Judiciário

Advogada algemada em audiência no RJ vence causa

Nessa terça-feira, 18, a advogada Valéria dos Santos, que foi algemada durante audiência no 3º JEC de Duque de Caxias/RJ na última semana, venceu ação relativa à cobrança indevida imposta por empresa de telefonia a uma consumidora.

No último dia 10, durante audiência para tratar do caso, a advogada foi algemada e retirada da sala após uma confusão com juíza leiga. No dia seguinte, 11, o juiz titular do 3º JEC, Luiz Alfredo Carvalho Junior, anulou a audiência em que ocorreu a confusão e a redesignou para essa terça-feira.

Ao julgar o caso relativo à cobrança, o magistrado determinou que a operadora de telefonia pague indenização, no valor de R$ 1,4 mil, por danos morais, e restitua valores à consumidora, patrocinada na causa por Valéria.

Apesar da decisão favorável, o valor foi considerado baixo pela cliente de Valéria, que terá dez dias para recorrer da decisão.

Confusão

Durante audiência realizada no último dia 10, a advogada pediu para acessar e impugnar pontos da contestação da operadora. No entanto, foi informada pela juíza leiga de que a audiência já havia sido encerrada.

Segundo a OAB/RJ, a juíza leiga teria solicitado que a advogada aguardasse fora da sala, mas, como ela insistiu em permanecer até a chegada de um representante da OAB, a polícia foi chamada para forçá-la a se retirar. O momento em que a advogada foi algemada e retirada da sala de audiência foi gravado.

A Comissão de Prerrogativa da OAB teria sido avisada do ocorrido por meio de grupo de plantão de prerrogativas no Whatsapp. Nos vídeos, é possível ver a advogada sentada à mesa de audiências requerendo a presença de delegado da Ordem, e a solicitação para que ela aguardasse do lado de fora da sala de audiência. O vídeo mostra a advogada algemada, sentada no chão da sala de audiências, cercada por policiais, afirmando que só queria exercer “o direito de trabalhar”.

Ainda de acordo com a Ordem, um delegado da seccional, enviado pela 2ª subseção, se deslocou ao local e acompanhou o caso, tendo solicitado a retirada das algemas, o que foi atendido. “Nada justifica o tratamento dado à colega, que denota somente a crescente criminalização de nossa classe. Iremos atrás de todos os que perpetraram esse flagrante abuso de autoridade. Juntos somos fortes”, afirmou o presidente da Comissão de Prerrogativas, Luciano Bandeira.

Um dia após a confusão, o juiz titular do 3º JEC de Duque de Caxias redesignou a audiência para essa terça-feira.

Migalhas

 

Opinião dos leitores

    1. Verdade, é o mesmo que a imprensa e os petralhas fazem com Bolsonaro, distorcem toda a fala que ele faz, a exemplo dela, Bolsonaro também ganhará.

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Judiciário

VÍDEO: Juiz anula audiência que teve advogada algemada no RJ

Após confusão no 3º JEC de Duque de Caxias/RJ, que terminou com uma advogada algemada, sendo retirada da sala de audiência por policiais, o juiz titular Luiz Alfredo Carvalho Junior despachou nesta terça-feira, 11, anulando a assentada.

“Tendo em vista o ocorrido”, e a fim de “resguardar o direito da parte autora”, foi redesignada audiência para o dia 18/9, a qual deverá ser presidida pelo juiz togado.

Na segunda-feira, 10, uma advogada foi algemada e retirada à força de audiência de conciliação realizada no 3º JEC de Duque de Caxias/RJ. No vídeo, a advogada pede para acessar e impugnar pontos da contestação do réu, mas é informada de que a audiência já havia sido encerrada.

Segundo a OAB/RJ, a juíza leiga teria solicitado que a advogada aguardasse fora da sala, mas, como ela insistiu em permanecer até a chegada de um representante da OAB, a polícia foi chamada para forçá-la a se retirar.

O caso envolve ação de reparação por dano moral e material contra a empresa de telefonia Claro. Na conciliação, a ré teria oferecido acordo, proposta que não foi aceita pela parte autora.

De acordo com o projeto de sentença, a autora teve vista da contestação e, aberta a instrução, foi requerida a identidade da advogada, mas a mesma disse que não estava portando documento. Ainda de acordo com a ata, a juíza leiga não pode verificar a identidade da advogada pelo CNA, visto que não havia foto, e 20 minutos depois foi apresentada a identidade, “que estava na sua bolsa o tempo todo, atrasando as audiências subsequentes.”

Desagravo

Diante do ocorrido, a OAB/RJ realizará, na próxima segunda-feira, 17, às 15h, um ato de desagravo à advogada.

“A Diretoria da OAB/RJ convoca toda a advocacia fluminense para ato de desagravo, que acontecerá na porta do juizado de Duque de Caxias e contará com a presença do presidente do Conselho Federal da OAB, Claudio Lamachia. ‘Sabemos que toda advocacia foi aviltada e algemada juntamente com a nossa colega. Sofremos juntos e juntos diremos NÃO!’, destacou o presidente da Seccional, Felipe Santa Cruz.”

Migalhas

Opinião dos leitores

  1. Que absurdo fizeram contra essa Advogada!!!!! Ela estava no exercício de suas prerrogativas profissionais e os policiais não estavam obrigados a cumprir uma ordem manifestamente ilegal. Errou quem mandou ela se retirar da sala e os policiais não deviam cometer esse abuso. Ademais a gravação é clara, queria apenas ler a contestação em defesa de sua cliente para, como bem disse, impugnar os pontos que não concordasse. Tudo em nome do contraditório e da ampla defesa. Enfim, o exercício do devido processo legal!!!!Outrossim, os policiais deviam aguardar a chegada da comissão de prerrogativas da OAB. Rasgaram a lei federal que trata das prerrogativas do advogado e certamente devem responder pelas arbitrariedades. essa advogada não cometeu nenhuma aberração. Estava no seu direito pleno e absoluto!!!! Deve haver pronta resposta da OAB/RJ. Já está marcado um desagravo em frente a esse juizado na próxima semana . Deve haver ações reparatórias e algo mais….

  2. A moda do juiz que acha que pode tudo pegou. Será o togado faria a mesma coisa se o advogado fosse branco?

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