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Bilionário, presidente do Shakhtar Donetsk ameaça atletas brasileiros que se recusam a voltar à Ucrânia

Homem mais rico do país, o presidente do Shakhtar Donetsk, Rinat Akhmetov, confirmou a ausência de cinco jogadores brasileiros e um argentino, mas cobrou o retorno deles ao clube ucraniano nesta segunda-feira (21).

Após um amistoso na França no sábado, Fred, Douglas Costa, Alex Teixeira, Dentinho e Ismaily e o argentino Facundo Ferreyra não quiseram retornar à Ucrânia, supostamente com medo da escalada de violência.

Quinta-feira (17) um avião da Malaysia Airlines, em voo civil, caiu no leste do país, sob suspeitas de ter sido derrubado por um míssil.

Atual pentacampeão nacional, o Shakhtar Donetsk é sediado na região oriental da Ucrânia, perto da fronteira com a Rússia, onde ocorrem confrontos de grupos separatistas.

“Não descarto que estes jogadores retornem à equipe rapidamente, e alguns deles já amanhã mesmo”, disse o Akhmetov em nota, na versão em língua portuguesa do site do clube.

O bilionário, dono do Shakhtar, advertiu que “os jogadores têm contratos que são obrigados a cumprir”. “Se eles não vierem, penso que eles mesmos serão os primeiros a sofrer as consequências”, afirmou.

“Cada um deles tem uma cláusula de rescisão de dezenas de milhões de euros. E se alguém quiser reduzir esse montante em um milhão que seja, então, estaremos no nosso direito de decidir como acharmos mais conveniente conforme a situação”, acrescentou Akhmetov, que era aliado do presidente da Ucrânia deposto em fevereiro, Viktor Yanukovich.

“Espero que o bom senso e o coração vençam o mal-entendido e os jogadores não sigam pelo caminho da tentação e do temor. Especialmente porque não há nada para temer. Estamos prontos para garantir segurança. Não vamos correr riscos e de modo algum vamos levar os jogadores para onde seja perigoso”, acrescentou o dirigente.

Ele admitiu que, devido aos riscos, as partidas do time não ocorrerão em casa. “Queríamos muito jogar em Donetsk, mas, infelizmente, atualmente isso não é possível. Vamos jogar apenas nos locais onde nos permitirem: preferíamos Kharkov, mas a decisão sobre os locais de realização do campeonato é decidida pela Federação de Futebol da Ucrânia”.

Além dos cinco atletas desertores, o Shakhtar conta com mais sete brasileiros: Bernard –que está em férias após defender a seleção na Copa do Mundo–, Wellington Nem, Fernando, Ilsinho, Luiz Adriano, Taison e o auxiliar técnico Antônio Carlos Zago. Eduardo da Silva, que defendeu a Croácia no Mundial, acaba de se transferir ao Flamengo.

Durante a crise política, em março, foram criados planos de fuga para profissionais de futebol e seus familiares deixarem a Ucrânia caso fosse necessário.

Folha Press

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