A companhia aérea American Airlines informou que vai suspender os voos regulares que opera saindo de Recife e Salvador para Miami a partir de 4 de maio. É mais um cancelamento de rota para os Estados Unidos, que já acumula muitas baixas neste ano! E uma triste notícia para os nordestinos, que perderão uma opção cômoda e econômica para voar para os Estados Unidos, ainda que muitas vezes com aviões antigos e mal conservados.
A empresa informou ainda que vai notificar os passageiros e oferecer alternativas de acomodação dos voos que ela opera saindo de outras cidades brasileiras para os Estados Unidos. Caso o cliente não queria ser reacomodado, a American oferecerá o reembolso integral. A companhia ressaltou ainda que pretende retomar as operações entre Recife e Miami a partir de 15 de dezembro, na alta temporada. É possível que passe a ser uma rota sazonal.
Confira na íntegra a nota da empresa:
“A American Airlines, que tem orgulhosamente servido o Brasil por mais de 25 anos, informa que o serviço entre Miami e Recife será temporariamente suspenso. O último voo com origem em Miami será realizado em 4 de maio e o último voo com origem em Recife, em 5 de maio. A operação entre Miami e Recife será restabelecida em 15 de dezembro de 2016 e, entre Recife e Miami, em 16 de dezembro.
Além disso, em 4 de maio de 2016, o serviço entre Miami e Salvador será interrompido. O último voo com origem em Miami será realizado em 3 de maio e o último voo com origem em Salvador será realizado em 4 de maio.
A American Airlines avalia sua rede de voos baseando-se na oferta e demanda em cada rota, com o objetivo de garantir o sucesso a longo prazo frente a concorrência global. Os voos entre Miami e Recife e Miami e Salvador são atualmente inviáveis em consequência das condições do mercado.”
Nova York e Londres. Esse foi o roteiro escolhido pela família Guertzenstein para as últimas férias de julho. A viagem, no entanto, foi marcada por duas situações desagradáveis nos voos de ida e volta pela American Airlines (AA), de desrespeito ao consumidor. Do Rio para Nova York, a roda de uma das malas quebrou durante o manuseio da bagagem pela companhia aérea americana e a família teve que se esforçar muito para ser ressarcida, ainda em solo americano. Mas o pior ainda estava por vir: no retorno ao Brasil, Solange Guertzenstein feriu o céu da boca com um pedaço de madeira que estava dentro do ravióli servido no jantar.
— Ao decidirmos o trajeto de nossas férias, Nova York e Londres, optamos pela AA por acreditarmos na boa qualidade de seu serviço, além de estar com bom preço. Então, compramos quatro trechos para quatro pessoas: eu, meu marido e nossas duas filhas, de 13 e 10 anos — conta a nutricionista Solange.
A passageira, no entanto, ficou muito frustrada com a companhia, já que gastou cerca de R$ 15 mil e não teve nem mesmo “um pedido de desculpas decente” pelos problemas vivenciados em dois voos da AA. Até hoje, mais de um mês após o ocorrido, a empresa não entrou em contato com a família para esclarecer o que estava na refeição de Solange, já que o problema foi formalmente registrado por ela ainda durante o voo.
— Partimos em 9 de julho, chegando a Nova York bem cedo no dia seguinte. Nosso primeiro problema foi nos depararmos com uma de nossas malas, a maior delas, com a roda e todo seu suporte quebrados, pendurados. Não dava para puxar tal mala. Fomos imediatamente ao serviço de atendimento ao cliente da AA. Quiseram nos oferecer outra, também usada, mas de tamanho menor. Não aceitamos e estipularam um valor de US$ 50 de indenização — conta Solange, destacando que, para receber a quantia, tiveram que ser persistentes.
A família foi orientada a voltar ao serviço de atendimento da companhia quando fosse embarcar para Londres, em 17 de julho, para receber a quantia em dinheiro. Mas, ao chegar ao aeroporto, os Guertzenstein foram surpreendidos com a informação de que teriam que comprar a mala antes de serem reembolsados. Isso, no entanto, não havia sido informado antes.
— Eles nos fizeram de tolos. E não foi falta de entendimento, porque entendemos muito bem o inglês — conta Solange, acrescentando que o marido Marcus, no corre-corre, quase perdeu o voo para a Inglaterra.
De volta a Nova York, a família comprou a mala, após procurar um local com preço baixo para não exceder muito os US$ 50. Em 3 de agosto, ao voltar novamente ao aeroporto, desta vez para embarcar para o Rio, os Guertzenstein foram pela terceira vez ao serviço de atendimento da AA, com a nota de US$ 89 da mala, bem menor do que a quebrada.
— Após algumas confusões entre os funcionários, recebemos um cheque a ser trocado. Depois de muito rodar pelo aeroporto, pois aonde nos mandavam ir diziam que estavam sem dinheiro, e nos mandavam para outro lugar. Naquele momento, já era um questão de honra receber tal valor — diz Solange.
Pedaço pontudo e lascado
Mas a pior situação, de acordo com a nutricionista, foi a que ela vivenciou horas depois. Já no avião, ao morder um ravióli servido no jantar, sentiu algo duro, que furou a gengiva e o céu da boca.
— Quando verifiquei o que era aquilo, vejo um pedaço de madeira bem grande, lascado e com um dos lados pontudo, que foi o que me machucou. Fiquei horrorizada, pois não era uma farpa, mas sim um pedaço de madeira que caiu de algo. Mostrei a meu marido, que também se chocou. Imediatamente, as crianças também pararam de comer o ravióli que tinham pedido. Os comissários fizeram pouco caso do que ocorreu. — afirma a passageira, que ficou enojada. — Por que não nos ofereceram uma outra refeição que não fosse o ravióli? Em especial às crianças, que também não quiseram comer após ver a madeira que encontrei.
Solange conta que, imediatamente, chamou uma comissária de bordo, que não deu importância à situação. Em seguida, falou com outra tripulante, que informou que o caso deveria ser passado ao chefe da equipe. Este, no entanto, não apareceu. Seu marido, relata, teve de ir até a primeira classe para encontrar tal profissional, que disse que um registro de ocorrência seria feito.
— Marcus, já sentado, após mais um longo tempo, recebeu o tal comissário número um. Contamos o ocorrido e mostramos a madeira. Ele se desculpou e disse que isso nunca aconteceu. Pegou o objeto e falou que voltaria com um protocolo. Não voltou! Dormimos, acordamos e nada. Ao servirem o café da manhã, chamamos o número um para perguntar sobre o tal protocolo, e ele disse que não teria nenhum documento para nos entregar, que ficaria com eles. Mas quisemos ver. Então, ele veio com um documento, onde colou o pedaço de madeira e resolvemos tirar uma foto. Por que o comissário não voltou para nos explicar o que faria? Que documento era? Com qual objetivo? — indaga Solange.
A nutricionista é taxativa ao afirmar que ficou muito decepcionada com o atendimento:
— Apesar da fortuna que a gente paga, o tratamento é muito ruim. E é diferente num voo do Brasil para os EUA e um dos EUA para a Europa.
Procurada pelo GLOBO, a American Airlines informou que lamenta a situação e que vai trabalhar com os clientes para tomar as ações apropriadas.
A AMR, holding controladora da companhia aérea American Airlines, entrou com um pedido de concordata na corte dos Estados Unidos na manhã desta terça-feira. Em comunicado, a empresa afirmou que o movimento permitirá que sua competitividade seja restaurada no mercado de aviação internacional. Segundo a companhia, os compromissos com as reservas de passagens já feitas serão mantidos, assim como a manutenção da folha de pagamentos e benefícios de seus funcionários.
“É uma decisão difícil, mas é necessária. É também o caminho mais correto que podemos escolher agora para nos tornarmos mais eficientes”, afirmou o presidente da empresa, Thomas W. Horton, em fato relevante divulgado nesta terça-feira. A companhia também informou que possui um caixa de 4,1 bilhões de dólares para continuar operando normalmente nos próximos dias, sem cancelamento de voos.
A empresa informou que seus altos custos operacionais terão de ser revistos, pois impedem que o grupo assegure o futuro das subsidiárias, além de serem maiores que aqueles contabilizados pela concorrência. A decisão de entrar com o pedido agora, de acordo com o comunicado, ajudará a companhia a se reestruturar – e reestruturar seus custos – antes que a situação seja irreversível.
Segundo o Wall Street Journal, A AMR não usará, inicialmente, uma linha de crédito especial destinada a companhias em dificuldades financeiras ou sob a proteção do processo de recuperação judicial, conhecido nos EUA como “Chapter 11”. Além disso, a companhia reiterou que o pedido de concordata não terá impacto legal sobre as operações da companhia fora dos Estados Unidos.
A AMR também deve iniciar negociações com todos os sindicatos para reduzir custos trabalhistas.
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