Diversos

Gel pode ser o novo método anticoncepcional para homens

(Reprodução/Getty Images)

Cientistas do governo dos EUA testarão um método experimental de controle de natalidade para homens que representaria um grande avanço no campo dos anticoncepcionais e proporcionaria mais igualdade no planejamento familiar, uma carga hoje suportada em grande parte pelas mulheres.

O estudo está sendo realizado pelos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA (NIH, na sigla em inglês) e envolverá 420 casais. O tratamento experimental é um gel aplicado nas costas e nos ombros que combina dois tipos de hormônios para interromper a produção de espermatozoides, mantendo os benefícios da energia e da libido proporcionados pela testosterona.

“Este gel seria o primeiro método de contracepção controlado pelo usuário e destinado aos homens desde a adoção do preservativo”, disse Diana Blithe, chefe do programa de desenvolvimento de anticoncepcionais do Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano dos EUA. “Esperamos que seja uma forma aceitável de contracepção que os casais queiram usar.”

O gel é uma mistura de progestina e testosterona, e os pesquisadores examinarão seu êxito na prevenção da gravidez. As pessoas que confiam em preservativos têm uma taxa de falha de 12 por cento a 13 por cento e as pílulas anticoncepcionais baseadas em hormônios falham em cerca de 7 por cento das vezes.

“Alguns homens podem querer controlar a fertilidade, estando ou não em uma relação monogâmica”, disse Blithe, que é pesquisador do estudo, em entrevista, por telefone. “Seria uma opção para eles.”

Novo método?

Milhões de mulheres em todo o mundo usam controle de natalidade, que existe há décadas como uma forma confiável e relativamente conveniente de contracepção. É provável que muitas mulheres prefiram manter o controle sobre o método contraceptivo usado em uma relação sexual, mas algumas não podem tomar a pílula ou preferem não fazê-lo.

Blithe disse que a falta de opções para homens levou vários casais a entrarem em contato antes do estudo pedindo para participar dele. Pesquisas anteriores realizadas apenas com homens mostraram que a abordagem reduz a produção de espermatozoides, que se recupera depois que o gel deixa de ser usado, sem causar efeitos colaterais sérios.

Os pesquisadores dos NIH criaram o gel com o Population Council, um grupo sem fins lucrativos que trabalha com questões de saúde reprodutiva. O grupo ajudou a desenvolver a RU486, ou mifepristona, uma pílula que pode ser usada para interromper uma gravidez precoce. Blithe disse que se o gel para homens for bem-sucedido, seria buscado um parceiro comercial para ajudar a vendê-lo.

Níveis de testosterona

A droga é formulada como um gel porque a testosterona é eliminada muito rapidamente do corpo quando ingerida na forma de pílula. A progestina presente no gel, chamada Nestorone, bloqueia a produção natural de testosterona nos testículos, onde o espermatozoide é produzido. A testosterona substitui o hormônio no sangue.

“Cortamos na fonte, mas substituímos em todos os outros lugares em níveis que permitem manter tudo funcionando normalmente”, disse Blithe, ressaltando que os níveis de testosterona nos testículos são 50 vezes superiores à quantidade normalmente encontrada no sangue.

Exame

 

Opinião dos leitores

  1. Sem chance disso dar certo….o homem teria que tomar um hormonio feminino progesterona…..mesmo q associado diminuiria a ação da testosterona. Além de ser um hormonio exogeno e deve ter muitos efeitos colaterais. Em resumo progesterona é pra esmurecer o homem…..é usada até em maníacos sexuais pra baixar o tesão.

  2. Ha pelo menos uns 10 anos se diz que esta pesquisando um anticoncepcional masculino, e todas as materias falam que ainda se levara anos ate estar no mercado. Pesquisa tem de todo tipo.

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Diversos

Pílula masculina mais próxima: testes evitam que camundongos engravidem parceiras

103941_9245CopiaMais um passo foi dado para a criação de uma “pílula masculina”, que previna o homem de engravidar a sua parceira. Cientistas australianos descobriram uma forma reversível de interromper o esperma, sem afetar o desempenho sexual. Testes em camundongos mostraram que o esperma poderia ficar “armazenado” durante o sexo. A descoberta foi publicada na revista científica “Proceedings of the National Academy of Sciences” (Pnas).

Esta não é a primeira tentativa de um contraceptivo para homens. Mas até então, segundo os cientistas deste novo estudo, elas traziam efeitos colaterais, como induzir à infertilidade e afetar o apetite sexual ou ainda causar alterações permanentes na produção de esperma.

A equipe da Universidade de Monash, coordenada por Sabatino Ventura, levanta a possibilidade de um contraceptivo seguro, não hormonal e reversível. A pílula funciona ao deletar geneticamente duas proteínas (alfa1A-adrenérgico e P2X1-purinoceptor), o que bloqueia a liberação de espermatozoides durante o ato sexual.

A remoção das proteínas em ratos geneticamente modificados resultou em animais machos que estavam completamente estéreis, mas continuavam a acasalar normalmente.

“Isto resolve talvez o maior obstáculo na busca de um contraceptivo masculino socialmente aceitável”, escreveram os cientistas.

Os camundongos não sofreram quaisquer efeitos secundários e foram capazes de posteriormente ter uma prole normal.

O Globo

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Saúde

Pílula anticoncepcional masculina está perto da realidade, dizem cientistas

A versão masculina da pílula anticoncepcional nunca esteve tão perto da realidade, afirma uma pesquisa que acaba de ser publicada numa das principais revistas científicas do mundo, a “Cell”.

Por enquanto, a substância, conhecida pelo codinome JQ1, só foi testada em camundongos e ratos, mas isso não impediu os autores do estudo de usar uma linguagem confiante que não é muito comum em artigos científicos.

“Acreditamos que nossas descobertas poderão ser adaptadas completamente para seres humanos, criando uma estratégia inovadora e eficaz de anticoncepcional masculino”, escrevem eles.

A bravata faz sentido? Cientistas não envolvidos no estudo dizem que sim. Em primeiro lugar, o método demonstrado por Martin Matzuk, da Faculdade Baylor de Medicina, no Texas, e James Bradner, da Universidade Harvard, é reversível.

Bastou que os bichos usados no estudo parassem de levar injeções da JQ1 para que se tornassem totalmente férteis, gerando filhotes que, pelo que se sabe, são normais.

A substância também não mexe com os hormônios sexuais, como a testosterona. Por isso, o interesse sexual, bem como a capacidade de cortejar fêmeas e copular com elas, ficou intacta nos roedores usados como cobaias.

EMPACOTADO

O alvo da nova droga é uma proteína aparentemente crucial para “desempacotar” o DNA das células que estão virando espermatozoides.

Esse processo complexo, com uma série de passos específicos (veja quadro à dir.), transforma células normais nas criaturas extremamente especializadas que nadam rumo ao óvulo para fecundá-lo.

Em essência, o que a JQ1 faz é travar o desempacotamento, impedindo que os genes certos sejam ativados para essa metamorfose.

O resultado foi uma redução dramática do número de espermatozoides dos bichos: após seis semanas recebendo injeções duas vezes ao dia, só 11% da quantidade normal das células estava presente.

E mesmo os espermatozoides sobreviventes do massacre não “sabiam” nadar -só 5% deles se movimentavam normalmente.

Matzuk disse à Folha que ainda há detalhes a melhorar. “Vamos tentar modificar a nossa molécula para que ela tenha ação mais específica. E também vamos pensar em como aplicar a substância em pacientes humanos.”

Segundo ele, o método final poderia ser uma pílula ou injeções que permitam a liberação lenta e gradual da substância no organismo.

Ele minimiza o único efeito colateral da droga nos roedores: a diminuição do tamanho dos testículos, que vai de 15% a 50% nos bichos.

“Isso já é algo normalmente variável nos homens. O importante é que não há efeitos no pênis ou no desejo sexual”, afirma Matzuk.

Resta saber se os homens seriam tão assíduos quanto as mulheres ao se proteger.

A empresária Aline Lopes, 31, de São Paulo, usou anticoncepcionais por dez anos e agora deu uma pausa, por causa dos efeitos colaterais. Mesmo assim, prefere não delegar a tarefa a um homem.

“A mulher tem mais disciplina para tomar remédios. Só confiaria se fosse um homem muito caxias, certinho, mas isso é difícil de achar. Prefiro eu mesma tomar.”

Para Aline, só depois de muito tempo de relacionamento seria possível entregar a responsabilidade da contracepção a um companheiro. “Não seria algo imediato.”

Editoria de arte/folhapress

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Diversos

Anticoncepcional não oral aumenta risco de trombose

Um novo estudo afirma que anticoncepcionais não orais, como adesivos e anéis vaginais, trazem risco de trombose venosa maior do que o da pílula.

A pesquisa foi publicada no periódico “British Medical Journal” e analisou dados de registros da Dinamarca envolvendo mais de 1,5 milhão de mulheres com idades entre 15 anos e 49 anos, acompanhadas de 2001 a 2010.

Segundo o estudo, o risco do adesivo hormonal é 2,5 vezes maior que o das pílulas de segunda geração (“antigas”), à base de levorgestrel. Já o anel vaginal apresenta um risco duas vezes maior.

Comparadas com mulheres da mesma idade que não usam métodos hormonais, aquelas que usavam o adesivo têm um risco oito vezes maior, enquanto que quem usava o anel vaginal apresenta um risco 6,5 vezes maior.

O risco dos métodos contraceptivos não orais, porém, ainda é mais baixo do que o das pílulas mais modernas contendo drospirenona, como Yaz e Yasmin.

Em 2011, a FDA (agência dos EUA que regula drogas) discutiu a segurança das novas pílulas e incluiu um risco maior em suas bulas.

Estudos anteriores registraram 30,8 casos de trombose por 100 mil mulheres que tomaram as pílulas mais modernas e 12,5 casos por 100 mil das usaram as antigas.

Segundo a pesquisa, o implante subcutâneo apresentou risco um pouco maior que o de mulheres que não usam anticoncepcionais hormonais. Já o DIU hormonal até diminuiu o risco, segundo os autores do estudo.

Isso se explica porque o implante usa apenas progesterona. Pílulas com apenas esse hormônio não aumentam o risco de trombose.

Editoria de arte/Folhapress

SEM ALARME

Segundo o professor de ginecologia da Unicamp Carlos Alberto Petta, o risco absoluto de métodos hormonais ainda é muito baixo.

“Não é necessário alarme. Ainda são eventos raros que, em geral, acontecem em quem tem fatores de risco. Ninguém precisa correr para trocar de método.”

Já Gilberto Narchi Rabahie, cirurgião vascular do Hospital do Coração, faz uma ressalva. “O estudo não especifica os tipos de trombose, se são superficiais ou profundas, que são mais graves.”

Mas Petta diz que o estudo é importante por mostrar que outras vias de administração não têm risco menor do que a pílula, como se pensava.

Ele lembra ainda que mulheres hipertensas, obesas, com diabetes, varizes grossas, antecedentes familiares de trombose e fumantes acima de 35 anos têm risco aumentado. Por isso, um médico deve indicar os melhores métodos para cada paciente.

Segundo o médico, a pílula é usada por cerca de 40% das mulheres. Depois vêm as laqueaduras (com 35%). “Nos 25% restantes estão todos os outros métodos.”

OUTRO LADO

Segundo a assessoria da Janssen-Cilag, responsável pelo adesivo Evra, os dados do estudo estão em consonância com outras pesquisas.

Já a assessoria da MSD, que produz o anel vaginal Nuvaring, afirma que “o risco apresentado é pouco expressivo e não supera os benefícios”.

Fonte: Folha

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Saúde

Laboratório EMS sustentará criança por causa de anticoncepcional ineficaz

Consultor Jurídico:

Anticoncepcional ineficaz obriga o seu fabricante a sustentar a criança até a sua maioridade. O entendimento foi aplicado pelo juiz Charles Maciel Bittencourt, da 4ª Vara Cível de São Leopoldo (RS), ao condenar a indústria farmacêutica responsável pela distribuição do produto, EMS Sigma Pharma, a pagar R$ 50 mil por danos morais e um salário mínimo até que a criança complete 18 anos. Já o outro réu, o posto de saúde da cidade São Leopoldo, foi inocentado pelo juiz. Cabe recurso.

(mais…)

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