Foto: Divulgação/Governo do estado
O governo de São Paulo atualizou nesta sexta-feira (4) a classificação das regiões no plano de reabertura gradual das atividades econômicas durante a pandemia do coronavírus e anunciou o avanço de cinco regiões e o retrocesso de uma.
Com isso, 95% da população do estado está na fase amarela de classificação do plano, a qual permite o funcionamento de bares, restaurantes, comércio e outras atividades não essenciais. O governo também prorrogou a quarentena pela décima vez e o estado segue sob restrições até o dia 19 de setembro.
Marília, Presidente Prudente, São João da Boa Vista, Registro e São José do Rio Preto passaram da fase laranja para amarela. A única região que regrediu foi Ribeirão Preto que passou da fase amarela para laranja. O estado permanece sem nenhuma região na fase vermelha, a mais restritiva do plano de flexibilização econômica.
As alterações do Plano São Paulo acontecem a cada 2 semanas, quando é permitido que as regiões evoluam de fase. No entanto, caso exista piora nos índices, as regiões podem regredir na semana de intervalo. Na última sexta-feira (28) nenhuma região regrediu de fase.
O governador João Doria (PSDB) disse nesta sexta-feira (4) que a progressão de cinco regiões se deve a melhora no índices destes locais.
“A progressão destas regiões é uma tendência de melhora dos indicadores que temos observado no estado como um todo e já estamos na quarta semana consecutiva de queda de óbitos, um fato inédito desde o início da pandemia. Quatro semanas consecutivas com índices de infecção em queda, índices de óbito em queda, índices de ocupação de leitos de UTI em queda”, disse o governador.
A Secretária de Desenvolvimento Econômico Patrícia Ellen, disse nesta sexta-feira (4) que a região de Franca se manteve na fase laranja e a de Ribeirão regrediu à ela devido ao número de óbitos nas regiões.
“Então temos 5 regiões que avançam de fase e temos aqui Franca e Ribeirão Preto que se mantém na etapa de controle, principalmente pelo número que nós temos registrado em óbitos nessas regiões. O que também é um sinal positivo olhando pra frente porque há estabilização de internação nessas regiões que se reduzindo agora podemos ter uma maior abertura também pra fase amarela”, diz.
A única região que regrediu nesta sexta (4), Ribeirão Preto, registrou uma alta de 43,1%no número de casos, 48,3% nos óbitos na variação semanal. As novas internações, no entanto, tiveram queda de 8,2%.
Nesta sexta (21), o estado registrou 186 novas mortes por coronavírus em 24 horas, chegando ao total de 31.091 óbitos desde o início da pandemia. A marca dos 30 mil óbitos, número maior do que o registrado em toda a Espanha, foi ultrapassada na segunda-feira (31).
O governo de São Paulo anunciou também nesta sexta-feira (4) o início da Operação Independência, que vai reforçar o policiamento em cidades turísticas do estado para tentar evitar aglomerações durante a pandemia de Covid-19.
As cidades do litoral paulista e outras estâncias turísticas no interior do estado vão receber reforço de 20 mil policiais ao dia durante o feriado prolongado do dia 7 de setembro. Também serão utilizadas 7,2 mil viaturas e 880 motos, além de helicópteros e drones.
Interior x capital
O secretário de desenvolvimento regional do estado de São Paulo, Marco Vinholi, afirmou que, pela primeira vez, os óbitos no interior do estado atingiram um patamar maior do que os óbitos na capital.
“Outro fator importante é que pela primeira vez os óbitos no interior do estado atingem um patamar maior do que os óbitos na capital: 37.7% dos óbitos durante a pandemia do estado de São Paulo ocorreram no interior enquanto 37.6% na capital, invertendo essa pirâmide e o interior passando a capital ao longo dessa pandemia. Ressaltando a ocupação de leitos de UTI, somente a ocupação de Franca tem 75.7%, esse índice deve cair, porque é uma média dos 14 dias, mas os 52 leitos instalados na região ao longo da última quinzena já reproduzem um número impactante no que tange a capacidade hospitalar na região de Franca”, disse Vinholi.
Nesta sexta-feira (4) o Prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), anunciou que o fechamento total do Hospital de Campanha do Anhembi, na Zona Norte de São Paulo acontecerá até a próxima quinta-feira (10).
A maior parte dos leitos já havia sido desativada no dia 1º de agosto. A previsão era que o contrato fosse prorrogado até final de setembro, mas o prefeito afirmou que a queda de novas internações por coronavírus na capital paulista permitiu a antecipação da desativação.
Covas também anunciou nesta sexta (4) que buffets e casas noturnas poderão funcionar na cidade de São Paulo como restaurantes sem a necessidade de novo alvará. Anteriormente, a orientação era a de que os estabelecimentos deveriam emitir um novo documento para poderem reabrir como restaurantes, os quais podem funcionar em regiões que estão na fase amarela do Plano São Paulo e depois para retornar para suas funções deveriam solicitar outro alvará.
Mudança nos critérios
Essa foi a terceira reclassificação no Plano São Paulo após as mudanças no processo de classificação feitas pela gestão no dia 27 de julho, que alteraram os critérios dos índices monitorados, como por exemplo, o percentual máximo de leitos de UTI ocupados permitidos nas fases amarela e verde.
A mudança feita pela gestão João Doria (PSDB) nas regras de ocupação de leitos de UTI e margem de erro nos critérios de evolução da epidemia permitiu que as regiões fossem para a fase amarela com mais facilidade. Com a atualização do Plano São Paulo nesta sexta (21), o percentual da população de São Paulo que vive em regiões classificadas na fase amarela passou para 88%. Antes, eram 86% dos moradores do estado.
Na última sexta-feira (4) o governo de São Paulo realizou novas mudanças no Plano São Paulo. Com elas, as regiões que atingirem as fases 3 (Amarela) ou 4 (Verde) permanecerão nessas fases desde que tenham indicadores semanais inferiores a 40 internações por Covid-19 a cada 100 mil habitantes e 5 mortes a cada 100 mil habitantes. Esse novo critério vai se sobrepor aos outros, ou seja, caso as mortes e internações estejam abaixo desse patamar, as regiões não vão regredir para fases mais restritas da quarentena.
A alteração muda a lógica do plano, já que dois dos principais critérios do Plano São Paulo eram a variação de novas internações, em comparação com a semana anterior e a variação de novos óbitos confirmados, em comparação com a semana anterior.
Principais alterações nos critérios de classificação do Plano São Paulo:
Taxa máxima de ocupação de UTI para uma região passar da fase laranja para a amarela passou de 70% para até 75%.
Taxa máxima de ocupação de UTI para uma região passar da fase amarela para a verde passou de 60% para um percentual entre 70% e 75%.
Regiões estão impossibilitadas de avançarem ou regredirem de fase por ponto percentual, por isso, a gestão desenvolveu uma margem de erro de 0,1 para critérios de evolução da epidemia e de 2,5 para capacidade do sistema de saúde.
Foram acrescentados os critérios de óbito e internação para cada 100 mil habitantes para que uma região passe da fase amarela para a verde.
Regiões devem passar 28 dias consecutivos na fase amarela antes de evoluírem para a fase verde.
Regiões que atingirem as fases 3 (Amarela) ou 4 (Verde) permanecerão nessas fases desde que tenham indicadores semanais inferiores a 40 internações por Covid-19 a cada 100 mil habitantes e 5 mortes a cada 100 mil habitantes.
Regiões na fase laranja:
Franca
Ribeirão Preto
Regiões na fase amarela:
Baixada Santista
Município de São Paulo
Sub-região Leste da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP)
Sub-região Sudeste da RMSP
Sub-região Sudoeste da RMSP
Sub-região Oeste da RMSP
Sub-região Norte da RMSP
Araraquara
Araçatuba
Barretos
Piracicaba
Bauru
Sorocaba
Campinas
Taubaté
Marília
Presidente Prudente
São José do Rio Preto
São João da Boa Vista
Registro
Plano São Paulo
Para começar a reabertura do estado em 1º de junho o governo dividiu o território de acordo com as 17 Divisões Regionais de Saúde (DRS). A Grande São Paulo foi subdividida em outras 6 regiões, uma para a capital e outras 5 para cada grupo de cidades da Região Metropolitana. A flexibilização da quarentena é feita de modo diferente em cada uma dessas regiões.
Os critérios que baseiam a classificação das regiões são:
ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs);
total de leitos por 100 mil habitantes;
variação de novas internações, em comparação com a semana anterior;
variação de novos casos confirmados, em comparação com a semana anterior;
variação de novos óbitos confirmados, em comparação com a semana anterior.
Na fase verde também é considerado óbitos e casos para cada 100 mil habitantes;
Regiões que atingirem as fases 3 (Amarela) ou 4 (Verde) permanecerão nessas fases desde que tenham indicadores semanais inferiores a 40 internações por Covid-19 a cada 100 mil habitantes e 5 mortes a cada 100 mil habitantes.
Esses critérios definem em qual das cinco fases de permissão de reabertura a região se encontra:
Fase 1 – Vermelha: Alerta máximo
Fase 2 – Laranja: Controle
Fase 3 – Amarela: Flexibilização
Fase 4 – Verde: Abertura parcial
Fase 5 – Azul: Normal controlado
Reabertura de setores da economia:
Fase vermelha: Permitido o funcionamento apenas de serviços essenciais.
Fase laranja: Também podem reabrir imobiliárias, concessionárias, escritórios, comércio e shoppings podem reabrir, mas com restrições.
Fase Amarela: Também podem reabrir salões de beleza, bares, restaurantes, academias, parques e atividades culturais com público sentado podem funcionar, mas com restrições.
Fase verde: Também podem reabrir eventos, convenções e atividades culturais com público em pé poderão voltar a acontecer quando houver uma estabilidade de quatro semanas do estado de São Paulo na fase verde (4), também com restrições.
‘Puerto Madero’ no Rio Pinheiros
Nesta sexta-feira (4), João Doria (PSDB) anunciou que o governo de São Paulo deu mais um passo para implementar o “Puerto Madero” paulistano como área de lazer para a população. De acordo com o governador, o processo de licitação para concessão da Usina de Traição, onde o projeto será desenvolvido, foi concluído, com uma empresa escolhida na concorrência, após oferecer valor 1.900% acima do esperado.
“A antiga Usina de Traição, agora denominada Usina São Paulo, foi concedida ao setor privado por 22 anos, com uma proposta de R$ 280 milhões, 1.900% de ágio sobre o valor original. Esta é a outorga, é o dinheiro que o setor público receberá pela exploração da Usina São Paulo pelo setor privado. E mais: 8% de outorga variada também para a EMAI, de acordo com os resultados advindos da exploração da usina”, disse Doria em entrevista coletiva junto ao prefeito Bruno Covas (PSDB).
O projeto foi anunciado pelo governador no ano passado, quando ele disse ter se inspirado no bairro argentino que possui um porto às margens do Rio da Prata. O local, que é repleto de bares e restaurantes, se tornou um ponto turístico em Buenos Aires, e Doria quer o mesmo junto ao Rio Pinheiros, nas imediações da Ponte Ary Torres, Zona Sul da capital.
G1
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