Levantamento do centro de pesquisas americano Pew divulgado nesta quinta-feira (3), três dias antes da eleição parlamentar deste domingo (6) na Venezuela, mostra que 85% dos venezuelanos estão insatisfeitos com os rumos de seu país.
Desde 2013, a insatisfação subiu 28 pontos percentuais -era de 57% em 2013, quando o atual presidente, Nicolás Maduro, tomou posse.
A pesquisa mostra ainda que a inflação -que, segundo projeções do FMI, deve ficar bem acima dos 100% anuais em 2015- é o maior problema do país para 92% da população, seguida por falta de oportunidades de trabalho (85%), desabastecimento (84%) e criminalidade (82%).
Para 46% dos venezuelanos, a grave crise que o país atravessa é culpa das políticas econômicas do governo; outros 43% a atribuem à queda nos preços do petróleo.
O levantamento expõe também a grande divisão ideológica na sociedade venezuelana depois de 16 anos de chavismo -o antecessor e mentor de Maduro, Hugo Chávez (1954-2013), chegou ao poder no país em 1999.
Atualmente, 43% dos venezuelanos acreditam que o país deve dar prosseguimento às políticas implantadas por Chávez. O percentual é de 91% quando considerados apenas os entrevistados à esquerda no espectro político e de 20% entre os de direita.
Do mesmo modo, a aprovação de Maduro, de 29% no total do país, é de 77% entre os eleitores à esquerda e só 9% no eleitorado à direita.
A rejeição às principais figuras da oposição na Venezuela, como o governador de Miranda, Henrique Capriles, e o ex-prefeito de Chacao Leopoldo López, preso desde 2014, é grande -acima de 50% da população-, mas menor que a do presidente.
Conforme o Pew, López é visto desfavoravelmente por 55% da população, e Capriles, por 56%; ambos têm aprovação de 36%. A reprovação a Maduro chega a 68%.
INFLUÊNCIA NEGATIVA
O levantamento do instituto norte-americano revela também forte desconfiança dos venezuelanos em relação às instituições do Estado.
Para 68% dos entrevistados, o governo tem influenciado negativamente o rumo do país. A maioria tem a mesma opinião sobre o Judiciário (65%) e os militares (63%).
A visão da mídia (TV, rádio, jornais e revistas), por sua vez, é positiva: 59% dos venezuelanos consideram boa a sua influência no país, ante 39% que a reprovam.
Divulgada apenas neste mês, a pesquisa do Pew foi realizada entre abril e maio na Venezuela, onde mil participantes foram entrevistados pessoalmente.
De acordo com o instituto, a amostra é nacionalmente representativa, e a margem de erro é de 3,5 pontos percentuais.
Folha Press
Argentina bem encaminhada, Brasil a caminho, logo mais Venezuela e Bolívia também ficarão livres desses imcompetentes. Pense numa cambada de incompetentes e desonestos.