Profissionais de saúde usando equipamentos de proteção individual cuidam de paciente com Covid-19 em hospital de campanha em Moscou, na Rússia, no dia 30 de outubro. — Foto: Alexander Avilov/Moscow News Agency/Handout via Reuters
A Rússia anunciou, nesta terça-feira (24), que a vacina Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya contra a Covid-19, teve eficácia “acima de 95%” 21 dias após a segunda dose da vacina e 42 dias após a primeira dose. Os dados ainda são preliminares e não foram publicados em revista científica.
Veja os principais pontos do anúncio:
A eficácia da vacina foi “acima de 95%” 21 dias após a aplicação da segunda dose da vacina (42 dias após a aplicação da primeira dose).
Antes disso, 7 dias após a aplicação da segunda dose (e 28 dias após a primeira dose), a eficácia vista foi de 91,4%.
Ao todo, a análise considera dados de 18.794 pessoas vacinadas. Dessas, 14.095 receberam a vacina, em ambas as doses. As outras 4.699 receberam uma substância inativa (placebo).
Entre os vacinados, houve 8 casos de Covid-19 sete dias após a aplicação da segunda dose (e 28 dias após a primeira dose). Entre os não vacinados, houve 31 casos no mesmo período. Os números equivalem à eficácia de 91,4%. Não foram divulgados números detalhados sobre a eficácia acima de 95%.
Até esta terça (24), nenhum evento adverso inesperado havia sido identificado. Alguns dos vacinados apresentaram eventos adversos menores de curto prazo, como dor no ponto de injeção e sintomas semelhantes aos da gripe, incluindo febre, fraqueza, fadiga e dor de cabeça.
A capacidade de produção russa é de 1 bilhão de doses – o suficiente para 500 milhões de pessoas (com duas doses para cada).
Assim como a vacina de Oxford, a temperatura de armazenamento da Sputnik V é de 2°C a 8°C (condições normais de refrigeração). É uma vantagem em relação à candidata da Pfizer, que precisa ser armazenada a -70ºC durante o transporte, e da Moderna, que precisa ficar a -20ºC.
Há cerca de duas semanas, a Rússia havia anunciado uma eficácia de 92% para a Sputnik V um dia após a aplicação da segunda dose (e 21 dias após a aplicação da primeira dose).
Na prática, se uma vacina tem mais de 95% de eficácia, isso significa dizer que mais de 95% das pessoas que tomam a vacina ficam protegidas contra aquela doença.
Recorde de infecções
O anúncio sobre a eficácia da Sputnik V foi feito em mais um dia em que a Rússia bateu um recorde de casos diários de Covid-19: foram 24.326 novas infecções em 24 horas, anunciou o centro de crise de coronavírus nesta terça (24), segundo a agência de notícias estatal Tass. É o quinto dia seguido em que o número de novos casos no país fica acima de 24 mil.
Ao todo, o país registrou 2.138.828 casos desde o início da pandemia, e 37.031 mortes – quinto maior número da Europa.
Vacina
A Rússia foi o primeiro país a registrar uma vacina contra a Covid-19 no mundo, em agosto. O anúncio gerou preocupação entre cientistas, entre outros motivos, por causa do anúncio dos testes de fase 3 e da vacinação em massa de forma simultânea (veja detalhes sobre as fases de testes de uma vacina mais abaixo).
Em outubro, o país pediu aprovação do uso emergencial da Sputnik V à Organização Mundial de Saúde (OMS).
O governo russo também firmou uma parceria com o governo do Paraná para produção da Sputnik V em solo brasileiro. No mês passado, o fundo russo que financia o desenvolvimento da vacina anunciou que o Brasil poderia começar a produzi-la em dezembro.
A Rússia anunciou, também em outubro, a sua segunda vacina candidata. A vacinação em massa da população russa com a segunda vacina está prevista para o ano que vem, segundo a Tass.
Concorrentes
Nas últimas semanas, laboratórios como a Pfizer, a Moderna e a AstraZeneca, que desenvolve uma vacina em parceria com Oxford, divulgaram resultados iniciais de fase 3 sobre a taxa de eficácia de suas vacinas ainda em desenvolvimento. Nenhuma publicou, até agora, estudo científico com os dados.
Os dados iniciais divulgados pelas empresas apontaram as seguintes taxas de eficácia para suas vacinas em desenvolvimento – os índices ainda podem mudar:
Pfizer: 95% de eficácia
Moderna: 94,5% de eficácia
Oxford: 90% de eficácia
A FDA, agência regulatória dos Estados Unidos equivalente à Anvisa no Brasil, já anunciou que qualquer vacina deve comprovar 50% de eficácia antes de ser liberada nos EUA.
Como funcionam as 3 fases
Nos testes de uma vacina – normalmente divididos em fase 1, 2, e 3 – os cientistas tentam identificar efeitos adversos graves e se a imunização foi capaz de induzir uma resposta imune, ou seja, uma resposta do sistema de defesa do corpo.
Os testes de fase 1 costumam envolver dezenas de voluntários; os de fase 2, centenas; e os de fase 3, milhares. Essas fases costumam ser conduzidas separadamente, mas, por causa da urgência em achar uma imunização da Covid-19, várias empresas têm realizado mais de uma etapa ao mesmo tempo.
Antes de começar os testes em humanos, as vacinas são testadas em animais – normalmente em camundongos e, depois, em macacos.
G1
Cada um vendendo seu peixe…
Nunca tomarei.
Pixuleco e Pedroca querem ser entubadas por seus maridos. Kkkk
"Rússia diz"… hahahahahaha. Quem confia? (Pergunta retórica, sei os petebas confiam.)
Os confiáveis são Trump e Bozó. Pena que estão de saída.