A Justiça condenou o superintendente de segurança do Banco Safra a um ano de prisão sob a acusação de coação. Ele é acusado de ter contratado um segurança armado para ameaçar um cliente que acusava o banco de praticar fraudes em série contra comerciantes.
O segurança contratado perseguiu um empresário de Campinas, cidade do interior de São Paulo, num carro que tinha de 172 munições de pistola, faca, barra de ferro e um par de algemas, segundo a Polícia Militar, que prendeu o suspeito.
Na acusação contra o banco, a Promotoria comparou os métodos do Safra aos utilizados pelos gangsters de Chicago (EUA) nos anos 20 do século passado.
O executivo do Safra condenado, Sebastião Jesus Garozzo, é um oficial da reserva do Exército. O segurança, Jefferson Fiuza, da empresa Unit Consult, teve uma pena maior, de três anos de prisão. Ambos vão poder recorrer da sentença em liberdade.
Fiuza alegou que carregava as munições para prática de tiro ao alvo, mas não tinha documentos que comprovassem isso. Também declarou que levava as algemas porque tinha fetiche sexual. Afirmou ainda que a faca de 25 centímetros era para descascar laranja e que barra de ferro servia para trocar a roda do carro em caso de um pneu furado.
O juiz considerou as justificativas irônicas.
Na sua defesa na Justiça, o banco Safra argumentou que estava sofrendo uma campanha difamatória conduzida pelo empresário Guto Gobbo, presidente de um grupo que teve 12 lojas de calçados, faturava cerca de R$ 15 milhões por ano e que quebrou.
Gobbo afirma que o Safra foi o responsável pela falência do grupo.
O caso em que houve a condenação ocorreu em outubro de 2012. O segurança a serviço do Safra foi até Campinas e passou a perseguir um diretor do grupo Gobbo. Ele chamou a Polícia Militar, que prendeu o segurança da Unit.
Na delegacia, Fiuza disse que fora a Campinas porque sabia que Gobbo estava programando uma manifestação com panfletos contra o banco Safra, o que o empresário nega.
Gobbo vinha fazendo críticas pesadas às práticas do Safra desde 2008, quando iniciou um blog em que chamava o Safra de Safraude. O pivô das desavenças era o que ele chamava de fraudes do banco na antecipação de recebíveis de cartão de crédito.
Folhapress
Comente aqui