Geral

Mayra Aguiar é a 1ª brasileira com três medalhas olímpicas em esportes individuais

Foto: Vincent Thian – 29.jul.2021/AP/Chris Graythen – 29.jul.2021/Getty Images

A judoca Mayra Aguiar, 29 anos, conquistou o bronze nas Olimpíadas 2020 nesta quinta-feira (29) e se tornou a primeira brasileira a ganhar três medalhas olímpicas em esportes individuais.

Ela também se consagrou como a primeira atleta do judô do Brasil a conseguir três pódios olímpicos, repetindo o terceiro lugar na categoria até 78 kg que já havia conquistado nos Jogos de Londres-2012 e Rio-2016.

Na disputa do bronze em Tóquio, Mayra venceu a sul-coreana Hyunji Yoon por ippon, com uma imobilização sobre a adversária com apenas 1 minuto e 18 segundos de luta.

A medalha de Mayra é a sexta do Brasil nos Jogos de 2020 — veja o quadro de medalhas atualizado.

“Eu tive medo”, diz judoca

A trajetória até as Olimpíadas 2020 sofreu um baque em setembro do ano passado, quando ela precisou passar por uma cirurgia no joelho esquerdo. Ela retornou às disputas no Mundial realizado em Budapeste, na Hungria, e foi eliminada na segunda rodada.

Mesmo assim, Mayra conseguiu se recuperar a tempo de disputar sua quarta Olimpíada – ela também competiu em Pequim-2008, com uma derrota na estreia da categoria até 70 kg. “Estou bem emocionada mesmo. Acho que é a conquista mais importante para mim”, disse, à TV Globo, logo após conquistar o bronze.

“Foi bem difícil esses últimos anos, esses últimos tempos. Tem que superar, e tem que superar de novo, e de novo… não aguentava mais fazer cirurgia, estava muito cansada. É muito desgastante passar por tudo isso, ainda mais no momento que a gente estava vivendo”, lembrou a judoca.

“Eu tive medo, eu tive angústia, eu continuei, eu acreditei. Por pior que estivesse, a gente tentar fazer o nosso melhor vale a pena. Estou bem emocionada, estou tentando me acalmar, mas está sendo muito importante para mim.”

Mayra Aguiar, medalha de bronze em Tóquio

Agora, a judoca afirma que já inicia a sua preparação para os Jogos de Paris, em 2024, onde buscará o inédito título olímpico. “São 3 anos, passa rápido. Agora é voltar para casa, recuperar e continuar lutando, porque quero estar em Paris e quero esse ouro também.”

Além dos três bronzes olímpicos, Mayra também ganhou seis medalhas em Mundiai: dois ouros (2014 e 2017), uma prata (2010) e três bronzes (2011, 2013 e 2019).

A campanha do bronze

Mayra estreou diante da israelense Inbar Lanir, já nas oitavas de final da categoria até 78 kg. E a luta durou apenas 40 segundos, tempo necessário para a brasileira aplicar um ippon. Só que se a primeira passagem pelo tatame foi curta e vitoriosa, o que aconteceu na segunda foi o contrário.

Mayra encarou a alemã Anna-Maria Wagner e viu a atual campeã mundial acabar com o sonho do seu primeiro título olímpico. Nos 4 minutos iniciais, a brasileira foi mais agressiva, mas não conseguiu encaixar o golpe que lhe daria a vitória. Já no golden score, foi anulada pela rival, que aplicou um ippon com 3min47, assegurando a vitória e a passagem às semifinais. Ficou a impressão de que a falta de ritmo a atrapalhou em uma luta mais longa.

Na repescagem, Mayra contou com punições para avançar à luta pelo bronze. A russa Aleksandra Babintseva recebeu três advertências por fugir do combate. Na visão do juiz, ela buscou escapar de um golpe com a cabeça, evitou a pegada da brasileira e saiu da área de luta.

Judô é a modalidade mais premiada do Brasil

Para o judô brasileiro, a medalha de Mayra em Tóquio é a segunda nas Olimpíadas 2020 — Daniel Cargnin também ganhou o bronze, na categoria até 66 kg — e a 24ª na história dos Jogos.

O esporte de luta de origem japonesa foi o que mais assegurou medalhas na trajetória brasileira nos Jogos Olímpicos: são quatro ouros, três pratas e 15 bronzes.

A tradição do judô brasileiro nas Olimpíadas também se reflete no retrospecto do país na competição. São dez edições consecutivas, desde Los Angeles-1984, que o Brasil conquista uma medalha nos Jogos. A primeira delas havia ocorrido 12 anos antes, em Munique-1972, com o bronze de Chiaki Ishii, nascido no Japão e naturalizado brasileiro.

Derrota precoce de Buzacarini

Já a participação de Rafael Buzacarini (até 100kg) não foi além da primeira luta em Tóquio. Diante do belga Toma Nikiforov, o atual campeão europeu, o brasileiro vinha fazendo um combate equilibrado e até tendo mais iniciativa, mas levou um wazari a 38 segundos do fim e não conseguiu mais se recuperar.

“Sabia que seria uma luta dura e acabei sofrendo o golpe. Perdi. Eu fico triste. Dei tudo o que eu tinha. Só agradeço a chance de lutar em mais uma Olimpíadas, mas poderia ir mais longe. Desculpa a todos. Eu tentei”, disse Buzacarini, chorando, ao SportV.

CNN Brasil

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Saúde

FOTO: Maria Lúcia Passas é a 1ª brasileira vacinada contra a covid-19 no Reino Unido, e mira visitar o Brasil em janeiro para comemorar o aniversário de 100 anos da mãe

Foto: Reprodução/GloboNews

A pesquisadora brasileira Maria Lúcia Possa foi uma das primeiras pessoas a receber uma das duas doses da vacina desenvolvida pela Pfizer e BioNtech, no Reino Unido, nesta terça-feira (8).

“Hoje é o primeiro dia, mas acho que a coisa mais importante é que tem luz no fim do túnel”, disse Possa.

“Eu estou cansada, está todo mundo cansado, da doença, de ficar em casa, de todas essas restrições”, disse a pesquisadora em entrevista à GloboNews. “Mas agora, finalmente, temos essa luzinha e eu sou a prova”.

Possa contou que estava em sua folga quando um colega de trabalho falou para ela checar seu e-mail. Isso porque alguns dos funcionários do Hospital Universitário Royal Free seriam também vacinados nesta primeira fase da campanha.

O plano de vacinação do Reino Unido dividiu as pessoas em grupos, o primeiro, que começou a ser vacinado nesta terça-feira, é para profissionais da saúde, pacientes idosos pessoas dos grupos de risco.

“Como eu trabalho no sistema de saúde e sou do grupo de risco, por causa de um transplante de rins, eu fui uma das primeiras a ser chamada”, explicou Possa.

Ela disse que depois que tomar a segunda dose da vacina, que já está marcada para ser aplicada em 5 de janeiro de 2021, pretende voltar ao Brasil para o aniversário de sua mãe, que vai completar 100 anos.

‘Confia na ciência’

A pesquisadora ressaltou a importância da ciência para a produção de um imunizante em tempo recorde e destacou que a única coisa que pode acontecer é uma leve dor no braço e sintomas fracos de gripe, o que é normal.

“Se te oferecerem [a vacina], toma”, disse a Possa. “Eu quero a minha liberdade de volta, com a paz e segurança de que não vou infectar ninguém.”

Segundo ela, a injeção “dói menos que a vacina da gripe”. A única diferença, explicou, é que a seringa é mais longa e demora mais para depositar toda a dose da imunização, em comparação com a vacina da gripe, distribuída anualmente no Brasil.

Primeira vacinação em massa

Os países do Reino Unido são os primeiros que começaram a vacinação em massa de sua população. Na primeira leva, cerca de 400 mil pessoas receberão duas doses cada –a vacina é administrada em duas injeções, com 21 dias de intervalo entre elas. Após a primeira dose já há alguma imunização, mas o efeito total é verificado sete dias após a segunda dose.

A vacina é a da Pfizer e BioNTech. Elas foram distribuídas em cerca de 70 hospitais do país.

Essa vacina precisa ser mantida a uma temperatura muito baixa (-70°C), e, por isso, a campanha será feita em hospitais.

A vacinação não é obrigatória no país.

G1

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *