma medida, como brincar com seu filho, passar tempo com seu parceiro, ir para a natureza ou terminar um trabalho — tudo isso exige uma dedicação, já que há satisfação, só que não imediata.

BBC News Mundo – De tudo o que você cita, manipulações, vigilância, vícios, o que mais a assusta?

Peirano – O que mais me preocupa é a facilidade com que as pessoas estão convencidas a renunciar aos seus direitos mais fundamentais e a dizer: quem se importa com meus dados? Quem se importa com onde eu estive?

Há 40 anos, pessoas morriam pelo direito de se encontrar com outras pessoas sem que o governo soubesse suas identidades; pelo direito de ter conversas privadas ou pelo direito de sua empresa não saber se há uma pessoa com câncer em sua família.

Custou-nos muito sangue para obtê-los (os direitos) e agora estamos abandonando-os com um desprendimento que não é natural — é implantado e alimentado por um ecossistema que se beneficia dessa leveza.

BBC News Mundo – Quando você envia um email, sabe que outros podem lê-lo, mas de fato pensamos: quem se importará com o que eu escrevo?

Peirano – Ninguém realmente se importa, até o momento que se importe, porque todo esse material é armazenado e, se estiver disponível para o governo, ele terá ferramentas para contar qualquer história sobre você. E você não poderá refutá-lo.

Se o governo quiser colocá-lo na cadeia porque você produz um material crítico, ele pode encontrar uma maneira de vinculá-lo a um terrorista. Bem, talvez seus filhos tenham estudado juntos por um tempo e possa ser mostrado que as placas dos seus carros coincidiram várias vezes na mesma estrada por três anos. Nesse sentido, seus dados são perigosos.

BBC News Mundo – Você diz no livro que “2,5 quintilhões de dados são gerados todos os dias”, incluindo milhões de e-mails, tuítes, horas de Netflix e pesquisas no Google. O que acontece com tudo isso?

Peirano – Estamos obcecados com nossos dados pessoais, fotos, mensagens… Mas o valor de verdade é estatístico, porque suas mensagens, com as de outras bilhões de pessoas, informam a uma empresa ou a um governo quem somos coletivamente.

Eles os usam primeiro para os anunciantes. E depois para criar previsões, porque este é um mercado de futuros.

Eles sabem que quando, em um país com certas características, o preço da eletricidade sobe entre 12% e 15%, acontece X; mas, se sobe entre 17% e 30%, outra coisa Y acontece. As previsões são usadas para manipular e ajustar suas atividades — para saber, por exemplo, até onde você pode prejudicar a população com o preço das coisas antes ela se revolte contra você ou comece a se suicidar em massa.

BBC News Mundo – Como o que aconteceu no Chile, com manifestações motivadas inicialmente pelo aumento no preço da passagem do metrô..?

Peirano – Talvez o governo chileno não esteja processando dessa maneira, mas o Facebook está, o Google está — porque todas as pessoas na rua têm o celular no bolso. E elas o carregaram durante os últimos anos de sua vida.

O Facebook sabe em que bairros aconteceu o que e por quê; como as pessoas se reúnem e como se dispersam; quantos policiais precisam chegar para que a manifestação se dissolva sem mortes.

BBC News Mundo – Mas quem está disposto a ficar sem o celular, a internet? Qual é o caminho para o cidadão normal?

Peirano – O problema não é o celular, não é a internet. Todas as tecnologias das quais dependemos são ferramentas da vida contemporânea, voluntariamente as colocamos em nossos celulares. Mas elas não precisam da vigilância para funcionar, nem precisam monitorar você para prestar um serviço. Eles não precisam disso, o que acontece é que a economia de dados é muito gulosa.

BBC News Mundo – Os negócios são tão lucrativos que vão continuar a fazê-lo da mesma maneira ainda que tentemos impor limites?

Peirano – É muito difícil para um governo enfrentar tecnologias que facilitam esse controle populacional, que é interessante. Mas a ideia é exigir que isso aconteça.

Se, agora, você desativar todos os sistemas de geolocalização do seu celular, eles continuarão a geolocalizá-lo.

Assim como no Facebook ou no Twitter, em que você pode bloquear o que posta para algumas pessoas ou para todos — somente você… e o Facebook veem. O que acontece nos centros de dados deles, acontece para você e para eles. Você não pode bloquear o Facebook, porque você está no Facebook.

BBC News Mundo – Você está sugerindo que precisamos nos rebelar e exigir privacidade?

Peirano – Mas não contra empresas. É natural que elas se beneficiem de uma fonte de financiamento tão barata e gloriosamente eficaz.

O que não é natural é que um governo destinado a proteger os direitos de seus cidadãos o permita. E a questão é que cada vez mais governos chegam ao poder graças a essas ferramentas.

Então, o que deve ser feito? Precisamos começar a transformar essa questão fundamental em um debate política nos níveis local e mais amplo, ou seja, em ação coletiva, ação política.

BBC News Mundo – Esse debate está acontecendo em algum lugar do mundo?

Peirano – Nas primárias democratas da campanha presidencial dos EUA deste ano, essa é uma das questões cruciais. Está em debate se essas empresas devem ser gerenciadas de outra maneira ou serem fragmentadas, porque além de tudo também são um monopólio.

No entanto, na Europa e na América Latina, nos cansamos de falar sobre notícias falsas, seus efeitos, campanhas tóxicas… Na Espanha, houve três eleições gerais em três anos e nenhum político fala sobre isso.

BBC News Mundo – O sistema é nosso inimigo, então?

Peirano – Somos integrados a e dependemos de sistemas que não sabemos como funcionam ou o que querem de nós. Facebook, Google e outros dizem que querem que nossa vida seja mais fácil, que entremos em contato com nossos entes queridos, que sejamos mais eficientes e trabalhemos melhor, mas o objetivo deles não é esse, eles não foram projetados para isso, mas para sugar nossos dados, nos manipular e vender coisas.

Eles nos exploram e, além disso, somos cada vez menos felizes e menos produtivos, porque somos viciados [na tecnologia].

BBC Brasil

 

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Brasil

Lula diz que basta um ‘aloprado’ ser eleito para destruir o que foi feito em décadas

Ricardo Stuckert/Presidência da República

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta terça-feira (4) que basta um “aloprado” ser eleito para a Presidência da República para “destruir” as políticas públicas que levaram “décadas” para ser construídas. Embora não tenha citado nominalmente Jair Bolsonaro (PL), a frase foi direcionada ao ex-presidente. A fala do petista foi feita na abertura da 6ª edição do Encontro do Pnae (Programa Nacional de Alimentação Escolar), em Brasília (DF).

“Queria terminar dizendo para vocês que nós temos mais dois anos de governo, e vocês aprenderam uma lição: construir leva décadas. [Para] destruir, basta um aloprado ganhar as eleições, que ele destrói em quatro anos o que a gente fez em 20 ou em 30. Vocês sabem como que é: a gente passa horas e horas, meses e meses construindo uma coisa, aí entra um cara e em um decreto destrói tudo. Porque fica melhor criar CAC [colecionador, atirador desportivo e caçador] para as pessoas aprenderem a atirar do que criar escola para as crianças aprenderem a estudar”, criticou o presidente.

Mudanças no Enem 2025

Ainda no encontro do Pnae, o ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou que o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) vai voltar a dar o certificado de conclusão no ensino médio aos estudantes “com notas adequadas”. Santana não apresentou detalhes, mas afirmou que a medida, interrompida em 2017, será retomada a partir do Enem deste ano.

Atualmente, estudantes com 18 anos ou mais conseguem o certificado de conclusão do ensino médio a partir do Encceja (Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos).

Santana tinha citado a possibilidade de o Enem voltar a certificar os estudantes em novembro do ano passado. À época, o ministro informou que o Encceja não deve ser suspenso — a ideia é que o Enem também sirva para essa finalidade.

O Encceja é para jovens e adultos que não concluíram os estudos na idade escolar e que buscam a certificação do ensino fundamental ou médio. Para realizar a prova, é preciso que o candidato tenha no mínimo 15 anos para pedir o certificado do ensino fundamental e 18 anos para solicitar a conclusão no ensino médio.

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R7

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Polícia

VÍDEO: Câmeras mostram outro ângulo dos bandidos que assassinaram ex-prefeito Miguel Cabral


Veja as imagens de câmeras de segurança que mostram um ângulo novo dos assassinos do ex-prefeito de São Pedro do Potengi, Miguel Cabral. Nas imagens, é possível ver que os três homens estavam em um carro branco e pararam próximo a cigarreira onde a vítima estava.

A ação toda durou cerca de 2 minutos. Dois descem do carro e vão a frente. Um terceiro, que estava dirigindo, parece ficar aguardando próximo ao carro. Pouco depois, quando eles já haviam executado o atentado, eles chegam correndo ao veículo, entram e escapam muito rapidamente.

Até momento, 24 horas após o crime, ninguém foi preso, mesmo já tendo sido identificado o bandido executor (Pamonha), tendo as imagens, o veículo, e a ordem de prioridade da governadora Fátima Bezerra.

 

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Brasil

Governo reduz limite de ultraprocessados em merendas escolares

Reprodução

O governo do presidente Lula(PT) reduziu o limite de alimentos processados e ultraprocessados nas merendas escolares de 20% para 15%. O anúncio foi feito nesta 3ª feira (4.fev.2025) durante a 6ª edição do Encontro Nacional do Pnae (Programa Nacional de Alimentação Escolar).

A medida tem como objetivo proporcionar uma alimentação mais saudável para aproximadamente 40 milhões de alunos de quase 150 mil escolas públicas, que servem cerca de 10 bilhões de refeições anualmente. A implementação será realizada através da modificação da Resolução nº 6/2020, que define as diretrizes do Pnae. Em 2026, o limite será novamente reduzido, chegando a 10%.

Em 2024, o orçamento do Pnae foi de R$ 5,3 bilhões, com no mínimo 30% dos alimentos provenientes da agricultura familiar. Além disso, a regulamentação anti-ultraprocessados incentiva a compra de alimentos da agricultura familiar com recursos do Pnae, priorizando assentamentos de reforma agrária, comunidades indígenas e quilombolas, bem como grupos formais e informais de mulheres.

Dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional de 2023, do Ministério da Saúde, indicam que uma em cada 7 crianças no Brasil está com excesso de peso ou obesidade, superando a média global. Entre os adolescentes, a situação é mais grave, com 1/3 deles apresentando excesso de peso.

Durante o encontro, também foi lançado o Projeto Alimentação Nota 10, destinado a capacitar merendeiras e nutricionistas do Pnae em segurança alimentar e nutricional, com um investimento de R$ 4,7 milhões.

Poder 360

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Brasil

Golpista se passa por Elon Musk e idosa perde R$150 mil em empréstimo em Goiás

16/06/2023REUTERS/Gonzalo Fuentes

Uma idosa de 69 anos acreditava manter um relacionamento amoroso virtual com o bilionário Elon Musk. De acordo com as informações prestadas pelos familiares à Polícia Civil do Estado de Goiás, a vítima chegou a realizar dois empréstimos, um deles avaliado em R$ 62 mil e o outro em R$ 92 mil.

Segundo a Polícia Civil, o golpista solicitava valores para abastecer a sua suposta aeronave. Houve ainda um pacto de confiança celebrado entre os dois, nos quais o criminoso instigou a vítima a cortar sua própria mão, a fim de provar o amor que tinha pelo bilionário Elon Musk.

Emocionalmente envolvida, a mulher, além de realizar os dois empréstimos que somam mais de R$150 mil, queria vender a própria casa para mandar os valores solicitados pelo golpista. O imóvel é avaliado em R$ 500 mil.

De acordo com informações repassadas pelo delegado do caso, o suposto Elon Musk adicionou a vítima pelo Facebook e posteriormente, passou a trocar mensagens com a idosa pelo aplicativo do Telegram, no qual os dois mantinham contato por horas e horas, todos os dias.

Após adquirir a confiança da idosa, o golpista passou a fazer solicitações a ela, prometendo encaminhar presentes em troca, como flores, joias e outros itens que nunca chegaram à casa da vítima.

As investigações, que até o momento não foram concluídas, indicam que existe uma organização criminosa muito bem estruturada, que já acarretou várias vítimas no país.

Diante deste cenário, a polícia aconselhou aos familiares da vítima que solicitassem sua interdição patrimonial junto ao Poder Judiciário, o que foi deferido.

O Delegado do caso aconselhou que parentes tenham muito zelo com idosos, principalmente ao perceberem que eles estão passando muito tempo no aparelho celular. Se houver suspeita de relacionamento amoroso, é indicado que os familiares procurem constatar se a pessoa do outro lado existe.

“Tenham cautela em relação à voz de inteligência artificial e no caso de qualquer tipo de solicitação de valor financeiro, já deve haver uma desconfiança Se houverem dúvidas, procurem imediatamente as forças de segurança para uma devida investigação e constatação da veracidade dos fatos apresentados”, concluiu.

CNN Brasil

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Mundo

Trump inicia deportação de imigrantes em situação irregular para Guantánamo

Cpl. Noelia Vazquez – 1º.fev.25/USMC /via Reuters

Os primeiros voos dos Estados Unidos transportando migrantes detidos rumo à base militar da baía de Guantánamo, administrada pelos americanos em Cuba, estão em andamento, afirmou a Casa Branca nesta terça-feira (4) à tarde.

O presidente Donald Trump disse querer que o Pentágono e o Departamento de Segurança Interna expandam uma instalação de detenção de migrantes na base naval para abrigar mais de 30 mil migrantes.

“Hoje, o primeiro voo dos Estados Unidos para a baía de Guantánamo com migrantes ilegais está em andamento”, disse a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, à FOX Business.

Os relatos de autoridades que falaram sob reserva são de que o voo iria transportar quase uma dúzia de migrantes. Voos militares já deportaram pessoas dos EUA para Guatemala, Peru, Honduras e Índia.

O Pentágono disse que planeja expulsar do país mais de 5.000 migrantes detidos pelas autoridades americanas em cidades fronteiriças como El Paso (Texas) e San Diego (Califórnia).

Os voos militares são uma forma cara de transportar migrantes. Um voo militar de deportação para a Guatemala na semana passada provavelmente custou pelo menos US$ 4.675 (R$ 27 mil) por migrante.

Trump tem recorrido cada vez mais aos militares para ajudar a executar sua agenda de imigração. Isso inclui o envio de soldados para a fronteira, o uso de aeronaves militares para levar estrangeiros em situação irregular para fora dos EUA e a abertura de bases militares para ajudar a abrigá-los.

A chefe do Departamento de Segurança Interna americana se recusou a dizer no domingo se mulheres, crianças ou famílias migrantes seriam mantidas no centro de detenção da baía de Guantánamo. Kristi Noem disse que o plano não era manter pessoas na base em Cuba indefinidamente e que a administração seguiria a lei dos EUA.

A base já abriga uma instalação para migrantes —separada da prisão de alta segurança dos EUA para suspeitos de terrorismo estrangeiros— que tem sido usada ocasionalmente por décadas, incluindo para abrigar haitianos e cubanos resgatados no mar.

A administração não disse quanto custaria expandir Guantánamo, estabelecida em 2002 para deter militantes estrangeiros após os ataques de 11 de Setembro de 2001, e que ficou conhecida nos anos seguintes pelos casos de tortura cometidos por órgãos como a CIA, a agência de inteligência americana, contra pessoas acusadas de terrorismo.

Sua prisão de alta segurança dos EUA foi criticada em 2023 por um especialista das Nações Unidas, que disse que o tratamento dos detentos da baía de Guantánamo pelo governo dos EUA era cruel, desumano e degradante sob a lei internacional.

Refugiados que estiveram presos no centro de detenção de migrantes em Cuba denunciaram em 2024 maus-tratos e condições degradantes na instalação, incluindo exposição a esgoto a céu aberto, infestações de ratos e falta de água potável.

Entretanto, apesar da fama da prisão para acusados de terrorismo, pouco se sabe sobre o centro de detenção de migrantes que o governo dos EUA também opera no local.

Até mesmo seu tamanho é incerto: no ano passado, o Departamento de Segurança Interna disse haver quatro pessoas presas na instalação, mas não há informações atualizadas a respeito. Grupos de defesa dos direitos humanos nos EUA processam o governo americano para que documentos detalhando as características e o número de migrantes no centro de detenção sejam liberados.

Em meio à crise imigratória nos EUA, El Salvador, país com a maior taxa de encarceramento do mundo, ofereceu suas penitenciárias para criminosos de qualquer país do mundo expulsos pelos EUA —incluindo os próprios americanos.

O preço seria uma taxa “relativamente baixa para os EUA, mas significativa para nós, tornando todo o nosso sistema prisional sustentável”, afirmou na rede social X o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, após receber em seu país o chefe da diplomacia americana, Marco Rubio. O líder chamou a oferta de uma “oportunidade de externalizar” parte de seu sistema penitenciário.

Folha de São Paulo

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Economia

Dólar fecha a R$ 5,77, na 12ª queda, maior série de recuos em 20 anos

Onur Coban/Anadolu Agency/Getty Image

O dólar à vista fechou em queda de 0,81%, a R$ 5,77, nesta terça-feira (4/2). Esse foi o décimo segundo recuo seguido da moeda americana, que atingiu a menor cotação desde 19 de novembro de 2024. Essa foi a maior sequência de recuos em 20 anos, desde 24 de março e 13 de abril de 2005, quando ocorreram 14 dias consecutivos de baixa.

Na avaliação de Emerson Vieira Junior, responsável pela mesa de câmbio da Convexa Investimentos, dois fatores foram decisivos para a nova desvalorização do dólar frente ao real.

Houve, por exemplo, um arrefecimento na tensão em torno da guerra comercial que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou declarar contra o Canadá, o México e a China – entre outros países e blocos econômicos.

O republicano já elevou as tarifas de importação para produtos desses três países, mas adiou a aplicação das sobretaxas por um mês para canadenses e mexicanos. Disse ainda que conversará com o presidente da China, Xi Jinping, sobre o tema, o que pode indicar algum tipo de solução negociada para o problema.

Barganha

É por isso que começa a se consolidar no mercado a avaliação de que Trump tem usado a ameaça das tarifas como instrumento de pressão para obter vantagens de países com os quais os EUA mantêm pendências. Isso mesmo que esses entraves não tenham nenhuma relação com questões do comércio global.

Para evitar a sobretaxa, por exemplo, os mexicanos comprometeram-se a enviar 10 mil integrantes da Guarda Nacional para a fronteira com os EUA para conter o tráfico de drogas. Os canadenses confirmaram o plano de investir US$ 1,3 bilhão na divisa entre os dois países, para combater o crime organizado, o contrabando de fentanil (um opioide utilizado como medicação para a dor) e a lavagem de dinheiro.

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Metrópoles

 

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Mundo

Trump restabelece política de ‘pressão máxima’ contra o Irã e ameaça destruir o país em caso de retaliação

Foto: REUTERS/Elizabeth Frantz

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um memorando para restabelecer uma política de “pressão máxima” contra o Irã nesta terça-feira (4). O objetivo é evitar que o país consiga desenvolver sozinho uma arma nuclear.

O presidente afirmou que teve dúvidas sobre o memorando, mas que resolveu assiná-lo mesmo assim. Por outro lado, Trump disse que deseja fechar um acordo com o Irã e confirmou que pretende conversar com o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian.

“É muito duro para o Irã”, afirmou. “Espero que não tenhamos que usá-lo muito.”
O memorando, na prática, ordena que o secretário do Tesouro dos EUA imponha “pressão econômica máxima” sobre o Irã, incluindo sanções contra o país e aliados.

Trump declarou que o Irã está muito próximo de conseguir desenvolver uma arma nuclear. O presidente disse que pode bloquear a venda de petróleo iraniano para outras nações como forma de pressão.

Ao assinar a ordem, Trump afirmou ter instruído as autoridades dos Estados Unidos a destruir o Irã caso o país execute um plano para assassiná-lo. Uma tentativa de retaliação também poderá gerar uma resposta norte-americana.

Em novembro do ano passado, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos revelou que agentes iranianos montaram um suposto complô para assassinar Trump.

Segundo os investigadores, um dos suspeitos teria sido encarregado por um funcionário do governo do Irã de planejar o assassinato antes das eleições presidenciais de 2024.

A operação teria como objetivo vingar a morte do general iraniano Qassem Soleimani, assassinado em 2020 em um ataque dos EUA. À época, a operação foi ordenada por Trump, que estava em seu primeiro mandato como presidente.
Na semana passada, o Irã afirmou que um novo ataque dos Estados Unidos ao país seria um erro que levaria a uma “guerra total”.

G1

 

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Brasil

Acredite se quiser: Soldado é acusado de cadastrar viatura no Uber e usar combustível do Estado

Reprodução

Um soldado da Polícia Militar de Alagoas (PM-AL) é acusado de cadastrar uma viatura descaracterizada em uma plataforma de transporte por aplicativo e abastecê-la com combustível pago pelo Estado para trabalhar como motorista. O comando da corporação instaurou processo administrativo disciplinar (PAD) para apurar os fatos.

A suposta transgressão militar foi apurada preliminarmente em inquérito policial militar (IPM) aberto pela Corregedoria da PM. Por meio de portaria que assinou no último dia 27 de janeiro, o coronel Paulo Amorim Feitosa Filho, comandante geral da PM-AL, determinou a instauração do PAD e designou um tenente-coronel para presidi-lo.

Conforme a portaria, deve ser apurado se o policial fez “uso de veículo pertencente à Fazenda Pública estadual para fins particulares, cadastrado sem autorização e dele ter auferido lucro através da plataforma Uber, e ainda se utilizado de combustível do Estado”. Previstas nos artigos 31 e 32 do Regulamento Disciplinar da PM alagoana (RDPMAL), nove transgressões classificadas como médias e graves são atribuídas ao soldado.

Em ordem de gravidade crescente, o artigo 40 do RDPMAL enumera as punições a que estão sujeitos os policiais militares: advertência, repreensão, detenção, prisão e licenciamento a bem da disciplina, que consiste no afastamento do punido das fileiras da corporação. Segundo o artigo 39, “a punição disciplinar visa o benefício educativo ao punido e o fortalecimento da disciplina da corporação”.

Comunicado da Uber
A empresa informou por meio de nota que não foi possível verificar o caso relatado porque, “até o momento, não foi fornecida à empresa qualquer informação para checar se o motorista mencionado é cadastrado no aplicativo da Uber e, consequentemente, emitir posicionamento sobre as medidas adotadas”.

“Sabemos que popularmente usa-se o nome ‘Uber’ como sinônimo para toda a categoria de aplicativos de mobilidade, bem como sinônimo da atividade de quem utiliza os apps para gerar renda”, diz o comunicado. A menção expressa da empresa foi feita pelo comandante-geral da PM alagoana na portaria que determinou a abertura do PAD.

Diário do Brasil Noticias 

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Polícia

Polícia Civil cumpre mandados contra suspeitos de desviar R$ 350 mil de empresa em Natal

Reprodução Policia Civil

Policiais civis da Delegacia Especializada em Falsificações e Defraudações (DEFD) de Natal deflagraram, nesta terça-feira (4), a “Operação Ventania”. A ação teve como objetivo o cumprimento de dois mandados de busca e apreensão contra dois homens, de 35 e 42 anos, suspeitos de estelionato e lavagem de dinheiro.

As ordens judiciais foram expedidas pela 9ª Vara Criminal da Comarca de Natal. As diligências foram realizadas nos bairros Capim Macio e Cidade Alta. De acordo com as investigações, os suspeitos, funcionários de uma multinacional do setor de energia eólica, teriam tentado sacar indevidamente valores da conta comercial da empresa, utilizando cheques em branco com assinaturas falsificadas de um dos sócios.

A DEFD foi acionada em 15 de janeiro de 2025 e iniciou as apurações. Durante as investigações, foi constatado que os cheques apresentados não haviam sido assinados pelo sócio da empresa, que, na época, encontrava-se em viagem internacional.

O modus operandi dos investigados consistia em realizar diversos saques fracionados da conta empresarial e, posteriormente, repartir os valores em espécie entre si. Segundo a empresa lesada, foram efetuados mais de 32 saques fraudulentos, resultando em um prejuízo superior a R$ 350 mil.

Durante a operação, também foi cumprida uma ordem de sequestro de um veículo de luxo, avaliado em aproximadamente meio milhão de reais. Além disso, os investigados foram intimados a cumprir medidas cautelares diversas da prisão, determinadas pelo Poder Judiciário.

O nome da operação, “Ventania”, faz referência ao ramo de atuação da empresa vítima do crime. A Polícia Civil do Rio Grande do Norte reforça a importância da colaboração da população e incentiva o envio de informações anônimas por meio do Disque Denúncia 181.

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Geral

STF cria exigências para agentes atuarem na proteção de ministros em meio a reforço na segurança

Foto: WILTON JUNIOR/Estadão

Alvo recorrente de ameaças e marcado por um atentado recente, o Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou 2025 dedicado a reforçar a segurança do palácio-sede, na Praça dos Três Poderes, e dos ministros que integram o colegiado. Uma das medidas que se soma ao recente esforço da Corte para responder e prevenir ataques foi a adoção de regras rígidas de avaliação dos policiais judiciais responsáveis pela proteção dos magistrados e de seus familiares.

Em instrução normativa publicada em janeiro, o diretor-geral do STF, Eduardo Silva Toledo, definiu que os agentes escalados para fazer a segurança pessoal dos ministros deverão participar e ser aprovados no Teste para Atuação com Dignitários (TAD), que funciona como uma prova de aptidão.

Esse servidores também participarão de capacitações mensais oferecidas pela Secretaria de Segurança da Corte e de um programa de reciclagem anual, a ser criado.

O teste será realizado semestralmente e cobrará dos seguranças pessoais dos ministros a comprovação de que possuem capacidade física, destreza no manuseio de armas de fogo e aptidão psicológica para lidar com eventuais ameaças à integridade das autoridades.

Dentre as exigências físicas, os agentes homens, com idades entre 18 e 25 anos, deverão correr 2,4 km em 12 minutos, nadar 50 metros em um minuto e fazer 40 abdominais também em um minuto. As exigências variam de acordo com o gênero dos participantes e a idade.

A medida vale, inclusive, para os policiais judiciais que já atuam na segurança pessoal dos ministros do STF. Esses agentes têm quatro meses para realizar o TAD. A instrução normativa estabelece que os servidores que não realizarem o teste, ou forem reprovados, ficarão impedidos de atuar na proteção dos magistrados até que cumpram as exigências.

O documento ainda delega ao titular da Secretaria de Polícia Judicial do STF, Marcelo Canizares, a responsabilidade de decidir como será a atuação de cada agente no esquema de segurança dos ministros.

O conjunto de obrigações a serem cumpridas para que os policiais judiciais integrem a equipe de guarda-costas dos ministros regulamenta outros esforços já anunciados pela Corte para reforçar a segurança dos seus integrantes e das suas dependências.

Os ministros aprovaram, em sessão administrativa realizada no final do ano passado, a abertura de crédito suplementar no valor de R$ 27,4 milhões para reforçar as linhas de segurança da Corte após o atentado a bomba ocorrido em novembro daquele ano.

Na ocasião, o bolsonarista conhecido como Tiü França tentou explodir a estátua da Justiça e acabou cometendo suicídio ao se explodir em frente ao prédio do STF. O dinheiro extra autorizado na esteira do atentado será destinado para, dentre outras coisas, contratar 40 agentes da Polícia Judicial, que estarão submetidos às regras de avaliação aprovadas pela Corte neste ano.

Em outra frente, o STF contratou recentemente, por R$ 83,9 milhões, uma empresa de segurança privada para se somar aos esforços da Polícia Judicial e atuar na segurança dos ministros e de seus familiares. As exigências criada em janeiro só valem para os policiais judiciais. As demandas relacionadas aos agentes privados já estão previstas em contrato.

A contratação tem validade de dois anos e assegura mais 230 profissionais para proteger os ministros em postos de trabalho espalhados por quatro unidades da federação: Distrito Federal, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo, locais onde ministros têm residência. O edital ainda prevê a possibilidade desses agentes acompanharem os ministros em viagens nacionais e internacionais.

Estadão

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