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Atriz Angelina Jolie diz que Brasil é um conto de fadas: ‘Que país extraordinário! Que gente interessante!’

Foto: Divulgação

Sem aviso prévio, Angelina Jolie surge em cena enrolada num robe branco e com grampos nos cabelos. Um boas-vindas e tanto para desconstruir qualquer imagem de perfeição que pudesse existir. O primeiro contato é rápido e sem troca de palavras. A atriz, de 44 anos, apenas escuta algumas instruções da equipe de relações públicas dos Estúdios Disney e desaparece do hall do hotel, em Beverly Hills. Nossa conversa só acontece quase sete horas depois desse “encontro”. Na agenda, o lançamento do filme “ Malévola: dona do mal ”, com estreia marcada para 17 de outubro nos cinemas brasileiros. Os assessores deixam claro a todo instante que perguntas pessoais estão terminantemente proibidas, ainda que o clima familiar do ambiente esteja propício para a investida. Circulam pelo espaço os três filhos biológicos que teve com o ator Brad Pitt — de quem se separou em 2016, após 12 anos entre namoro e casamento, alegando “diferenças irreconciliáveis”.

Shiloh, de 13, está no grupo. Talvez essa seja a herdeira do clã Jolie-Pitt com mais destaque na imprensa, em reportagens que abordam, na sua maioria, a identidade de gênero da adolescente. Defensora da diversidade , Angelina nunca tratou o tema como tabu. “Ela gosta de se vestir como um garoto. Quer ser um menino. Ela acha que é um dos irmãos”, disse a atriz em entrevista à revista “Vanity Fair”, em 2010.

Sem causar o mesmo alarde de Shiloh, os gêmeos Vivienne e Knox, de 11 anos, também são vistos e até param para lanchar na sala de espera. Vivienne, aliás, fez uma ponta no primeiro “Malévola”, de 2014. Era a única criança que não caía no choro ao ver Angelina caracterizada como a “vilã” de chifres e asas do conto de fadas. A família, no entanto, não está completa. Os filhos adotivos da atriz, Maddox, de 18 (que agora é um estudante de bioquímica numa faculdade na Coreia do Sul), Pax, de 15, e Zahara, de 14, aparentemente não estão acompanhando a mãe no trabalho. “À medida que crescem, vejo que eles são indivíduos fortes, com a cabeça aberta”, disse a estrela à revista “Hello!”. “Tento liderar pelo exemplo e ser gentil, agradável, amorosa e tolerante.”

Não se trata de mais um de seus papéis. Ao vivo e a cores, Angelina é tudo isso. Ao longo da nossa entrevista, a americana não parece desinteressada em momento algum. Dá uma gargalhada logo no primeiro minuto do bate-papo ao ouvir que nasceu para interpretar a elegante Malévola. “Foi tão divertido voltar ao set. Considero um trabalho fácil porque amo a personagem”, comenta ela, vencedora do Oscar de atriz coadjuvante pelo filme “Garota, interrompida”, em 2000. “Foi realmente incrível nos reencontramos em fases diferentes da vida”, acrescenta Elle Fanning , coprotagonista de “Dona do mal”, que tinha apenas 14 anos quando rodou o primeiro filme.

A continuação do longa se passa tempos depois de a princesa Aurora (Elle, hoje com 21) despertar do sono da morte com um “beijo de amor” — e não foi de um príncipe encantado. “O que acho bonito na sequência é que no centro da discussão está o direito de Aurora defender o que quer: um casamento, formar uma família própria com o príncipe que ela ama”, conta Angelina. “Esse filme é sobre abraçar sua verdadeira natureza. Espero que encoraje as pessoas a aceitarem quem são. Elas podem ser suaves, guerreiras, selvagens… Não importa, contanto que seja real.”

E Angelina é muito “de verdade”, cheia de nuances. Filha do ator Jon Voight, com quem nem sempre teve uma boa relação (chegou a tirar o sobrenome do pai na Justiça) e da atriz Marcheline Bertrand, morta em 2007 (vítima de câncer no ovário), foi uma adolescente abastada com tendência depressiva, tinha uma queda por facas e automutilação, usou heroína e chegou a carregar um colar com o sangue do diretor americano Billy Bob Thornton, seu segundo marido — Pitt foi o terceiro; e o ator britânico Jonny Lee Miller, o primeiro.

Depois de uma temporada no Camboja, onde rodou “Lara Croft: Tomb Raider” (2001) e presenciou a pobreza e o sofrimento, a jovem rebelde foi se transformando numa importante voz a favor dos direitos humanos. A americana, inclusive, fica visivelmente tocada ao falar sobre o trabalho que desempenha no Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados(Acnur). Colaboradora da ONU desde 2001, ela roda o mundo para fazer o bem. Em junho, visitou a América do Sul para conferir a situação dos refugiados venezuelanos. “Tenho sorte de passar um período com essas pessoas, que sobrevivem com tanta graça e cuidam dos filhos apesar dos obstáculos inacreditáveis pelo caminho. Sinto-me honrada de levar um pouco de sorriso para as crianças”, conta a atriz. “Ela não se conforma em acompanhar os casos pela TV. Vai a campo passar longas horas com os refugiados. As histórias ajudam a torná-la uma defensora ainda mais poderosa”, diz Federico Sersale, chefe do escritório do Acnur em Riohacha, na Colômbia.

A estrela, que retirou os seios, os ovários e as trompas de Falópio para prevenir o câncer, parece imune aos efeitos colaterais da fama. “Precisamos ter uma razão para viver. Estamos aqui, de alguma forma, nessa condição humana, juntos, para explorar nossas diferenças. Descobrir em que pontos somos semelhantes para nos unirmos; desafiar uns aos outros. Mas é necessário ser quem somos. Não há tempo nessa vida para fingir”.

Autora do icônico vestido preto que Angelina usou no Oscar de 2012, a estilista Donatella Versace afirma que a atriz ama ser quem é: “Ela gosta de ser a criadora do próprio destino”. Ícone do tapete vermelho, Angelina, que é garota-propagada da Guerlain (“É livre, independente, sensível e autêntica, com diferentes papéis, elogia Laurent Boillot, CEO da grife), não enxerga esses momentos como um conto de fadas, mesmo vestindo Versace, Saint Laurent e tantas outras grifes: “Claro que é uma parte interessante do meu ofício, mas o red carpet nunca foi meu objetivo. Para mim, o Brasil é como um conto de fadas. Sei que existem muitos desafios e dificuldades, mas que país extraordinário! Que gente interessante! Que história incrível, com aquela natureza linda. É um sonho.”

Depois de rodar o mundo, Angelina deseja que os seis filhos — todos nascidos fora dos Estados Unidos, em países como Camboja, Etiópia, Vietnã, Namíbia e França —, e até os futuros netos tenham a chance de ver de perto o que ela viu. “Espero que todos sejam capazes de entender o quão preciosa é a diversidade.”

O Globo

 

Opinião dos leitores

  1. Fumou maconha estragada. O Brasil já foi um país maravilhoso. Hj temos uma população neurótica e intransigente…

  2. Só o Brasileiro não valoriza o Brasil. Todos sabem que o pior do Brasil, é justamente o brasileiro.

  3. O país é o povo brasileiro são verdadeiramente extraordinários, o grande problema e um percentual, uma camada de brasileiros políticos, que destrói a grande e imensa maioria.
    Até quando??

    1. Coitada. Não conhece o Bozo,os filhos dele, eleitores e milícias. Nem o Luladrao e os petistas fanáticos.

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Diversos

Angelina Jolie entra com pedido de divórcio de Brad Pitt, diz site

CszlPNYWgAAO3FKJuntos desde 2004, Angelina Jolie e Brad Pitt estão se separando. A atriz entrou com um pedido de divórcio nesta segunda-feira alegando “diferenças irreconciliáveis”. A crise final teria sido causada por uma discussão envolvendo os filhos do casal.

Angelina está pedindo a guarda das seis crianças. Pitt teria direito a visitar a prole, mas a atriz não aceita ter a guarda conjunta, segundo informações do site “TMZ”.

O Globo

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Com medo de câncer, Angelina Jolie fez dupla mastectomia


Angelina Jolie tomou a decisão de retirar os seios para prevenir câncer
Foto: Evan Agostini / AP
 

A atriz Angelina Jolie disse nesta terça-feira que sofreu uma dupla mastectomia preventiva depois de descobrir que ela tinha uma mutação genética que leva a um alto risco de câncer de mama e de ovário. Angelina escreveu no “New York Times” que a morte da mãe de câncer aos 56 anos e a descoberta de que ela carregava a mutação do gene BRCA1 levou à decisão.

“Muitas vezes falo com meus filhos da ‘mamãe da mamãe’, e eu me vejo tentando explicar a doença que a levou para longe de nós. Eles perguntaram se o mesmo poderia acontecer comigo”, escreveu a atriz, de 37 anos, no editorial “My Choice Medical”.

“Eu sempre lhes disse para não se preocupar, mas a verdade é que eu carrego um gene defeituoso”, acrescentou. O médico estima que ela tinha um risco 87% de ter câncer de mama e um risco 50% de câncer de ovário. (mais…)

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