Fotos: Reprodução/ISEAS – Yusof Ishak Institute/Facebook
Descobertos em 2015 por uma equipe de mergulhadores, dois navios naufragados tiveram seus artefatos identificados por cientistas pela primeira vez após seis anos de estudo dos destroços. Os naufrágios ocorreram nos séculos 14 e 18, próximos à Ilha de Pedra Branca, no leste de Cingapura.
Segundo os pesquisadores do Conselho do Patrimônio Nacional de Cingapura e do Insituto Yusof Ishak ISEAS, que guiaram as investigações subaquáticas, o primeiro navio naufragado continha cerâmicas chinesas, como pratos verdes do tipo Longquan e tigelas de porcelana do século 14. O carregamento em questão é o maior da Dinastia Yuan (1271 – 1368) já recuperado em um navio.
Já o segundo veículo marítimo carregava não apenas cerâmicas, mas outros artefatos como instrumentos de percussão e contas de vidro. Havia ainda âncoras e nove canhões, que costumavam estar presentes em navios mercantes e eram utilizados para defesa bélica e sinalização.
Os pesquisadores acreditam que a embarcação era um navio mercante chamado Shah Munchah. Ele havia sido construído na Índia e naufragou em 1796 durante um trajeto da China ao território indiano. “Se [o veículo] tivesse sobrevivido mais 23 anos, teria certamente feito escala no porto restabelecido de Cingapura”, conta Michael Flecker, diretor da equipe de arqueologia do ISEAS, ao South China Morning Post.
Os achados revelam ainda que Cingapura era um importante centro comercial nas rotas marítimas globais que conectavam o Oceano Índico ao Mar do Sul da China — isso mesmo antes da chegada dos colonizadores britânicos em 1819.
O Império Britânico se expandiu na Ásia durante os séculos 18 e 19 por meio do comércio da Companhia das Índias Orientais. Grande parte da carga chinesa no segundo naufrágio era destinada para um eventual embarque para a Grã-Bretanha, segundo Flecker explica à agência de notícias AFP.
Galileu
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